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24/06/2020     nenhum comentário

COVID-19: PREFEITURA DE PRAIA GRANDE CONTABILIZA MENOS ÓBITOS QUE CARTÓRIO CIVIL

Sistema de informação de mortalidade do cartório da cidade mostra mortalidade muito superior

covidPG

Os números de óbitos pelo novo coronavírus na cidade de Praia Grande viraram um mistério. Enquanto o Cartório Civil da cidade apresenta 130 mortes pela doença até a última segunda (22), a Prefeitura divulga em seus boletins oficiais 84.

A discrepância faz com que os dados do Registro Civil sejam 55% maiores que os informados pela imprensa, que se baseia Vigilância Epidemiológica de PG.

A pesquisa foi feita por uma munícipe, que por sua vez encaminhou os dados para a vereadora Janaína Ballaris. A parlamentar apresentou um requerimento na sessão desta terça (23), cobrando explicações do Executivo.

“Na reportagem apresentada pela Globo News, em nosso município temos 84 óbitos, no entanto, acessando o link da transparência do Registro Civil o número se encontra em 130 óbitos. Nas outras cidades da Baixada Santista também verificamos diferenças de números, mas não tão acentuadas como em Praia Grande”, dia a vereadora.

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Como pode ser visto no quadro, Cubatão também é outra cidade que notificou menos mortes por Covid-19 do que o informado pelo cartório. As demais cidades também apontam divergências, só que de forma inversa. Santos, São Vicente e Guarujá tem mais óbitos registrados pelas respectivas secretarias de Saúde do que os cartórios, que se baseiam em atestados de óbitos.

Os dados do cartório podem ser consultados no site transparencia.registrocivil.org.br/especial-covid

Um teoria que pode explicar a diferença é o fato de a cidade de Praia Grande não atualizar sua planilha com as confirmações de Covid-19 trazidas por testes cujos resultados ficaram prontos após o falecimento do paciente suspeito. O mesmo se aplica a Cubatão.

Mas o que chama a atenção é a divergência muito maior verificada na primeira cidade: 46 óbitos que teriam deixado de ser contabilizados, enquanto em Cubatão a diferença é de apenas 4.

Com as discrepâncias, as taxas de letalidade e mortalidade acabam também sendo objeto de dúvidas. Veja abaixo as diferenças:

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Como observado acima, em Praia Grande as duas taxas praticamente dobram.

As Cidades de Bertioga, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe não aparecem nas tabelas porque possuem seus dados divulgados pelo sistema de transparência, pois possuem número de mortes inferior a 50.

Por falar em transparência, a Organização Social (OS) que atua no Hospital Irmã Dulce é a SPDM, dona de uma reputação bastante manchada por processos, investigações, suspeitas e problemas junto ao Tribunal de Contas. É a OSs mais poderosa em atividade no Estado de São Paulo. Lidera as 10 maiores em volume financeiro contratado e faturou R$ 5,8 bi só em contratos com o Governo do Estado, de acordo com um estudo realizado de forma conjunta por oito universidades brasileiras dedicadas a estudar a saúde pública (Saiba mais sobre o estudo aqui).

Há muito tempo temos alertado aqui no Ataque aos Cofres Públicos que trazer a SPDM para a Baixada é arriscar vidas e um ataque ao SUS. A entidade também atua na UPA da Zona Noroeste de Santos, unidade campeã de reclamações e que no ano passado protagonizou uma série de mortes suspeitas de negligência.

Veja mais sobre o passado problemático da SPDM aqui.

 

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