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14/08/2017     nenhum comentário

Atendimento na UPA recebe avalanche de críticas

Sobram queixas dos usuários da unidade diante do descaso da empresa e da Prefeitura.

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A Ouvidoria Popular do Ataque aos Cofres Públicos (AaCP) voltou a coletar denúncias contra o péssimo atendimento na UPA Central de Santos.

Na última segunda-feira (7), os usuários da unidade, terceirizada para a Fundação do ABC, desmentiram os dados da última pesquisa da Prefeitura. Enquanto o governo diz em sua propaganda que os santistas aprovam o serviço, na porta da unidade a insatisfação generalizada dos pacientes e acompanhantes mostra justamente o contrário (veja no quadro abaixo).

Carla Paola Pacheco é uma das munícipes insatisfeitas. Ela foi até a UPA levar a filha de poucos meses, que estava com pequenas feridas na boca, garganta, pé e mão. Não tinha nem o antibiótico e nem o remédio para alergia na unidade. “Da outra vez que vim a UPA estava cheia e não havia nem mesmo a amoxicilina. Isso aqui não é um pronto-atendimento”, contou.

O drama de Solange Augusto Alves, de 73 anos, foi ainda pior. Ela procurou a Ouvidoria Popular do AaCP pelo telefone 0800-770 7409 para contar que foi maltratada na unidade após cair e machucar a perna esquerda, na manhã da última segunda (7).

A idosa estava em um ônibus da Viação Piracibanana, em Santos, quando sofreu uma queda após uma brecada muito brusca. Ela ficou imprensada entre os assentos e teve de ser levada às pressas para a UPA de ambulância. A perna já havia sido quebrada há mais de 15 anos, o que a obrigava a andar de muletas. “Eu não tinha dores, porém, depois que caí, vivo a base de tramal para aguentar”.

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Solange conta que ficou na UPA das 10h até às 21h deitada em uma maca de ambulância. “Nenhuma funcionária quis me colocar em um leito. O médico que me examinou mandou fazer Raio-X, mas não me mostrou o resultado. Minha vizinha chegou para me ajudar e tentou saber se havia alguma fratura, mas já tinham mandado me dar alta. Fui para casa sem saber o que aconteceu com minha perna e agora as dores são insuportáveis”.

Solange conta que no momento em que recebeu alta, as enfermeiras disseram que não iam retirar a fralda. “Elas falaram que minha colega é que tinha que fazer isso. Nem o prontuário eu recebi. O médico não voltou para me reavaliar”.

 

Janete Andrade Almeida

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“Estou com muitas dores nas costas e vim pela segunda vez na UPA tentar descobrir o que é. Na quinta (3) me passaram um paracetamol e só. Disseram que não era nada, mas as dores continuaram. Essa noite nem dormi. Estou com falta de ar, ânsia de vômito. Hoje eu voltei e falei para o médico se não dava para tirar uma chapa do pulmão. Sabe o que ele respondeu? A senhora está com febre? Eu disse que não. Então ele disse que então não tinha o que fazer. Me receitou dipirona e mandou resolver na policlínica. Só que estou esperando há seis meses um ortopedista pela policlínica. Insisti e disse que já estava tomando dipirona e dorflex e não estava adiantando. Ele me mandou embora mesmo assim. Os médicos não querem fazer nada, nem olham na cara da gente. Não fiquei na sala um minuto. Tem dia que eu chego na UPA às sete da manhã e às três da tarde ainda estou em pé. As enfermeiras também tratam a gente com ignorância. Quando tinha o PS demorava, mas era melhor o atendimento. Agora está uma porcaria”.

Elinton Machado dos Santos

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“Da outra vez que fui à UPA, estava com pneumonia. Na consulta disse que tenho diabetes e, mesmo assim, me receitaram um xarope com açúcar. Quando eu falei novamente que não podia tomar aquilo, cancelaram e disseram que não tinham outra opção, que eu teria que procurar algo na farmácia. Isso foi no ano passado. Hoje retornei com secreção e o peito doendo. Novamente avisei que tenho diabetes e mais uma vez o médico me passou um expectorante que tem açúcar. Eu questionei e ele falou que a Prefeitura não dispõe de remédios para diabéticos. Ou seja, perdi um dia de trabalho”.

