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31/07/2018     nenhum comentário

Prefeitura do Rio paga à OS que administra a UTI por 30 leitos mas só 20 estão ativos

OS alega que os repasses previstos em contrato não são suficientes para manter o compromisso estabelecido

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Jornais e sites cariocas tem destacado nos últimos dias problemas no atendimento em saúde pública, em especial nos serviços terceirizados para OSs.

A última atualização diz respeito ao Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, que mantém dez leitos de UTI fechados desde março enquanto emergência está superlotada. A OS garante o funcionamento de apenas 20, sendo que o contrato prevê 30 leitos.

Conforme mostrou o Jornal O Globo, uma vistoria da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores constatou esta e outras irregularidades nesta segunda-feira (30).

A unidade é administrada pela organização social SPDM, que renovou em junho o contrato de gestão com a Secretaria municipal de Saúde (SMS), cujo valor mensal é de R$ 9 milhões. Outros quatro leitos estão bloqueados desde 2016, quando a OS foi contratada. Apesar de a UTI ter espaço e instalações para 34 pacientes, apenas 30 leitos foram previstos no contrato.

O jornal prossegue, informando que enquanto uma ala inteira da UTI está fechada, a emergência sofre com a superlotação. Nesta segunda-feira, durante a inspeção, havia 24 pessoas internadas na sala vermelha, num espaço com instalações para 11 leitos. Na sala amarela, que tem capacidade para 21 leitos, 66 pessoas estavam internadas. Para cuidar de todos elas, seis a sete técnicos de enfermagem, em média, são escalados por plantão.

“É impossível fazer o trabalho adequadamente, cuidar do paciente como deve ser feito com essa superlotação. Verificamos que, dos 24 pacientes internados na sala vermelha, 15 estavam em respiradores. O tempo de permanência na sala vermelha não deve ser maior que 24 horas. Esses pacientes deveriam estar na UTI, mas 20 leitos de terapia intensiva já estavam ocupados e outros dez, fechados. Sem contar os quatro, que nunca funcionaram na gestão da organização social, porque não foram previsto em contrato”, explicou o vereador Paulo Pinheiro (PSOL), da Comissão de Saúde da Câmara.

De acordo com Pinheiro, que pretende formalizar o pedido de intervenção da Prefeitura no local, esses leitos de UTI estão fechados porque faltam pessoal e material. Ao “RJTV”, da Rede Globo, a Prefeitura do Rio disse que vai cobrar da organização social que administra a unidade a normalização dos serviços.

Telefone cortado e cirurgias canceladas

Na última sexta-feira (27), O Jornal O Globo mostrou que profissionais de enfermagem do hospital de Santa Cruz  denunciaram as condições precárias de atendimento. O telefone estava cortado e as cirurgias eletivas ortopédicas e neurológicas haviam sido suspensas por falta de insumos de profissionais. Com os salários atrasados, muitos não estavam indo trabalhar. O pagamento saiu na última quinta-feira (26), mas os funcionários relatam que o vale-refeição não é depositado desde janeiro.

Profissionais de saúde da unidade contaram, no entanto, que o desabastecimento não é o único obstáculo que enfrentam para salvar vidas. As condições precárias para manter os pacientes no pós-operatório são assustadoras. Monitores cardíacos sucateados, ligados a cabos presos com esparadrapos, mostram valores errados de medição e não alertam para casos de parada cardíaca.

“Já faz algum tempo que usamos respiradores de transporte. Os pacientes graves que precisam ser operados de urgência ficam nesses ventiladores, o que mata o paciente aos poucos, pois eles não suportam uma ventilação inadequada por vários dias. Os monitores não funcionam bem. Na sala vermelha, onde sempre tem 30 pacientes ou mais, há cerca de 22 monitores. Desses, dez estão funcionando e de forma precária. Já pegamos pacientes que estavam em óbito havia horas, porque o monitor nos mostrava valores irreais”, contou uma profissional de enfermagem.

 

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