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08/06/2020     nenhum comentário

SANTOS DEIXA DE EQUIPAR LEITOS DE UTI NO HOSPITAL DA ZN PARA DESTINAR APARELHOS A HOSPITAL PRIVADO, DIZ VEREADORA

Hospital Vitória está sendo gerido por uma OS, por R$ 15 milhões, depois da PMS gastar quase R$ 5 milhões com a reforma do prédio que servirá temporariamente como Hospital de Campanha

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A vereadora de Santos Telma de Souza (PT, 3º Mandato) enviou um requerimento ao Governo Municipal questionando o motivo de até agora o Hospital da Zona Noroeste não ter colocado em funcionamento os leitos de UTI já preparados para atender casos de Covid-19.

Segundo a parlamentar, “informações preliminares” recebidas por seu gabinete dão conta de que ao menos 7 leitos de UTI já poderiam ser ativados no equipamento, mas isso não teria ocorrido porque os aparelhos necessários tiveram o destino desviado para o Hospital Vitória.

O Hospital Vitória é um equipamento privado que a Prefeitura de Santos reformou e equipou para servir temporariamente como Hospital de Campanha da Cidade.

É preciso esclarecer o porquê da priorização do hospital particular localizado na Zona Leste, uma já bastante servida por leitos, em detrimento do hospital municipal localizado do outro lado da Cidade, em uma área bastante populosa.

Veja abaixo a justificativa e o requerimento na íntegra:

 

O Complexo Hospitalar da Zona Noroeste (CHZN) vem passando por diversos de serviços de reforma para a melhoria dos serviços oferecidos à população. Está prevista a ampliação para 12 leitos de UTI e 33 de enfermaria, sendo que parte disso, especificamente 7 leitos de UTI, já está pronta.

O Complexo já deveria estar sendo utilizado no enfrentamento ao coronavírus, como anunciado pela própria Prefeitura no Plano de Ampliação dos Leitos para atendimento de paciente do COVID-19. Mas, estranhamente, até agora, ele não foi equipado e, segundo informações preliminares apuradas pelo nosso Gabinete, a explicação para isso é que os aparelhos necessários para a implantação das UTIs na Zona Noroeste foram destinados para o Hospital Vitória, instituição privada que, temporariamente, servirá ao Município.

Essas informações são muito graves, porque evidenciam o desvio de recursos públicos para um equipamento privado em detrimento a uma unidade pública que servirá à população durante e depois da pandemia.

Ou seja, por uma questionável decisão do Município, os milhares de moradores da Zona Noroeste continuam sem a retaguarda de UTI na própria região, o que, indiscutivelmente, em situações extremas, pode representar a diferença entre a vida e a morte.

Assim, diante da gravidade do exposto, apresento o seguinte:

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Alto custo por leito

Vale lembrar que enquanto durar a pandemia, o Hospital Vitória (que estava parado e agora virou hospital de campanha) será administrado por uma organização social. Mais um contrato, este sem licitação, firmado com uma empresa que lucrará milhões sem a devida transparência e sem a fiscalização adequada dos gastos de recursos do SUS.

No mês passado fizemos uma matéria mostrando o valor do contrato de gestão firmado com a OS Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz e o alto custo por leito que o serviço terá para os cofres municipais.

Veja abaixo a matéria na íntegra:

 

MAIS TERCEIRIZAÇÃO EM SANTOS: CUSTO POR LEITO NO HOSPITAL VITÓRIA CHEGA A R$ 150 MIL
O alto valor de custeio por leito no hospital de campanha chama a atenção, se comparado com outras cidades

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Reformado com recursos da Prefeitura (R$ 4,9 milhões) para atender especificamente os pacientes de covid-19, o Hospital Vitória, que dispõe de 130 leitos, tem previsão de iniciar atendimento na semana que vem, dia 22, com R$ 19 milhões disponíveis para custeio – verba oriunda do Estado.

Como já se sabe, o prefeito de Santos decidiu colocar uma organização social (OS) para gerenciar o chamado Hospital de Campanha. O estranho é que o custo por leito chega a R$ 150 mil. Só a empresa Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz vai ficar com R$ 15 milhões.

A OS é a mesma que já fatura alto na gestão do Hospital dos Estivadores. Por mês ela faturará R$ 48,7 mil por leito.

O valor do custeio dos leitos chama a atenção por estar acima de outros hospitais de campanha. Um exemplo é o Hospital de Campanha de Volta Redonda (RJ). A unidade, erguida no Estádio Raulino de Oliviera, tem 114 leitos e o custeio total, incluindo os três meses que deverá ficar em funcionamento, ficará em R$ 2,5 milhões. O custo mensal por leito é de R$ 7.300,00, sem gestão terceirizada.

Já o Hospital de Campanha instalado pelo Governo do Estado no Complexo Esportivo do Ibirapuera terá um custeio de R$ 10 milhões por mês. São 268 leitos, ao custo de R$ 37,3 mil cada, com gestão por OS.

Mesmo assim, é bem menos do que o custo mensal por leito no Hospital de Campanha de Santos.

Gestão do Hospital Vitória

A gestão compartilhada entre a Prefeitura e o Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz ocorrerá por meio de um aditamento do contrato para gerenciamento do Complexo Hospitalar dos Estivadores. O custeio mensal da unidade é de R$ 4,8 milhões. O Município também busca recursos do Ministério da Saúde para a operação.

Dos 130 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), apenas 17 serão Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), Os outros 113 serão de enfermaria simples.

A OS vai pegar o equipamento totalmente reformado e equipado pela Prefeitura. Os quase R$ 5 milhões de recursos municipais foram gastos pela administração municipal para adequações na estrutura física e na rede de gases e para a compra de equipamentos e leitos hospitalares, além de ventiladores mecânicos e monitores multiparâmetros. Os leitos estão em fase final de montagem.

Enquanto isso, equipamentos tocados de forma direta, por servidores concursados da Saúde seguem caindo aos pedaços. Unidades como o antigo PS Central (hoje Hospital de Pequeno Porte) e o Hospital da Zona Noroeste estão sucateados e com equipes sobrecarregadas e sem as devidas condições de trabalho.

A quem interessa a entrega de tantos milhões às empresas de saúde? Por que só com a pandemia as verbas aparecem e vão direto para OSs e empresas de histórico duvidoso?

Com a crise sanitária, por todo o país estamos vendo pipocar escândalos e denúncias envolvendo superfaturamentos em contratos e compras emergenciais com OSs e empresas criminosas.

E por que essa sanha por entregar os serviços às empresas, em especial às OSs? Campanhas de políticos são financiadas pelas empresas privadas e este é o motivo pelo qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os governadores e os prefeitos criaram leis para terceirizar saúde pública, por meio de organizações sociais e outras entidades “pilantrópicas” como oscips e Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

Todas essas empresas são cabides eleitorais, fonte certa de propina e financiamento para vereadores, prefeitos, deputados, governadores etc. Boa parte dos hospitais estaduais de SP estão nas mãos dessas máfias. E agora, com a pandemia e a liberação para contratos e compras emergenciais sem licitação, a festa com o dinheiro público fica ainda maior.

 

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