Helton Pires

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“Toda vez que precisamos é o mesmo transtorno de sempre. Seja de madrugada, de manhã. Desisti e vim embora. Toda vez são 4 a 5 horas aguardando. Deveria ter mais organização. É um descaso com a população. Duas horas só para ser chamado. Quando você precisa de um exame eles te encaminham para outra unidade para marcar e demora meses. Chega a ser uma piada quando a gente assiste na TV o prefeito dando declarações mentirosas. Aqui a realidade é outra. Os políticos e suas famílias não são atendidos nesse sistema. Não é só dinheiro que eles roubam da gente, eles roubam a saúde, eles roubam os sonhos”.

Rildo Lima Ferreira

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O médico da UPA nem olhou a minha perna. Não pediu Raio X, nenhum exame. Procurei a unidade porque senti uma pancada muito forte, como se alguém tivesse me dado uma marretada na panturrilha. Estava trabalhando na hora e não consegui mais me mexer. Vim me arrastando e o médico nem examinou o local que está inchado. Eu pedi para ele olhar e ele deu uma olhada rápida por cima da mesa. Mandou comprar um remédio, já que o que eu posso tomar não tem na UPA. Isso aqui é uma enganação. Eu expliquei que não estava atrás de atestado e que só queria entender o que aconteceu para obter uma solução. Não adiantou. Tiram a gente de idiota.

Andrea de Moura Aguiar

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Hoje me deu um problema no pé. Cheguei com dor na UPA, por volta de 9 horas da manhã. Fui atendida por um médico péssimo. Ele nem para levantar da cadeira e me examinar. Eu coloquei o pé em cima da mesa e ele mandou que eu tirasse. Ele nem levantou da cadeira. Péssimo atendimento. Já na farmácia da unidade não tem a medicação receitada. Apenas dipirona. Dipirona eu tomo na minha casa. Não tiraram nem Raio X. Péssimo, não tem remédio, o atendimento é ruim. Um absurdo. Isso aqui é de direito da gente. Gastam esses valores altíssimos e não resolvem nada. A gente sai de casa e vem aqui e não tem um medicamento? Pra que UPA aberta então? Pra onde está indo o dinheiro? Então fecha.

Kamila Dayane Souza Uchoa

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Meu caso foi uma luxação na mão. Estou com dor, mas não tinham nem dipirona, que é uma coisa básica. A médica receitou também diclofenaco para desinflamar, mas só me deram três comprimidos soltos. Eu até perguntei o porquê daquela mixaria e a atendente disse que era para aliviar a minha dor por 24 horas. Mas e as 48 horas, 72 horas depois? O atendimento foi em dois minutos só. Qualidade péssima. Você entra lá dentro e tem pessoas no corredor. Idosos não são bem atendidos. Mas pra eles está tudo bem. Estão ganhando dinheiro às nossas custas. Outro dia vim para arrancar um dente não pude porque o aparelho está quebrado. Mas verba eles recebem. O que eles fazem com esse dinheiro eu não sei.

Paulo Henrique Lopes de Oliveira

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Sou de Praia Grande e me falaram na UPA que eu tenho que ir para a minha cidade. Estou com um pedaço da vértebra quebrada e já fui no Irmã Dulce, mas lá também não consegui ser atendido. Como estou com dor e com a coluna travada, resolvi vir na UPA. Mas eles não me deram medicação nenhuma. O médico disse que me encaminharia para um tratamento. Cheguei na recepção com o encaminhamento e o funcionário disse que se eu moro em Praia Grande tenho que fazer o tratamento lá. Ou seja, não tiraram Raio X, não fizeram exame de sangue, não deram remédio, nada. O atendimento foi superficial. A UPA foi montada para salvar vidas e não para ficar fazendo peneiras, distinguindo quem é da cidade e quem não é. A UPA tem que ser mais humana. Pra mim é nota zero.

Veja abaixo o vídeo com alguns depoimentos:

 

 

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