Desmonte: PS infantil da USP fecha as portas enquanto OSs seguem faturando alto em SP

O desmonte da saúde pública para atender aos interesses privados que atuam dentro e fora do SUS é um projeto dos Governos tucanos em pleno êxito.

No Estado de SP, o exemplo da semana é a pediatria do Hospital da USP, que fechou as portas por falta de recursos financeiros e humanos.

O Governo Alckmin cortou recursos das universidades estaduais até a situação ficar insustentável. Médicos debandaram e alunos da Faculdade de medicina chegaram a fazer greve para protestar contra a queda nos atendimentos. Nesta terça-feira (21), veio a confirmação de que o PS Infantil seria definitivamente fechado e atuaria apenas com alguns encaminhamentos de crianças de outras unidades. Desde então, pais com filhos doentes tem sido barrados no local. Muitos se dizem alarmados com o fim do atendimento.

Enquanto isso, as Organizações Sociais chegaram a abocanhar R$ 4,5 bilhões do orçamento estadual da saúde em 2016 (cerca de 22,5%). Detalhes aqui.

O modus operandi não é exclusividade do mandatário estadual. Em Santos – outro feudo do PSDB -, 25% do dinheiro da saúde municipal em 2018 irá para quatro OSs e Oscips que terceirizam os serviços. Saiba mais aqui. São, ao todo, R$ 143 milhões na mão de quatro empresas.

Na rede municipal paulistana, comandada pelo “prefeito gestor” João Dória (PSDB), o nível de participação privada é ainda maior. Dois terços do dinheiro que passa pela pasta (R$ 5,22 bi) são redirecionados para as OSs. Leia sobre.

Esse é o DNA do PSDB: deixar os postos de saúde tocados pela administração direta definharem até justificar o encerramento e, ao mesmo tempo, garantir os “investimentos” nas empresas amigas.

Se a população e os trabalhadores do setor não se mobilizarem, os ataques vão continuar. Infelizmente, a parcela mais pobre pagará com vidas.