SPDM CONTRIBUI PARA A PROLIFERAÇÃO DO VÍRUS COM UPA SUPERLOTADA NA ZN
Fotos foram feitas pela equipe do vereador de Santos, Fabrício Cardoso, na Unidade de Pronto Atendimento da Zona Noroeste
“Em mais uma das minhas Fiscalizações surpresa, me deparei com uma situação surreal na UPA Zona Noroeste, em plena pandemia”. Assim o vereador Fabrício Cardoso inicia seu post, mostrando o furdunço na unidade de saúde que atende a parte mais carente de Santos.
A situação caótica foi flagrada na noite da última segunda (15). O cenário era desolador: um amontoado de gente, com e sem suspeita de Covid, dentro e fora da UPA. A Organização Social que administra o equipamento é a SPDM, empresa ficha suja que desde o início da gestão na unidade é alvo de reclamações e denúncias. Mesmo assim, em plena pandemia, o Governo de Santos insiste em manter o serviço na mão de quem só quer saber de lucrar às custas do SUS.
“Tendo em vista que a Organização Social SPDM recebe R$1.500.000,00/ mês pelos serviços ofertados, situações assim são INACEITÁVEIS e me obrigam a cobrar outras providências e respostas em Plenário, baseadas nas cláusulas contratuais firmadas com a Cidade, de maneira que os munícipes não voltem a vivenciar nada parecido”, diz o vereador.
O flagrante desta segunda (15) ocorreu apenas 5 dias depois que a imprensa regional publicou uma notícia sobre a demora para atendimento e a falta de um sistema de triagem para separar os casos suspeitos de coronavírus dos demais usuários. Veja aqui.
Printamos alguns comentários de usuários das UPA da ZN e das demais UPAs terceirizadas. São centenas, o que mostra que o sistema não deu certo. Só é bom para as empresas contratadas pelo Governo.
Terceirizar o SUS é ruim por vários motivos
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as OSs não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.
No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.
Há até casos em que esse as organizações sociais são protegidas ou controladas integrantes de facções do crime organizado, como PCC.
No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.
É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS e, pior ainda: o risco às vidas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!