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25/09/2017     nenhum comentário

Ataque aos Cofres Públicos vai ao Hospital dos Estivadores

Na manhã da última terça-feira (19), estivemos no local pela primeira vez e já soubemos de um problema relatado pelo pai de um bebê que nasceu na unidade há três meses.

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No último dia 12 fez um ano da assinatura do contrato de gestão entre a Prefeitura e organização social (OS) Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz, para abertura do Hospital dos Estivadores de Santos (HES). O repasse anual dos cofres públicos para a conta bancária da OS é R$ 66,7 milhões, conforme especificado no contrato. Mas o investimento foi bem maior.

Para comprar o equipamento, a Prefeitura se comprometeu a pagar R$ 13 milhões em 10 anos (até 2021). Depois, gastou-se mais de R$ 46 milhões para a reforma e ampliação que atrasaram meses. Isso sem contar o custo com equipamentos… E o prédio só abriu as portas de fato em fevereiro deste ano. Ou seja, muito dinheiro gasto para pouco serviço prestado.

Numericamente, os atendimentos do complexo hospitalar ainda são ínfimos. O equipamento segue atendendo apenas como maternidade e pronto atendimento obstétrico. Segundo a empresa, foram 1.163 partos nos primeiros seis meses, uma média de 193 crianças por mês. Essa quantidade de nascimentos consumiu no período R$ 23,8 milhões, segundo dados publicados no Portal da Transparência.

Desde que contrato foi assinado, os repasses para a OS já totalizam R$ 30,7 milhões!

E qualitativamente, a quantas anda o serviço terceirizado a peso de ouro? Para investigar melhor como são prestados os poucos procedimentos que lá se realizam, o Projeto Ataque aos Cofres Públicos vai começar a ouvir os usuários e pacientes.

Na manhã da última terça-feira (19), estivemos no local pela primeira vez e já soubemos de um problema relatado pelo pai de um bebê que nasceu na unidade há três meses. Veja aqui o vídeo.

Carlos Alberto Gonçalves conta que sua esposa teve a criança e ela precisou ficar na UTI Neonatal por problemas respiratórios e sopro no coração. Com a melhora do quadro, o bebê já poderia ter sido transferido para um leito pediátrico, onde terminaria seu tratamento. Porém, o hospital não dispõe de enfermaria pediátrica.

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“Ele está ocupando vaga de UTI de outros bebês. Gastaram tanto com esse hospital e não pensaram nisso. Foi feito para a mãe ganhar o bebê e ir para casa, mas há casos em que a internação é necessária por mais tempo, pois a criança tem que ficar em uma estrutura hospitalar”.

Carlos reclamou que o filho precisou fazer exames com contraste para investigar problemas estomacais. “Não tem esse exame no Estivadores. Tiveram que internar ele no Guilherme Álvaro só para fazer esse exame. Mas não tinha nem ambulância para levar. Depois foi uma burocracia para ele voltar para a UTI neonatal do HES, onde segue a espera de uma vaga em uma enfermaria pediátrica”.

Denunciar e lutar para a saúde melhorar

Os munícipes que precisarem denunciar os problemas de atendimento no Hospital dos Estivadores e na UPA Central de Santos (administrada pela Fundação do ABC), têm o telefone 0800-770 7409 à disposição.

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Enquanto os PSs e o Hospital da Zona Noroeste seguem sendo sucateados pelo Governo de Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), as unidades geridas de forma terceirizada custam milhões. Dinheiro que sai do orçamento da Saúde e vai direto para as contas das Organizações Sociais (OSs), sem a devida fiscalização, com a omissão dos vereadores e do Conselho Municipal de Saúde.

As entidades, por sua vez, não estão oferecendo atendimento satisfatório. Na UPA além da demora absurda para atendimento, falta de tudo: de gesso a algodão, de cobertor a dipirona, de cadeira de rodas a amoxicilina.

No HES a imprensa chegou a noticiar os casos de duas gestantes traumatizadas com o serviço prestado na unidade. LEIA AQUI. Uma foi enviada para casa com quadro de infecção urinária e 40 minutos depois teve a filha na escadaria do prédio em que mora. A outra paciente teve um rolo de gaze esquecido dentro do corpo e a bebê com a clavícula quebrada, em decorrência do procedimento.

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O prefeito prometeu que a qualidade no serviço de Urgência e Emergência da cidade daria um salto de qualidade com as empresas contratadas assumindo. Por que será que o tucano ganhou apelido de Pinóquio?

Para lutar por uma saúde melhor, com investimentos sendo feitos de forma transparente e os serviços sendo geridos por servidores concursados sem rabo preso com governos, é preciso mostrar o que acontece todos os dias nos corredores destas duas unidades terceirizadas. Se você ou alguém de sua família tiver algum problema no atendimento, ligue e denuncie.

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