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22/09/2015     nenhum comentário

Atendimento está parcial em hospital gerido por OSS em SP

Na unidade, gerida em contrato de OS pela Santa Casa, não estão funcionando nem o Centro cirúrgico e nem a UTI. Número de pacientes caiu e materiais básicos como gaze e esparadrapo estão em falta.

Atendimento capenga. Nada de Centro cirúrgico ou atendimento na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Dá para imaginar um hospital assim? Pois é desse jeito  que está o Hospital São Luiz Gonzaga. Ele não fechou as portas, mas atende de forma restrita no bairro do Jaçanã, Zona Norte de São Paulo.

O hospital é administrado pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo desde 2008, através de um contrato de organização social (OS). Por causa das reclamações dos usuários, o G1 fez uma matéria sobre o assunto no último dia 17/9.

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Segundo a reportagem, o conselho gestor do hospital, que representa os pacientes, diz que os atendimentos caíram em quantidade e pioraram na qualidade. A média de atendimentos na unidade em tempos normais é de 6 mil pessoas por dia. Mas esse número teria caído expressivamente.

O conselho gestor afirma que o problema ocorre por falta de recursos financeiros, pois a Prefeitura de São Paulo estaria devendo dinheiro para a Santa Casa, que administra o local através de um contrato de organização social (OS).

Porém, a Prefeitura diz o contrário. Alega que está em dia com os repasses. Enquanto isso, dia a dia os problemas se agravam.

“Na entrada do hospital foi possível notar que poucos pacientes entraram e saíram da unidade de saúde no período da manhã desta quinta (17). No interior da unidade, não havia filas no pronto-socorro e nem no pronto-atendimento. O setor de marcação de consultas tinha apenas uma pessoa”, descreve a matéria do G1.

O assunto também foi tema de pauta no  SPTV. A equipe do jornalístico televisivo contou que viu apenas uma ambulância chegando ao local no período em que esteve na unidade. “Funcionários relataram que falta medicamentos e materiais básicos como gaze e esparadrapo. Um integrante do conselho gestor do hospital disse que as ambulâncias estão fazendo apenas a transferência de pacientes para outros hospitais para a realização de exames. O Samu e os bombeiros não estariam levando novos pacientes para lá”.

Demanda
O Hospital São Luiz Gonzaga atende cerca de 1 milhão de pacientes dos bairros do Jaçanã e Tremembé. A Prefeitura de São Paulo informou que já solicitou uma reunião com a Santa Casa para tratar do assunto.

Já a Santa Casa afirmou que o prédio tem 111 anos e precisa de reforma, inclusive na UTI adulta e centro cirúrgico, que já está em obras. O centro obstétrico está pronto e funcionando. A Irmandade afirma que o atendimento está normal e que não falta medicamento e nem material.

Tanto a Santa Casa como a Prefeitura dizem ainda que negociam a renovação do contrato que foi prorrogado até o fim do ano.

A Santa Casa atua como OS também no Hospital Central e no Santa Isabel, os dois em Santa Cecília, além do Hospital Dom Pedro II, no Jaçanã, mesmo bairro do Hospital São Luiz Gonzaga.

Vale lembrar que a Santa Casa de São Paulo vive uma crise que levantou muitas suspeitas de desvios e superfaturamento na gestão do Hospital. Uma auditoria apontou que a dívida da instituição chega a R$ 773 milhões. A investigação das contas apontou que crise é maior que a prevista. Relatório anterior indicava que irmandade devia R$ 433,5 milhões.

SISTEMA FRAUDULENTO ORGANIZADO PARA LUCRAR ÀS CUSTAS DO ESTADO

Ocips e Organizações Sociais (OSs), ONGs e outros tipos de entidades “sem fins lucrativos” recebendo dinheiro público nada mais são que empresas com redes de atuação muitas vezes bem organizadas e sofisticadas para lucrar burlando os mecanismos de controle de gastos em áreas públicas e fraudando o estado. Quase sempre atuam em vários municípios de mais de um estado da federação.

Conforme documento da Frente em Defesa dos Serviços Públicos, Estatais e de Qualidade, “OSs e oscips somente se interessam em atuar em cidades e em serviços onde é possível morder sobretaxas nas compras de muitos materiais e equipamentos e onde pode pagar baixos salários. O resultado é superfaturamento em todas as compras (o modelo dispensa licitação para adquirir insumos e equipamentos), a contratação sem concurso público de profissionais com baixa qualificação e, por vezes, falsos profissionais.

O dinheiro que é gasto desnecessariamente nos contratos com estas empresas sai do bolso do contribuinte, que paga pelos serviços públicos mesmo sem utilizá-los e acaba custeando o superfaturamento e os esquemas de propinas para partidos e apadrinhados políticos”.

Santos está caminhando nesta direção desde o final de 2013, quando o governo municipal criou o projeto de lei das OSs e os vereadores a transformaram em lei sem qualquer discussão com a população.

A primeira unidade a ser terceirizada será a UPA que substituirá o PS Central. O contrato deve ser assinado nesta semana e os trabalhos da Fundação ABC, escolhida para tomar conta da unidade, começam 45 dias depois. Há a intenção do governo em firmar contratos no Hospital de Clínicas (antigo Hospital dos Estivadores) e também em unidades e programas da área da Cultura, Educação, Esporte e Assistência Social.

Para saber mais sobre esse verdadeiro golpe em andamento leia a cartilha Santos, Organizações Sociais e o Desvio do Dinheiro Público.

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