Um olhar atento sobre quem tenta vender o peixe das OSs
Cartilha da Prefeitura de Santos, custeada com dinheiro público, tenta iludir a população
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), lançou uma cartilha muito bem elaborada, e bem cara também, sob o título “Organizações Sociais e Gestão Compartilhada”, com a clara finalidade de criar uma opinião favorável à terceirização dos serviços públicos para as OSs. Quem não tem conhecimento prévio dos enormes problemas provocados por essas empresas em todo o Brasil, ao dar uma folheada na cartilha marqueteira pode tornar-se defensor imediato desse tipo de terceirização.
Mídia e Contraponto
Página 3 – MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – (…) uma das mais importantes ações é a parceria com organizações sociais (OS) para a gestão compartilhada de unidades e serviços, o que resultará principalmente na ampliação e melhoria da qualidade dos atendimentos em várias áreas.”
Página 10 – EXPERIÊNCIAS BEM-SUCEDIDAS – Por todo o Brasil, há inúmeras experiências bem-sucedidas de parcerias da Administração Pública com OS. Em Santos, um dos exemplos é a AME (Ambulatório Médico de Especialidades), do governo estadual, administrado desde 2010 por uma OS, por “duplicando o número de atendimentos e tornando-se referência na Baixada Santista.
Cartilha Organizações Sociais e Gestão Compartilhada, publicada pela Prefeitura Municipal de Santos
Página 3 -Por gestão compartilhada entenda-se: repasse de dinheiro público sem controle. Para haver fiscalização do dinheiro repassado às empresas seria necessário a realização de auditorias periódicas nas mesmas, mas nem o Tribunal de Contas pode entrar nas OSs, já que elas não são empresas públicas. A OS se limita a entregar relatórios que ela mesma faz. É a raposa tomando conta do galinheiro.
Página 10 – O governo estadual nunca apresentou comparativos entre o custo do serviço direto e o terceirizado. Em outros hospitais estaduais terceirizados já se constatou gigantescos desequilíbrios financeiros provocados pela terceirização. Quanto à duplicação dos atendimentos, nada foi feito por benevolência da OS e sim com aumento da despesa bancada pelos cofres do estado. Se o governo está gastando mais, por que não duplicou o atendimento no serviço direto? Já pretendiam repassar a bolada para a OS que iria administrar o AME?