denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
15/05/2020     nenhum comentário

VIROU INQUÉRITO A DENÚNCIA DOS MÉDICOS SOBRE O SUCATEAMENTO DO PS EM PRAIA GRANDE

Prefeitura tem até este sábado (16) para cumprir as recomendações do Ministério Público do Trabalho depois que servidores expuseram diversos problemas em carta pública

psquietudde

Mostramos na semana passada que médicos de Praia Grande (SP) resolveram quebrar o silêncio e denunciaram uma série de irregularidades no atendimento, na estrutura e nas condições de segurança do PS Quietude. (Veja aqui).

Gerida pela administração direta, a unidade é vítima de sucateamento há anos, enquanto contratos multimilionários, regados a muita verba municipal e sem transparência, beneficiam organizações sociais (OSs) em outras unidades na Cidade.

Após a carta aberta assinada por dezenas médicos e enviada ao Ministério Público do Trabalho, um inquérito civil foi aberto.

Há denúncias graves de risco à saúde dos trabalhadores do Pronto Socorro e da “Tenda Covid”. Um outro problema é a insuficiência no número de profissionais, que gera sobrecarga às equipes.

Conforme afirmou ao G1 o procurador Rodrigo Lestrade Pedroso, o relato é dramático e “a inércia da administração em adotar providências tendentes a evitar o contágio, contribuiria em muito para o contágio destes servidores, e, daí, para seus familiares, amigos e outras pessoas”.

O MPT emitiu uma notificação recomendatória para que a administração municipal de Praia Grande garanta que seja feita a triagem clínica, incluindo reconhecimento precoce de casos suspeitos de Covid-19. Se necessário, deverá haver encaminhamento imediato para área separada dos demais pacientes em espera e dos demais serviços. A área deve ser ampla e ventilada, com suprimentos suficientes de higiene respiratória e das mãos.

O órgão também recomendou manter o abastecimento constante de equipamentos de proteção individual, como as máscaras e luvas descartáveis, aventais e capotes descartáveis, entre outros.

O MPT ressaltou que a administração municipal deve garantir o mesmo nível de proteção a todos os trabalhadores do estabelecimento. As empresas terceirizadas também devem tomar as medidas necessárias para garantir a saúde e segurança dos profissionais.

Segundo o MPT, os pacientes que chegarem ao pronto socorro com suspeita do novo coronavírus deverão receber máscaras cirúrgicas descartáveis para usar em todos os momentos. Os casos confirmados deverão ser isolados.

O dimensionamento adequado da equipe também é recomendado pelo MPT, assim como o estabelecimento de horários para descanso e alimentação entre os profissionais, o treinamento a todas as equipes sobre melhores práticas e o atendimento psicológico aos que atendem os infectados pela pandemia.

Foi dado prazo para que a Prefeitura de Praia Grande cumpra as determinações. São 5 dias, a partir do dia 11 deste mês, o que significa que as mudanças t6em de estar implementadas até este sábado (16).

Caso não proceda as alterações, o Município pode ser enquadrado no artigo 268 do Código Penal como “infração de determinação do Poder Público destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”.

A Secretaria de Saúde Pública de Praia Grande disse, por meio de nota, que todas as unidades, inclusive o PS Quietude e Hospital para Síndromes Respiratórias, atendem as especificações e diretrizes do Ministério da Saúde para o enfrentamento e combate a Covid-19.

As denúncias

Dentre as denúncias estão baixa insalubridade no ambiente e o fato de que os profissionais de saúde precisam levar os macacões de proteção para lavar em casa.

O texto cita ainda que pacientes atendidos com a suspeita da Covid-19 transitam dentro do pronto socorro normalmente, pois não há regras gerais de segurança na unidade, aumentando o risco biológico de contaminação.

A tenda montada em frente à unidade de saúde, utilizada exclusivamente para atendimento de pessoas com a suspeita do novo coronavírus, estaria em condições insalubres, não possibilitando a internação adequada para pacientes, segundo o documento.

Por conta da situação relatada, os médicos estariam com alto nível de estresse e adoecendo por terem que desempenhar várias funções, “inclusive a remoção de paciente em ambulância UTI para hospitais referenciados” e sem o devido equipamento de proteção.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *