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10/10/2019     nenhum comentário

Terceirização de UPA deflagra operação e secretário de Saúde de São Leopoldo está na mira da Polícia Federal

Investigação apura indícios de irregularidades na prestação de serviços na unidade emergencial de São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre (RS)

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Vem do Sul do país mais um escândalo envolvendo irregularidades e ilícitos na terceirização da saúde pública.

Nesta quarta (9), a Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou uma operação para apurar a prestação de serviços da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Scharlau, em São Leopoldo. Na cidade, foram alvos da investigação a Secretaria Municipal da Saúde, a residência do titular da pasta, Ricardo Brasil Charão, entre outros locais.

Mais de 50 agentes cumpriram 11 mandados de busca no município do Vale do Sinos e em mais duas cidades: Porto Alegre e Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo.

A unidade terceirizada sempre foi alvo de reclamações e denúncias dos usuários. Com a operação da PF vindo à tona, sabemos o porquê.  No ano passado, o Tribunal de Contas do Estado e uma comissão de fiscalização já haviam apontado que o serviço funcionava com um número inferior de médicos e enfermeiros do que estabelecido em contrato. O Tribunal também apontou prestação de contas deficiente e metas não cumpridas em relação à qualidade e à quantidade de atendimentos na UPA.

No âmbito federal, as investigações começaram em julho do ano passado, com o objetivo de apura as irregularidades desde a assinatura do contrato emergencial, firmado em março de 2017 entre o Executivo e a organização social IBSaúde.

Segundo a PF, apesar de o contrato estar sendo pago na sua integralidade e dos apontamentos feitos, o acordo foi prorrogado em novembro do ano passado. Ainda conforme a corporação, a IBSaúde, desde que passou a administrar a unidade de São Leopoldo, teria recebido o valor aproximado de R$ 21 milhões.

Os possíveis crimes

Batizada de Autoclave, a operação apura crimes da Lei de Licitações, peculato — desvio de dinheiro por parte de servidor público — e associação criminosa.

Foram cumpridos cinco mandados de busca em São Leopoldo. Além da Secretaria da Saúde e da casa do secretário Charão, houve apreensões de documentos e mídias na UPA da Scharlau e em outras residências.

Na Capital, foram quatro mandados cumpridos na sede da IBSaúde, em escritórios e residências. Já em Venâncio Aires, a PF esteve em um escritório de contabilidade e na casa de um dos responsáveis pela organização social que tem sede em Porto Alegre.

O outro lado
Em entrevista ao jornal Zero Hora, o secretário da Saúde, o secretário Geral de Governo, Marcel Frison, disse que o Executivo tem confiança total em Charão e que todos estão muito tranquilos em relação à investigação.

Já a IBSaúde divulgou nota dizendo que “ampliou o atendimento da população, passando dos anteriores 3 mil atendimentos para 9 mil atendimentos de pacientes ao mês – e, além de qualificar o atendimento, a gestão reduziu o valor (em relação ao contrato de gestão anterior) de R$ 1.4 milhões para R$ 931 mil mensais”. Alegou ainda que apresentou todas as prestações de contas exigidas e informações requeridas pelos órgãos de controle.

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