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13/09/2016     nenhum comentário

Cubatão insiste no modelo que ajudou a afundar a saúde da cidade

Nova Organização Social do Hospital Municipal de Cubatão (a terceira em menos de dois anos) será conhecida na próxima segunda, dia 19.

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A Prefeitura de Cubatão manterá inalterado o modelo de gestão de saúde que, se não foi o responsável pelos graves problemas na rede municipal, foi um dos fatores que muito contribuíram para que eles se agravassem nos últimos anos.

Como esperado, está mantida a publicização do Hospital Municipal, atualmente mergulhado numa crise sem precedentes. Será trocada apenas a organização social (OS). Sai AHBB, aquela que entrou de forma emergencial quando a Pró-Saúde (beneficiária por 12 anos do modelo) não aceitou renegociar os contratos e prestar contas detalhadas do serviço. Entra, por um valor menor, uma nova entidade, cujo nome deve ser conhecido na próxima segunda-feira (19), após processo de seleção pública.

Segundo reportagem publicada pelo jornal A Tribuna no último sábado (10), prejudicada pela queda de arrecadação, a Prefeitura quer reduzir gastos mensais dos atuais R$ 4,4 milhões que estão no contrato com a  AHBB para R$ 3,5 milhões com nova OS.

Mais uma decisão paliativa. A médio prazo a precariedade dos serviços voltará de forma ainda mais forte, como ocorre com as infecções mal curadas cujas bactérias causadoras voltam mais resistentes a cada remédio errado aplicado.

O novo contrato duraria até setembro do ano que vem, quando Márcia Rosa (PT) não estará mais no Paço. Um abacaxi bem cascudo para o futuro governante descascar. A quantia despendida pelo município continuará alta para um atendimento capenga. É o que fazem os intermediários terceirizados e as empresas em geral sempre que precisam manter sua margem de lucro: economizam na qualidade, atrasam pagamento de funcionários, escamoteiam dados, reduzem o número de profissionais na linha de frente do atendimento, além de outras gambiarras.

Só que pensar em lucrar e em economizar custos em áreas tão importantes como a saúde pública é economizar com aquilo que há de mais essencial, ou seja, com a vida.

“Atualmente, o serviço é executado provisoriamente pela Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB), que não informou se concorrerá à renovação. Antes, a responsável pela gestão do hospital era a Pró-Saúde, que desistiu reclamando ter tomado um calote da Prefeitura”, diz a matéria.

A Prefeitura, na época da rescisão judicial, alegava que os repasses estavam sendo feitos e que a entidade é quem estava devendo adequações na prestação de contas e informações sobre as metas que não estavam sendo alcançadas. Veja aqui no Diário do Litoral a declaração do então secretário de Saúde, Benjamin Rodrigues Lopes, a respeito.

Ainda segundo a reportagem de A Tribuna, “o atendimento no hospital tem sido alvo de muitas críticas da população e está desacreditado em função de greves dos 405 funcionários, que têm problemas para receber salários 80% bancados pela Prefeitura. E também por deficiências nos serviços”.

E finaliza:

“O hospital tem hoje 141 leitos credenciados pelo SUS. A nova contratada operará 152 leitos SUS, divididos em Cirúrgicos (27), Cliníco (51), Complementar (18), Obstetrícia (24), Pediátricos (16), Outras Especialidades (6) Hospital Dia (10); podendo operar com novos leitos segundo pactuações entre Cubatão e Ministério da Saúde.

O governo municipal alega não dispor de recursos para administrar sozinho o hospital e reclama que não recebe ajuda do Governo do Estado. O Ministério Público Estadual ingressou com ação judicial contra a Prefeitura e o Estado, por problemas de gestão no hospital. Pediu e conseguiu na Justiça ordem liminar para obrigar o Governo do Estado a intervir no gerenciamento do hospital. Mas a ordem foi revogada pelo governo estadual, no Tribunal de Justiça de São Paulo, em agosto”. Aqui a matéria na íntegra.

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