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22/03/2018     nenhum comentário

Ex-diretor de Saúde de Campinas é preso no escândalo da OS Vitale

Segundo Gaeco, ele e outros servidores garantiam vantagens à organização social em troca da propina mensal.

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A quinta-feira (22) amanheceu tensa em Campinas, onde o Gaeco, braço do Ministério Público, prendeu logo cedo o ex-diretor de saúde da Prefeitura, Anésio Curat Jr.

A segunda fase da Operação Ouro Verde, batizada de Caduceu, cumpre quatro mandados de prisão e outros cinco de busca e apreensão em Campinas e São José do Rio Preto.

A ação é mais um desdobramento das investigações sobre o esquema de corrupção apurado no  Departamento de Prestação de Contas da Secretaria de Saúde de Campinas. De acordo com os investigadores foi constatado que houve pagamento de propina mensal a servidores deste setor, em troca de autuação, para garantir o desvio sistemático de verbas públicas pela Organização Social Vitale.

O ex-assessor da Secretaria de Saúde, Ramon Luciano da Silva, também tem mandado de prisão em seu desfavor. Os policiais já passaram na casa dele e efetivaram a prisão, sem resistência.

Também há mandados de prisão contra Osvaldo Perezi Neto e Orlando Leandro de Paula – ambos de São José do Rio Preto.

Também foram feitas duas apreensões em Campinas: um veículo modelo BMW e duas motocicletas (1 Ducati e 1 Burgman).

Além dos veículos, outros objetos foram alvo desta fase, segundo o Major da PM Malco Basílio. “Aparelhos eletroeletrônicos, celulares, computadores e afins, e mais documentos que pudessem relacionar os dois investigados à primeira fase da Operação Ouro Verde”, afirma.

Lembrando que na casa de Anésio, o ex-diretor preso nesta quinta, já havia sido encontrada na primeira fase da operação a quantia de R$ 1,2 milhão. Na ocasião, ele alegou que o dinheiro era decorrente da venda de uma fazenda e pertencia a um primo.

Em Rio Preto, os mandados de prisão são para Osvaldo Perezi Neto, já preso, e Orlando Leandro de Paula Fulgêncio, ainda não encontrado. Médico e advogado, respectivamente, atuam na cidade. A ligação deles é com a Organização Social Vitale, segundo o promotor do Ministério Público Daniel Zulian.

Esquema

Com o esquema estima-se que ao menos R$ 4,5 milhões em verbas públicas da área da Saúde de Campinas tenham sido desviados.

“Esta fase é relacionada diretamente à corrupção nesse setor. A corrupção, havia uma contraprestação em troca do dinheiro recebido. Então, em troca da propina que eles recebiam, eles garantiam vantagens para a organização criminosa que estava por trás da Vitale. […] A operação ainda está em curso”, explica o major Basílio.

O contrato da Vitale com a unidade médica foi suspenso em novembro de 2017 após a prisão de seis pessoas na 1ª fase da Operação Ouro Verde.

Anésio e Ramon foram exonerados dos cargos em dezembro. Anésio é concursado e, após deixar o cargo de direção, foi afastado de todas as funções até o fim das investigações. Ramon era comissionado e atuava como coordenador Setorial, junto à Coordenadoria Setorial de Auditoria de Repasse Público ao Terceiro Setor, do Departamento de Prestação de Contas da Secretaria de Saúde.

1ª Fase
O Gaeco Campinas iniciou as investigações em fevereiro de 2017 e foi apurado na 1ª fase da Operação Ouro Verde que um grupo ligado à OS Vitale usava a entidade para obter indevida vantagem patrimonial por meio de consultorias simuladas.

Durante a ação da 1ª fase em Campinas foram apreendidos dois carros, modelos Ferrari e BMW. Ao todo, de acordo com o MP, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão em sete cidades paulistas, mas há indícios de que a organização criminosa atuava em outros estados.

O prefeito Jonas Donizette (PSB) também é investigado. Por ter foro privilegiado, ele é alvo de apurações da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ). Donizette foi citado por empresários em parte das escutas telefônicas gravadas pelo MP, sobre supostas negociações para beneficiar a Vitale.

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