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22/06/2016     nenhum comentário

ARTE-EDUCADORES DA OS POIESIS FAZEM GREVE

Profissionais dizem que os cortes e mudanças nos contratos foram assumidamente feitos pela instituição para contornar o déficit orçamentário, sem “nenhuma preocupação com recursos humanos”.

Entram em greve nesta quinta-feira (23) o corpo de arte-educadores das unidades de Brasilândia, Capão Redondo, Jaçanã, Jardim São Luís e Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. Os profissionais exigem equiparação salarial, reintegração dos funcionários demitidos e retratação pública da Organização Social Poiesis perante os aprendizes em luta e todas as comunidades atendidas.

Eles denunciam o sucateamento e a ingerência da entidade que administra os processos pedagógicos de cinco Fábricas.

Conforme divulgou o site do Brasil de Fato, a decisão foi tomada pelos funcionários sem intermédio de nenhum sindicato.

Segundo os docentes, a instituição anunciou corte de verba e de funcionários, redução de horas de planejamento e da duração das atividades.

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Demissões
Na segunda-feira passada (13), a ex-diretora do Projeto Espetáculo, a atriz Daniela Biancardi, foi desligada da unidade do Capão Redondo.

A justificativa seria de que a atriz não teria perfil compatível com o projeto. Mas os educadores alegam que a medida está inserida em um contexto de cortes de funcionários e também pode ser um “aviso” aos funcionários que estavam em movimento de contestação desde o ano passado.

Daniela, que já participou de iniciativas culturais como o Arte contra a Barbárie, importante no cenário teatral de São Paulo, conta que participava ativamente de assembleias na instituição. Para ela, seu afastamento pode ter cunho político, já ela que não houve nenhuma reclamação quanto ao seu trabalho.

“Eu intuo que a implicância dos dirigentes é de me ver contribuindo em assembleias dos educadores, que têm discursos mais coerentes do que os da administração fraca que eles vêm realizando”, disse.

Segundo ela, cortes e mudanças nos contratos foram assumidamente feitos pela instituição para contornar o déficit orçamentário, sem “nenhuma preocupação com recursos humanos”.

Nesta quarta-feira (22/6) os profissionais divulgaram uma moção de repúdio:

MOÇÃO DE REPÚDIO!!!

Nós, educadores e educadoras das Fábricas de Cultura em greve repudiamos veementemente atitude persecutória da POIESIS ao ameaçar e demitir os funcionários que estão conduzindo a greve, numa clara tentativa de intimidação e desarticulação do movimento grevista. Na data de hoje, 22/06, a educadora de dança contemporânea da Fábrica de Cultura do Jardim São Luís, Ana Sharp foi demitida, em decorrência de perseguição política por parte da POIESIS. Esta atitude por parte da OS nos dá mais força para a luta, pois não permitiremos que a mesma continue agindo dessa forma para com os educadores e educadoras e, consequentemente, com a comunidade atendida.

Mexeu com uma, mexeu com todxs!
Ninguém fica para trás!

É GREVE!!!!!!

Comissão de Greve.

 

Aprendizes

Os aprendizes que estão no edifício no Capão também enxergam a demissão como uma forma de deslegitimar e encerrar a ocupação do prédio, que já dura quase um mês. A atriz reitera que o movimento dos aprendizes é autônomo e que os educadores não influenciam nem participam de decisões. Mas muitos apoiam. “Eu apoio todo o exercício de militância contra abusos de poder e a ingerência nas políticas públicas”, declarou Daniela.

aprendizes

Para o aprendiz André*, 19, as ações da Poiesis mostram “desespero” para tomar atitudes para encerrar a ocupação.

“Entendemos que nossas reivindicações vão precisar de um tempo para ser atendidas, porque são coisas difíceis. Porém há coisas que a Poiesis pode fazer para melhorar o diálogo com a gente”, disse. O único contato que a instituição vem tendo com os adolescentes, segundo eles mesmos, é por meio de notas oficiais.

André revela que a desocupação será feita de imediato se a instituição atender às exigências dos aprendizes e educadores.

Insatisfação
A demissão de Daniela se insere em um contexto de insatisfação crescente dos educadores e aprendizes com o modo com que a OS vem administrando as Fábricas de Cultura.

Rafael afirma que funcionários vêm sendo demitidos também nas outras cinco unidades. Segundo ele, desde o semestre passado, a Poiesis vem “coagindo” e “desarticulando” os educadores que tinham afinidades em comum e que questionavam estrutura da instituição, não só política como pedagógica.

“Uma carta já foi escrita no ano passado pelos educadores que denunciava o assédio moral de um dos supervisores. Alguns até deixaram o trabalho por causa de perseguições”, denuncia. Segundo ele, mesmo informada, a OS não tomou nenhuma medida quanto ao caso.

“A gente já vinha notando um declínio dos processos pedagógicos de maneira mais intensa, e os educadores perceberam que o fato de estarem divididos prejudicava os processos pedagógicos. A equipe não se encontrava, não conseguia conversar nem articular mais nada”, disse.

Segundo ele, esse ambiente de decepção entre os educadores aliado à alteração de horário da biblioteca sem consulta à comunidade culminou na ocupação do prédio pelos aprendizes.

Justificativas
A Poiesis nega veementemente as acusações. Segundo a organização, a Fábrica de Cultura do Capão tem 61 funcionários e apenas 3 foram demitidos desde o ano passado, sendo que um foi dispensado por mau atendimento ao público e dois funcionários da biblioteca serão realocados.

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