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30/03/2016     nenhum comentário

Demora de 9 horas termina em confusão em hospital terceirizado em SP

Algumas pessoas esperavam a pelo menos nove horas no local, que é gerido por OS ligada à Santa Casa. Outras retornavam pela segunda vez no mesmo dia para conseguir uma consulta médica.

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Na noite de terça-feira (29), a demora no atendimento do pronto-socorro do Hospital Municipal São Luiz Gonzaga, no Jaçanã, zona norte de São Paulo, terminou em confusão entre parentes de pacientes e funcionários.

A unidade é terceirizada por uma Organização Social (OS) ligada à Santa Casa de São Paulo.

Por volta das 23h, um grupo começou a discutir nos corredores do hospital com os médicos plantonistas, que se negaram a voltar o atendimento sem a presença da Polícia Militar no local. Algumas pessoas esperavam a pelo menos nove horas no local ou retornavam pela segunda vez no mesmo dia para conseguir uma consulta médica.

Segundo o engenheiro Adriano Borges, que mora em Guarulhos, os funcionários estavam com descaso no atendimento e disseram que se as pessoas quisessem um atendimento mais rápido deveriam ir a outro hospital.

“O pessoal começou a discutir com os médicos, eles sentiram-se coagidos e falaram que voltariam o atendimento só com a polícia no local”, disse, o paciente à Folha Press.

Borges levou os três filhos que estavam com gripe e febre ao pronto-socorro do hospital, mas conseguiu passar apenas dois deles pelo médico na madrugada desta quarta (30), mais de cinco horas depois de chegar ao local. O filho de 15 anos voltou para casa sem passar pelo médico porque não havia atendimento para adultos na unidade.

A segurança desempregada Simone dos Santos disse que chegou ao hospital meia horas depois da confusão para levar a afilhada de dois anos que está há dois dias com febre. “Os médicos estavam para dentro por causa da confusão e só iriam atender com a presença da polícia”, disse.

O eletricista Reinaldo Teixeira também chegou ao local minutos depois da confusão entre pacientes e médicos, mas havia presenciado outra briga no hospital, por volta da 12h desta terça. Segundo Teixeira, uma mulher que estava com uma criança doente começou a quebrar tudo o que via pela frente com um capacete de motociclista devido a demora. “Depois da briga, não atenderam mais ninguém até chegar a polícia”, disse.

Após a confusão, o eletricista desistiu da consulta médica e voltou para casa. Ele esperava a mais de sete horas por um médico para o filho de três anos que está com febre e sangramento no nariz há pelo menos três dias.

Como o filho não melhorou, o eletricista retornou pela segunda vez ao hospital na noite desta terça e até às 2h30 desta quarta o filho ainda não tinha sido atendido.

“Minha mãe morreu em 2008 neste hospital por demora no atendimento, só volto aqui por falta de opção. Se meu filho estivesse são não viria aqui de jeito nenhum”, disse o eletricista, irritado por não conseguir pediatra em outros hospitais da região.

A reportagem não conseguiu falar com a assessoria de imprensa do hospital São Luiz Gonzaga, terceirizado desde 2008 pela Santa Casa.

Atendimento ruim é recorrente

Uma das justificativas para a gestão da saúde pelas OS é a melhoria do padrão de atendimento, assim como melhor gerenciamento dos recursos dispensados à população. Mas os únicos beneficiários desse modelo são “empresários” e agentes políticos corruptos.

Essa não é a primeira vez que o atendimento no PS do Hospital Municipal de Jaçanã vira notícia por conta da má qualidade.

Em setembro do ano passado o G1 fez uma matéria mostrando que o local estava funcionando parcialmente, sem centro cirúrgico e nem atendimento na UTI.

Na época o conselho gestor do hospital, que representa os pacientes, diz que os atendimentos caíram em quantidade e pioraram na qualidade. A entidade alegou na época que houve problemas nos repasses de verba para a OS, mas a Prefeitura de São Paulo negou e disse que os pagamentos estavam em dia.

Já em julho de 2014, outra reportagem relatou falta de médicos.

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