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14/05/2020     nenhum comentário

TRABALHADORES DA SAÚDE DE SP LUTAM CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO DE HOSPITAL ESTADUAL

Servidores do Hospital Estadual de Guaianases denunciam sucateamento e contrato multimilionário com OS Santa Marcelina

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Apesar da alegada falta de verbas para o Sistema Único de Saúde (SUS), o governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB) avança na entrega dos hospitais públicos geridos pelo sistema público de saúde para grandes corporações privadas chamadas Organizações Sociais (OSs).

A nova mira do governo privatista é o Hospital Geral de Guaianases, na Zona Leste de São Paulo.

Para dizer não a mais esse ataque, servidores do equipamento fizeram um protesto na manhã desta terça-feira (12) contra a terceirização da unidade de saúde.

A informação é de que o hospital estadual passará a ser gerido pela Organização de Saúde (OS) Santa Marcelina, que firmou convênio com o governo de São Paulo por seis meses no valor de R$ 30 milhões, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.

São mais de mil trabalhadores concursados que correm o risco de sair de seus postos em meio à pandemia de Covid-19.

E por que essa sanha por entregar os serviços às empresas, em especial às OSs? Campanhas de políticos são financiadas pelas empresas privadas e este é o motivo pelo qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os governadores e os prefeitos criaram leis para terceirizar saúde pública, por meio de organizações sociais e outras entidades “pilantrópicas” como oscips e Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

Todas essas empresas são cabides eleitorais, fonte certa de propina e financiamento para vereadores, prefeitos, deputados, governadores etc. Boa parte dos hospitais estaduais de SP estão nas mãos dessas máfias. E agora, com a pandemia e a liberação para contratos e compras emergenciais sem licitação, a festa com o dinheiro público fica ainda maior.

Protesto

O sindicato dos trabalhadores do setor de saúde de SP (SindSaúde) se reuniu com os trabalhadores no último dia 6, quando a gestão do hospital informou que os trabalhadores não poderão ficar na unidade, pois a OS virá com equipe completa e não haverá postos para permanência no local. Com isso, os trabalhadores seriam transferidos para o Hospital Geral de São Matheus, sem que houvesse outras opções.

Como mostra o site G1, em meio à manifestação desta terça-feira (12), uma funcionária fez um desabafo emocionado, lembrando que terá de deixar o hospital após 28 anos de trabalho no local: “Agora do dia para a noite dizem que não somos mais necessários porque o hospital foi entregue para a OS”.

Com a mudança de local, os trabalhadores temem que haja perda salarial. De acordo com o novo posto de trabalho eles podem ficar sem o adicional de insalubridade, que pode chegar ao máximo de 40%, ou seja, R$ 702,12. A renda é essencial para os servidores que há anos denunciam os baixos salários e a falta de aumento real para compensar perdas passadas.

Faltam EPIs e medicações

A estratégia dos governos nos períodos anteriores à terceirização é sucatear os serviços para depois justificarem a necessidade do modelo de gestão. De acordo com os funcionários do Hospital de Guaianases, a unidade sofre com falta de material e de pessoal para executar os serviços essenciais: “um só fazendo o serviço de 4, 5 pessoas, aí de repente vai entrar uma OS que ganha milhões e nós não servimos para mais nada?’, relatou uma profissional ao G1.

E não é só isso. A unidade também está com elevadores quebrados, a farmácia está desabastecida e faltam de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os profissionais.

Veja o relato abaixo de uma servidora: 

“Não tínhamos seringa, medicação, cadeira decente para trabalhar… Cadeira de rodas é uma só quebrada para a população inteira, remendada com fita crepe. O mesmo elevador que sobe a comida, desce o morto com Covid-19 porque o outro está quebrado. São mais de 15 anos com o elevador quebrado. Quando conserta de manhã, chega de tarde está quebrado. Subimos de escada correndo para o doente não passar necessidade. Agora vão colocar 4 elevadores, vai ter ferramentas para os meninos, que usavam as que traziam de casa. Para a OS tem milhões e para nós se precisávamos de R$ 10 para uma Dipirona não tinha”. 

A situação ruim começou a melhorar um pouco só após o anúncio da terceirização pelo valor de R$ 30 milhões. Do anúncio para cá o hospital passou a receber equipamentos, material de proteção e até um contêiner.

A Secretaria de Estado da Saúde rebate as afirmações e diz que mais que dobrou a aquisição de EPIs e materiais hospitalares e que todas as unidades estaduais estão abastecidas.

Por meio de nota, a pasta afirma que a “OS Santa Marcelina ficará encarregada de fornecer equipes profissionais completas e gerir 20 leitos de UTI, 140 leitos de clínica médica e obstetrícia exclusivos para atendimento de pacientes com a Covid-19”.

E complementa que  “segue trabalhando na melhoria do serviço e atendimento a população da região e por isso investiu R$ 976 mil para abertura dos novos leitos. A unidade conta com dois elevadores em pleno funcionamento e dois estão em manutenção, sem prejuízo na rotina dos serviços.”

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