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05/12/2014     nenhum comentário

Em Bertioga médicos ficaram sem receber da Fundação ABC

OS, que esteve por cinco anos na gerência do Hospital Municipal, deixou profissionais sem pagamento em diversas ocasiões

Recentemente, pacientes do Hospital de Bertioga sentiram na pele os reflexos da precariedade do atendimento de saúde gerenciado pelas Organizações Sociais (OSs). No dia 11 de setembro, cerca de 50 médicos contratados pela Fundação ABC interromperam seus serviços. Eles alegaram que a OS, que gerenciava o hospital até agosto, não pagava os salários dos profissionais havia dois meses.

Apesar de médicos afirmarem que os atendimentos realmente cessaram no dia 11, na ocasião, o Instituto Corpore, entidade que assumiu a gestão da unidade em setembro, garantiu ao Jornal A Tribuna que o atendimento foi mantido. Um profissional afirmou, porém, que o hospital só abriu as portas porque médicos da rede municipal de saúde foram remanejados para suprir a ausência dos grevistas.

O caso

A falta do pagamento de salários virou um jogo de empurra perverso e proposital. “A Prefeitura diz que repassou a verba para a Fundação ABC, já a Fundação diz que não recebeu. Enquanto isso, os médicos estão sem receber há dois meses e com um contrato de boca com a Corpore, que assumiu a gestão da saúde no último dia 1º”, disse ao Jornal A Tribuna, à época, um médico que não quis ter sua identidade revelada.

A Fundação ABC administrou o hospital por cinco anos. De acordo com o médico, o atraso do pagamento dos profissionais da saúde foi constante no último ano. Porém, essa teria sido a primeira vez que a empresa deixou de pagar os funcionários. “Ficávamos até 15 dias sem receber, mas nunca passou disso. Os médicos estão trabalhando de graça há dois meses e nem sabem se irão receber no próximo mês porque ainda não foi formalizado um contrato com a Corpore”, comentou.

A Reportagem chegou a entrar em contato com o prefeito de Bertioga, Mauro Orlandini (DEM). O chefe do Executivo afirmou que todas os repasses de verba foram feitos corretamente à Fundação ABC até o final do contrato. Já o superintendente da Fundação ABC, durante a administração do hospital, Rogério Bicas, por sua vez, afirmou que a Prefeitura deve cerca de R$ 3,5 milhões à OS.

Segundo um dos representantes da categoria, que não quis se identificar, os médicos pararam de trabalhar também por outros fatores. “Falta regularização de contrato com a nova empresa e queremos uma melhor estrutura para trabalhar. Tiraram o plantonista de ortopedia e estamos com um clínico a menos à noite. Antes tínhamos três, agora só tem dois. Só que a demanda é grande. Também não temos mais laboratório dentro do hospital. Os exames são levados para outra cidade. Demora até seis horas para chegar o resultado”, afirmou.

Os médicos que mantinham contrato com a Fundação ABC eram terceirizados e contratados através de outras quatro empresas. “Um joga para o outro. A Prefeitura diz que repassou a verba para a Fundação ABC, já a Fundação diz que não recebeu. Nessa, os médicos trabalharam de graça durante esses dois meses”, diz o médico ginecologista José Claudio Correa Leite, que também concordou com a interrupção no atendimento.

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