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18/10/2023     nenhum comentário

EM CPI SOBRE CASO JAMILLY ENFERMEIRA DIZ NÃO TER SIDO TREINADA PARA ATUAR EM UPA

Jamilly Duarte, de 5 anos, morreu vítima de picada de escorpião no dia 12 de agosto, em UPA de Piracicapa (SP), gerenciada pela organização social Mahatma Gandhi; A unidade tinha o soro recomendado para o caso, mas ele não foi aplicado.

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Profissionais de saúde da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Frei Sigristi, na Vila Cristina, em Piracicaba (SP), que prestaram atendimento à menina Jamilly Vitória Duarte, de 5 anos, no dia 12 de agosto, vítima de picada de escorpião, não foram treinados para esse tipo de atendimento.

A informação é da enfermeira Natascha Kim Camaroske Zeni, que atua na UPA desde julho deste ano, quando a Organização Social de Saúde (OS) Mahatma Gandi passou a gerir o pronto atendimento, que é referência para o atendimento à vítima de picada de animais peçonhentos e, por esse motivo, tinha soro antiescorpiônico disponível, mas o antídoto não foi aplicado.

A diretora do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE), Ana Maria Feijó, e Natascha prestaram depoimentos à reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga se houve erros ou irregularidades no atendimento à Jamilly.

A criança foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Médico Móvel de Urgência (Samu), recebeu os primeiros atendimentos na UPA Vila Cristina e foi transferida para a Santa Casa, onde morreu.

O Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) é órgão estadual responsável pela distribuição de soros e vacinas aos municípios da região de Piracicaba.

A diretora da Vigilância esclareceu que a UPA Vila Cristina funciona como um Ponto Estratégico de Soros e Antivenenos (Pesa), que deve seguir os protocolos previstos no plano regional para atendimento de vítimas de picadas de escorpião.

O que é um ponto estratégico?
Segundo Ana Maria Feijó, os pontos são escolhidos conforme a localização para garantir o atendimento mais rápido possível, abrangendo todo o território da regional.

“A localização dos pontos estratégicos é publicada no Diário Oficial e os mesmos também estão relacionados no site da Secretaria Estadual da Saúde”, explicou.

Soro
“O Grupo de Vigilância Epidemiológica encaminha os lotes de soro para a central de abastecimento do município e a vigilância municipal faz a distribuição para os pontos estratégicos da cidade, que, no caso de Piracicaba, são a UPA Vila Cristina e a Santa Casa”, explicou a diretora do GVE à Comissão

Sobre a quantidade de ampolas disponibilizadas para cada unidade são suficientes para atendimento de pelo menos quatro acidentes com escorpião em cada, entre graves e moderados. O estoque também é controlado via sistema, assim como as condições do medicamento, como temperatura e validade.

Como é feita a reposição do estoque de soro?
De acordo com a diretora, as reposições ocorrem de forma imediata após a comunicação à Vigilância. Segundo a testemunha, o plano regional também prevê atualização dos profissionais para que todos os pontos estejam preparados para prestar esse tipo de atendimento.

Enfermeira
Durante a reunião, a enfermeira Natascha Kim Camaroske Zeni afirmou que estava na UPA da Vila Cristina no momento do atendimento à menina Jamilly, mas não teria participado efetivamente dos procedimentos porque no momento da chegada da criança fazia o acolhimento de pacientes adultos.

A profissional, que tem 20 anos de experiência na função, afirmou à CPI que foi acionada para fazer o acesso venoso em Jamilly para ministrar o soro, mas não chegou a tentar porque já havia outros profissionais naquela função no momento. Em seguida, a equipe médica já decidiu pela transferência dela para o hospital.

Ela atende na UPA, desde julho deste ano, a serviço da OSS (Organização Social de Saúde) Mahatma Gandhi, que assumiu o gerenciamento da unidade.

Segundo a enfermeira, “as equipes seguem um padrão geral de atendimento, mas não passaram por um treinamento específico para atuação na unidade”.
Sobre a pergunta dos parlamentares em relação a eventual falha no procedimento direcionado a Jamilly, a testemunha disse que por não ter participado do acolhimento da paciente e nem dos primeiros atendimentos e não poderia avaliar.

Em nota ao g1, a Prefeitura de Piracicaba informou que está à disposição para contribuir com todas informações necessárias para a Comissão da Câmara Municipal. E reforçou que a gerência da unidade é de responsabilidade da Organização Social de Saúde (OS) Mahatma Gandhi.

Picada de escorpião: entenda protocolos
Enfermeiras do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) participaram de encontro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do caso Jamilly . Na sexta-feira (6), a CPI iniciou a fase de tomadas de depoimentos.

As profissionais da saúde foram convidadas a explicarem como funcionam os protocolos de atendimento em casos de urgência e emergência como os da menina Jamilly Vitória Duarte.

O Coren-SP informou que recebeu a denúncia do Ministério Público (MP) e abriu sindicância para investigação da eventual participação de profissionais de enfermagem.

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!

Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!

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