denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
09/03/2019     nenhum comentário

Mais uma na UPA de Santos: Médicos confundem meningite com sinusite e família classifica como descaso

Com fortes dores e depois de ser levado duas vezes à unidade terceirizada pela FUABC, o garoto foi diagnosticado com a real doença na Santa Casa, onde permanece internado

Jovem foi atendido na UPA Central de Santos, SP, e recebeu diagnóstico de sinusite — Foto: Susan Hortas/Prefeitura de Santos

Um menino de 14 anos teve meningite confirmada após passar o Carnaval com a família em Santos, no litoral de São Paulo. Inicialmente, o paulista João Vitor de Alcântara foi diagnosticado com sinusite após ser levado dois dias seguidos para a UPA Central da cidade, com queixa de fortes dores na cabeça. De acordo com o tio, o adolescente só foi diagnosticado com meningite ao ser levado às pressas para Santa Casa de São Paulo.

“Estou indignado com o atendimento médico e a triagem da UPA de Santos. Um total descaso”, afirma o tio do adolescente, Roberto Mendes, de 33 anos. Ele conta que o sobrinho tem diabetes e deu entrada na UPA na noite de domingo (3) com queixas de fortes dores na região frontal da cabeça e com o nível glicêmico alto.

Após passar pela triagem, segundo Roberto, o garoto esperou por horas pelo atendimento médico. O menino tomou soro, medicação na veia e fez um exame de sangue. Na manhã da segunda-feira (4), as dores de João persistiram e o nível de glicemia também aumentou. “Retornamos ao hospital e, após aguardar novamente para a análise do exame de sangue, mesmo com o quadro de piora dele, a médica alegou que não era necessário outros procedimentos e o diagnosticou com sinusite”.

João Vitor continuou com fortes dores e foi levado às pressas ao Pronto Socorro da Barra Funda, em São Paulo. O médico pediu que o garoto tentasse posicionar o queixo sobre o peito e ele não conseguiu realizar o movimento. Houve a suspeita de meningite e ele foi levado de ambulância para a Santa Casa de São Paulo, onde foi confirmada a doença.

O jovem segue internado em isolamento, recebendo o tratamento adequado. “É inaceitável não ter sido feito este protocolo padrão na UPA por nenhum dos médicos. O médico mesmo destacou isso e reforçou o quanto a doença é perigosa, principalmente por ser letal e transmissível”, destaca.

joao-vitor-e-tio

G1 entrou em contato com a Santa Casa de São Paulo para saber o estado de saúde de João Vitor. Em nota, a unidade confirmou que o garoto segue internado, com estado de saúde estável, mas ainda não há confirmação se a meningite é bacteriana ou viral.

De acordo com a Secretaria de Saúde a meningite é uma doença que atinge o sistema nervoso, caracterizada por um processo inflamatório atingindo a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal das pessoas. Mais frequentemente é ocasionada por vírus ou bactéria. Alguns casos podem evoluir a óbito ou a um dano no cérebro mais grave deixando sequelas.

O tipo de tratamento depende do agente que causa a doença: vírus, bactéria, fungos, parasitos, outros. Nas meningites bacterianas é importante conhecer o tipo de bactéria envolvida de forma a possibilitar o tratamento correto. Para isso é necessário realizar exames para confirmar a meningite. A doença é transmitida quando pequenas gotas de saliva da pessoa infectada entram em contato com as mucosas do nariz ou da boca de um indivíduo saudável.

Saúde Pública 

Roberto Mendes, tio de João Vitor, informou que registrou o caso, com o laudo médico do sobrinho, na ouvidoria da Prefeitura de Santos, na madrugada desta sexta-feira (8).

Laudo emitido pela Santa Casa de São Paulo, SP, confirma diagnóstico de meningite em adolescente — Foto: Roberto Mendes/Arquivo Pessoal

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a Seção de Vigilância Epidemiológica (Seviep) monitora o caso e realizou, nesta sexta-feira (8), novos contatos com o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE), do governo estadual. Ainda não há dados conclusivos do tipo de meningite do paciente e, de acordo com as informações repassadas pelo órgão estadual, a ficha de notificação aponta que não há sinais e características de meningite meningocócica, como erupções e manchas avermelhadas no corpo do paciente.

De acordo com a pasta, este tipo da doença é que exige a realização de profilaxia (uso de antibióticos) nas pessoas que tiveram contato íntimo prolongado com o possível portador, como amigos e familiares. A indicação do órgão de Vigilância estadual é de se tratar de meningite viral, que não exige profilaxia.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *