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15/02/2021     nenhum comentário

SPDM: ALAGAMENTOS E SUSPEITA DE ERRO MÉDICO MARCAM TERCEIRIZAÇÃO DO HOSPITAL IRMÃ DULCE

Em apenas um dia, o hospital municipal de Praia Grande ganha manchetes negativas nos jornais que vão de denúncia de erro a inundação do prédio

irmadulcefev

 

“O Hospital Irmã Dulce é triste”. A frase é da mãe de uma paciente que precisou de atendimento na última quinta (11). A moradora procurou a imprensa após ver o descaso com que a filha foi tratada e presenciar o que, segundo ela, configura erro médico sério. Veja a matéria abaixo:

Não foi apenas Osvaldete Santos que recorreu à mídia para denunciar problemas. Outra matéria mostra que pacientes e acompanhantes ficaram indignados com o estado em que o prédio gerido pela organização social SPDM ficou após a chuva de sexta-feira (12).

“Inaceitável. Agora um hospital que tem históricos terríveis não é de se admirar. Teve até médico falso”, comentou um internauta, ao ver o vídeo das poças d’água inundando os corredores da unidade.

A reportagem com os relatos segue na íntegra, na sequência da reportagem sobre a denúncia de erro médico.

Família acusa hospital de negligência após jovem ter corpo tomado por manchas: ‘Irmã Dulce é triste’

Rafaele de Almeida Santos, de 19 anos, foi internada para tratar de um cisto em seu peito. Familiares alegam que medicamentos utilizados no hospital de Praia Grande causaram intoxicação na paciente

Uma jovem de 19 anos está internada no Hospital Irmã Dulce desde a última quinta-feira (11) com uma forte intoxicação que a família alega ter sido causada por negligência médica.

De acordo com a mãe, Osvaldete Lopes de Almeida Santos, a estudante Rafaele de Almeida Santos foi medicada com antibióticos que causaram o surgimento de várias manchas por todo o corpo.

Entre idas e vindas hospitalares, o drama de Rafaele começou no último dia 5, quando foi levada pela mãe a um médico vascular (particular) na cidade de Santos, que indicou a internação por conta do aparecimento de um cisto em seu peito. Foi então que a família decidiu levá-la ao hospital da cidade onde mora, Praia Grande.

“O cisto drenou sozinho logo no primeiro dia [de internação]. Mas ela continuou internada para fazer outros exames, assim poderiam ter certeza de que não havia mais algum cisto ou resquícios dentro do peito dela. Durante quatro dias, a medicaram com clindamicina e rocen, antibióticos que causaram reação alérgica fortíssima nela”, diz a mãe.

Pouco depois, na última terça-feira (9), recebeu alta, já que o “problema do cisto estava resolvido” mesmo com as manchas e conhecimento da reação alérgica. “Pensei que, pela alta, o problema não fosse tão grave, mas estava errada”, relata.

Dois dias depois, em casa, foi notada uma piora nas manchas pelo corpo da jovem, que novamente foi levada a outra consulta particular, desta vez, em Praia Grande. A médica que a atendeu explicou o caso e disse que se tratava de uma intoxicação [alergia grave] e alertou para o risco de parada cardiorrespiratória. Osvaldete contou que retornou com a filha ao Irmã Dulce imediatamente.

“Ela segue internada, sem previsão de alta ou quando as manchas vão sumir”, desabafa. “Não sei o que faço, estamos na enfermaria. Aqui, não temos como tomar banho, já que o banheiro está quebrado. Para isso, você precisa sair do quarto, mas minha lha não consegue sequer andar direito por conta da intoxicação por erro médico. O hospital Irmã Dulce é triste”.

Osvaldete explicou que a lha nasceu com malformação congênita causada pela síndrome de Proteus, uma doença genética rara caracterizada pelo crescimento excessivo e assimétrico dos ossos. No caso de Rafaele, foi necessária a amputação do pé direito.

A equipe de ATribuna.com.br entrou em contato com a assessoria do hospital, mas, até o momento de publicação desta reportagem, não recebeu uma reposta sobre o ocorrido.

 

Veja agora a matéria sobre os alagamentos:

 

Hospital Irmã Dulce é tomado por poças d’água durante temporal em Praia Grande: ‘Vergonha’;

Pacientes agraram o momento em que funcionários tentavam escorrer a água com auxílio de rodos

Durante a chuva que atingiu Praia Grande na quinta-feira (13), o Complexo Hospitalar Irmã Dulce sofreu com alagamentos em diversos pontos.

A situação foi agrada por pacientes que aguardavam atendimento e se revoltaram com a falta de estrutura do local. Nas imagens, é possível ver funcionários com auxílio de rodos na tentativa de escorrer as poças.

Em um dos registros do momento em que a água invadia os corredores da unidade, um morador que filmava a situação relata que foi ao local para cuidar da família e se deparou com as poças. “É isso que nós temos que passar”, explica. Mais tarde, junto de outro paciente, eles armam: “Uma vergonha”.

Resposta
Procurada por ATribuna.com.br, A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) esclareceu que, mesmo com a forte chuva ocorrida em todo o município de Praia Grande na quinta-feira (11), não houve qualquer tipo de prejuízo no atendimento ofertado pelo Hospital Municipal Irmã Dulce.

Os locais da unidade onde houve acesso pontual de água foram prontamente isolados e devidamente secos e higienizados. Atualmente, todos os setores seguem em funcionamento, sem nenhuma intercorrência ou paralisação.

A SPDM é a mesma organização social que atua na UPA da Zona Noroeste de Santos e que tem protagonizado muitas denúncias de ineficiência e caos no atendimento. Em âmbito estadual, a OS também tem nas costas várias investigações e problemas na prestação de contas.

Veja nos links abaixo as matérias mais recentes envolvendo a OS ficha suja:

OSs EM SANTOS: SPDM DEIXA UPA DA Z. NOROESTE SEM PEDIATRA

SPDM: JUDICIÁRIO CONDENA HOSPITAL IRMÃ DULCE POR NÃO GARANTIR SEGURANÇA SANITÁRIA

MÉDICO DA SPDM É ACUSADO DE AGREDIR CRIANÇA DE 8 ANOS NA UPA DE PRAIA GRANDE

JUDICIÁRIO DO TRABALHO FECHA O CERCO CONTRA SPDM POR FALHAS NO IRMÃ DULCE

UPA DA ZONA NOROESTE ERRA EM DIAGNÓSTICO E GERA SOFRIMENTO DESNECESSÁRIO A PACIENTE

Terceirização ameaça as políticas públicas de várias formas

Mais uma vez fica claro a quem e a qual objetivo a terceirização e privatização da saúde pública servem.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as OSs não passam de empresas privadas em busca de lucro fácil, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Há até casos em que esse as organizações sociais são protegidas ou controladas integrantes de facções do crime organizado, como PCC.

No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.

É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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