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19/10/2017     nenhum comentário

Caos na saúde terceirizada do Rio leva milhares às ruas

Funcionários de Clínicas da Família geridas por Organizações Sociais protestaram por conta dos atrasos nos salários

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A crise no Rio, seja na rede municipal ou estadual de saúde, parece não ter fim. Quando os gestores fizeram a opção no passado por terceirizar para empresas grande parte das unidades e serviços, não imaginaram que num contexto de baixa na arrecadação os caríssimos custos cobrados pelas organizações sociais teriam impacto fatal.

Há vários dias os jornais fluminenses noticiam vários aspectos desta crise, já chamada de caos.

Enquanto UPAs da capital e região metropolitana estão sem medicamentos e com profissionais sem salários em dia, na rede básica, ou seja, nas chamadas clínicas de saúde da família, os trabalhadores fizeram nesta quarta-feira (18) um grande protesto, fechando ruas do Centro, para denunciar que estão na penúria, sem pagamentos e sem as mínimas condições de trabalho. Participaram terceirizados das Organizações Sociais SPDM, Viva Rio, Iabas, Gnosis e Fiotec,

Também estiveram no movimento os profissionais dos Centros Municipais da Saúde.

Uma nova mobilização, liderada pelo Sindicato dos Médicos do Rio (Sinmed-RJ), está prevista para esta quinta-feira (19).

A prefeitura não está conseguindo fazer o repasse integral às entidades, mas alega que um calendário de pagamentos firmado entre a Secretaria Municipal de Fazenda e as empresas está sendo cumprido normalmente. Os trabalhadores já falam em greve nas nas unidades de atenção básica.

UPAs e Hospitais

O Jornal O Globo fez uma extensa matéria sobre a situação das UPAs e atendimentos de média e alta complexidade. Segundo a reportagem, na UPA de Madureira, quem chega para ser atendido passa por uma triagem e, se não for caso de risco de morte, recebe a orientação para procurar outra unidade de saúde. Desde o fim de agosto, faltam ali medicamentos, materiais hospitalares e até alimentos, afirmam funcionários. E a solução, para eles que também estão com salários atrasados, foi o contingenciamento de pacientes.

A situação precária da unidade não é caso isolado na rede municipal de Saúde. A prefeitura contingenciou R$ 395 milhões do orçamento da Saúde para este ano. Quem paga por essa conta é a população. No Hospital Salgado Filho, no Méier, a superlotação do setor de internação tem obrigado pacientes a dormirem em macas nos corredores. Já no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, profissionais contratados estão há dois meses sem receber salários. Na UPA de Engenho de Dentro, faltam medicamentos básicos para distribuição.

Todas estas unidades têm empresas como gestoras terceirizadas. Elas recebiam quantias vultosas e muitas não prestavam contas adequadamente. Há casos no Rio de donos de OSs que chegaram a ser presos. Exemplo são os diretores da Biotech, que desviavam dinheiro de hospitais por eles gerenciados e investiam na compra de carros de luxo e até de cavalos de corrida.

As OSs são parte importante dos motivos que geraram esse caos. Com OSs na gestão, o fosso financeiro em que estão metidos os municípios e os estados fica muito mais fundo. Os gestores sabem disso. Mas preferem ignorar e continuam terceirizando não só a saúde como outras áreas, como educação, cultura e assistência social. Não há fiscalização e boa parte dos membros dos legislativos fazem parte deste esquema rentável só para empresas e para políticos mau intencionados.

 

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