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18/11/2021     nenhum comentário

TERCEIRIZADA DÁ CALOTE E FUNCIONÁRIOS ENTRAM EM GREVE EM HOSPITAL DE GOIÁS

Os trabalhadores, que são contratados por uma empresa terceirizada que atua no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap), alegam salários atrasados como justificativa para ação

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Funcionários da limpeza e manutenção que atuam no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap) deflagraram, nesta quinta-feira (18), uma greve. Os trabalhadores, que são terceirizados na unidade hospitalar, estão com salários atrasados e não tiveram outra saída a não ser a paralisação.

Em vídeo que circula na internet, um dos funcionários afirma que os salários dos colaboradores que atuam na limpeza e manutenção do hospital estão atrasados há mais de uma semana e que apenas metade do pagamento foi depositado, na última semana.

Para a imprensa local o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde/GO), Ricardo Manzi, criticou o modelo de gestão no qual os trabalhadores atuam, se referindo à terceirização, processo esse que “acaba resultando nesse tipo de situação”, se referindo aos salários atrasados e à consequente greve.

O sindicalista diz que membros do Sindsaúde estarão no Hmap na próxima segunda-feira (22), para se inteirar da situação e prestar o apoio necessário aos funcionários.

O que é mais absurdo é que, segundo o governo municipal, o Hmap declarou que repassou à empresa prestadora de serviços o valor de R$ 300 mil na última semana, referente à fatura de outubro. Ou seja, a empresa já recebeu a verba e não repassou aos empregados.

Recentemente, no mesmo hospital, que é gerido pela organização Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), os médicos também iniciaram um movimento grevista por conta do atraso no pagamento dos salários.

Foi em setembro deste ano. O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) denunciou a ocorrência de atrasos salariais constantes à imprensa local.

De acordo com o Diário de Aparecida, a presidente da corporação, Franscine Leão, afirmou que a OS IBGH contrata diversas empresas para a quarteirização de médicos. O atraso dos pagamentos, segundo a profissional, ocorreu porque estas empresas não teriam feito o repasse aos médicos.

“Nós estamos acompanhando o caso desde outubro de 2020. Entramos em contato com a gestão, fizemos reunião com eles e os vereadores do município e a informação que sempre nos é repassada é que não ocorrem atrasos nos repasses da Secretaria Municipal para o IBGH. Foi feita uma manobra financeira da própria OS. Eles contratam os profissionais médicos sem nenhum direito trabalhista e nenhuma comprovação. A empresa antiga ficou sem realizar alguns pagamentos ainda no início do ano e agora ela já não atende mais o hospital”, disse a sindicalista.

De acordo com Franscine, a atual empresa quarteirizada não atrasou os repasses. “O problema ocorreu com empresas que já encerraram o contrato. Muitos profissionais já nem prestam serviço no HMAP e não receberam devidamente pelo período trabalhado. Têm médicos que ainda nem receberam os salários de janeiro e fevereiro. O IBGH contrata outras empresas, paga antecipado e depois atrasa novamente”.

Atrasos salariais são históricos

Em maio deste ano, um grupo de médicos prestadores de serviços à unidade hospitalar denunciou que estavam desde fevereiro sem receber os proventos e sobrecarga de trabalho. De acordo com eles, o problema afetava cerca de 30 profissionais do hospital. Os profissionais disseram que procuraram a empresa responsável por pagar os salários, a qual informou não ter recebido o repasse da OS responsável para fazer o pagamento.

Vale lembrar que o Hospital é alvo de investigação de desvios de recursos durante pandemia. A Polícia Civil deflagrou no dia 16 de setembro a Operação Parasitas, que investiga o suposto desvio de recursos públicos da área da saúde em 2020, durante a pandemia da Covid-19. Na ação, que contou com 123 policiais civis, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 21 deles em Goiânia e dois no Estado de São Paulo, em Buritizal e Ituverava.

Segundo a PC, as investigações revelaram indícios de esquema criminoso instalado na Organização Social IBGH, que teria resultado no desvio de cerca de R$ 6 milhões destinados à compra de materiais e insumos hospitalares, principalmente, para combate à pandemia.

Os policiais indicam que as irregularidades teriam ocorrido em Contratos de Gestão relacionados à administração do HMAP, dos Hospitais Estaduais de Pirenópolis (HEELJ), Jaraguá (Heja) e de Urgências da Região Sudoeste, em Santa Helena de Goiás (Hurso), bem como de centros médicos voltados ao tratamento de pacientes com Covid-19 localizados no Estado do Amapá.

Em manobra de direcionamento de contratos, empresas de fachada registradas em nomes de laranja foram contratadas em regime de urgência para o fornecimento de materiais hospitalares, todavia, após o pagamento das despesas, foi detectado que parte do dinheiro teria retornado a pessoas intimamente ligadas aos gestores da Organização Social, em esquema de lavagem de dinheiro.

Na época, a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia esclareceu que não é alvo da operação em questão e que possui 15 auditores externos independentes analisando todas as prestações de contas dos serviços executados pela Organização Social na gestão do hospital.

Já o IBGH esclareceu acerca do cumprimento de mandado de busca e ação da Operação Parasita que sempre atuou de forma transparente e com a observância de todos os princípios legais em vigor em nosso ordenamento jurídico.

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E CONTRA A PEC 32!

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos dos trabalhadores.

Falando novamente em ensino público municipal, a Educação Infantil tem cada vez mais unidades subvencionadas para entidades que recebem dinheiro público e não são fiscalizadas. A assistência social também tem sido rifada desta mesma forma pelo atual governo.

É evidente que todo esse processo de terceirização à galope traz como saldo para a sociedade a má qualidade do atendimento e o desmonte das políticas públicas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais da classe trabalhadora, aumento da exploração e acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais.

Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores, enquanto executores dos serviços ou enquanto usuários destes mesmos serviços. O modelo de gestão pública por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido sempre.

E vem aí a Reforma Administrativa por meio da PEC 32, em rápida tramitação no Congresso. O objetivo, como sempre, é simplesmente acabar com o serviço público como conhecemos e transformar as administrações em grandes cabides para contratação de indicados e cabos eleitorais com total respaldo da lei. Também vai, na prática, acabar com os concursos públicos.

O dinheiro público agora poderá ser desviado oficialmente para as empresas amigas, as campanhas eleitorais e as rachadinhas (aquele esquema em que o político contrata alguém, mas exige que o contratado deposite parte do próprio salário na conta do político).

A Reforma não acaba com privilégios, nem mexe com eles. Ao contrário, mantêm os privilégios e os altos salários de juízes, políticos, promotores, diplomatas, cúpula dos militares e outros.

O único objetivo dessa Reforma é piorar os serviços públicos e atacar os servidores que atendem a população mais vulnerável.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos! Contra da PEC 32 e em defesa das políticas públicas!

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