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09/12/2019     nenhum comentário

Desesperado, técnico de enfermagem terceirizado se acorrenta em protesto contra atraso de salários

Profissional radicalizou para chamar a atenção; ele e centenas de trabalhadores do Hospital Albert Schweitzer, no Rio, estão sem receber

acorrentado

No Rio de Janeiro o grau de descalabro que o desmonte do SUS atinge, por meio da terceirização dos serviços, assusta e é crescente.

Nesta segunda (9) as páginas dos jornais noticiam que num ato de desespero um técnico de enfermagem demitido do Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, se acorrentou à porta da unidade.

Ele era um dos contratados terceirizados e explicou que apelou para essa atitude para demonstrar a situação aflitiva dos trabalhadores há dois meses sem salários e também sem condições de trabalho.

Como mostra a reportagem do G1, o rapaz chegou ao hospital por volta das 6h30, vestindo um jaleco com as frases “SOS saúde” e “SOS SUS”. Explicou que foi demitido na semana passada, sem receber os dois últimos meses de trabalho e sem a parcela do 13º.

Indignado, ele contesta a fala das autoridades: “Secretária de Saúde dizendo que está tudo normal. Não tem nada normal”, afirmou André. E avisou que vai permanecer no local até que os trabalhadores recebam seus direitos.

“Eu já fui mandado embora, tem gente ameaçada de ser mandada embora se continuar se manifestando. Eu vou ficar aqui até que o prefeito dê uma resposta verdadeira, real, sobre o nosso pagamento, sobre medicação, sobre mudanças aqui”, afirmou.

Na sexta-feira (6), houve uma greve na unidade, que chegou a fechar uma de suas emergências por causa do movimento. Nesta segunda apenas metade do efetivo médico compareceu, mesmo com pelo menos dois meses de atrasos nos pagamentos dos salários e sem o 13º.

A Prefeitura rebate, afirmando que todos os hospitais municipais seguem com as portas abertas e atendendo a população de acordo com a classificação de risco.

E o descalabro no modelo de saúde do Rio, focado em cada vez mais repassar serviços às empresas médicas, produz aumento nas estatísticas de óbitos suspeitos de negligência.

No último domingo (8), uma criança de 2 anos morreu no Hospital Albert Schweitzer após aguardar transferência da Unidade de Pronto-Atendimento de Ricardo de Albuquerque durante toda a madrugada.

A família de Kayllane de Deus Santos, conta que ela deu entrada na UPA na noite de sábado (7) com convulsão e teve duas paradas cardíacas durante o atendimento.

A equipe médica passou a noite e a madrugada tentando transferência para a criança, que só conseguiu a mudança no domingo (8) de manhã. Kayllane morreu cinco minutos depois de entrar no hospital.

A UPA também tem a gestão terceirizada para uma OS.

Assim como na rede municipal, do lado estadual, faltam dinheiro e boas práticas de administração e sobram irregularidades e crimes financeiros. Em comum, estado e município têm majoritariamente um mesmo modelo de gestão em suas unidades de saúde: as Organizações Sociais (OSs).

Há quase 20 anos estas entidades privadas consomem muito dinheiro e fazem muito pouco sem controle e fiscalização. Com a crise de arrecadação e o subfinanciamento crescente do SUS, ano a ano a situação se agrava, afetando diretamente o aumento do número de óbitos nos hospitais da parcela mais pobre da população.

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