denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
29/04/2021     nenhum comentário

RAPAZ DENUNCIA MÉDICA DA UPA DA Z. LESTE DE SANTOS POR TRATAR MAL PACIENTE IDOSA

Além de ser grosseira na consulta, a profissional deu diagnósticos contraditórios

upa-zona-leste2

No último dia 28, um morador de Santos levou sua mãe, uma idosa de 68 anos, para a UPA da Zona Leste e passou péssimos momentos.

Ele relata que a idosa não teve o diagnóstico correto e que mãe e filho foram mal tratados por uma médica. Pedindo para não ter o seu próprio nome e da mãe divulgados, ele questiona a falta de qualidade do serviço, gerido pela organização social Pró-Saúde.

A consulta ocorreu por volta das 8h30. A paciente estava com a mão inchada, imóvel e com muita dor. Os problemas ocorreram logo após os dois entrarem no consultório. Segundo ele, se dirigindo à médica no interior do consultório a paciente deu início a sua narrativa com o intuito de explicar o que estava sentindo. A médica demonstrou certa dificuldade em entender os sintomas e o filho tentou explicar as queixas. “Enquanto eu narrava minha mãe mostrava a mão inchada e imóvel, inclusive eu informei a suposta médica que tal problema da minha se estende já alguns anos. (…) Em todas as tentativas das minhas narrativas de forma grosseira e estúpida, a médica interveio diversas vezes, afirmando que o relacionamento dela se dava única e exclusivamente com a paciente e não com o acompanhante”.

O filho então tentou justificar que começou a falar devido a dificuldade de entendimento da médica. “Foi então que ela, de forma exaltada e mais uma vez grosseira, apenas disse que não tinha o porque conversar comigo e sim com com a minha mãe. Neste momento apenas me calei e passei apenas a observar o método de Atendimento da mesma”.

Ele prossegue contando que após o relato da idosa, a médica apresentou três tipos de diagnósticos diferentes, porém em nenhum momento examinou a paciente.  “Apenas diagnosticou informalmente”.

Segundo o relato, primeiro a profissional disse que era caso de unha inflamada, sugerindo que um fiapo ou algo parecido poderia ter entrado no local. Disse que poderia ser até mesmo uma possível alergia do sabão de lavar louças. “Neste momento eu tentei informar que não se tratava de unha inflamada, pois anteriormente já houve diagnóstico de ‘Dedo de Gatilho’, nome vulgarmente conhecido pelos médicos do passado”.

Mais uma vez ela teria dado de ombros e de forma grosseira apenas se dirigiu à idosa, indagando sobre a profissão dela. A paciente informou que era do lar. Neste momento a doutora mudou o diagnóstico, informando que o problema era na coluna. “Minha mãe então já preocupada disse que ela estava enganada, pois nunca apresentou problemas na coluna e que eu, filho dela e acompanhante dela, estava tentando explicar o que de fato estava sentindo”.

Mais uma vez de forma grosseira a profissional repetiu que não falaria com o acompanhante e informou que iria encaminhá-la para realizar um hemograma completo, pois poderia estar contaminada com a Covid-19 e, consequentemente, alguma bactéria poderia estar causando alguma inflamação.

“Neste momento eu intervi de vez  e solicitei que minha mãe levantasse da cadeira. Fomos para a recepção, onde pedi para conversar com a administração ou responsável pelo local. Não me conduziram para a administração e nenhum responsável pelo local veio para que eu pudesse formalizar as queixas sobre o péssimo atendimento por parte da médica, além de diagnósticos completamente errôneos e contraditórios”.

No final a paciente foi encaminhada para outra médica. Só então foi examinada, orientada e medicada. “Ao sair do local mais uma vez informei a alguns funcionários que gostaria de ir na administração formalizar uma queixa ou denúncia. Infelizmente, mais uma vez fui impedido. Não consegui ter acesso a esse setor”, conta o filho, que ainda faz diversas indagações:

“Porque essa dificuldade dos pacientes acessarem a Administração? Não existe uma assistente social de plantão no local para auxiliar sobre casos como esse?Quem está por trás dessas OSs? Quais são os critérios de contratação dos profissionais que atuam nessas OSs?”.

O santista disse ainda que tentou por diversas formas contato com a organização social Pró-Saúde para formalizar a reclamação, mas foi informado por telefone que a empresa não possui esse tipo de serviço. “Em pesquisa via internet pude constatar que o site reclame aqui possui 11 reclamações sobre essa mesma empresa, porém nenhuma delas se quer foi respondida aos usuários. Minha mãe precisou ir no primeiro horário e tinha acompanhante. E os idosos que não possuem e que só conseguem ir em horários mais conturbados? Como será o tratamento recebido? São esses os tratamentos que os munícipes merecem?”.

O rapaz diz que ao chegar em casa fez a denúncia à Ouvidoria Municipal de Santos.

Muito dinheiro e pouca eficiência

Entre o 1º e o 3º quadrimestre de 2010, o impacto dos gastos com organizações sociais (OSs) na saúde municipal de Santos, ou seja, terceirização, aumentou em 40,9%.

A soma dos repasses de recursos em contratos de gestão firmados e auxílios financeiros a quatros empresas chegou a R$ 207,3 milhões em 2020. O total de despesas no ano foi R$ 772 milhões. Assim, as quatro OSs em atuação (Fundação do ABC, SPDM, Pró-Saúde e Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz) correspondem a 27% de todos os gastos com Saúde na Cidade.

Quando a analise é feita por quadrimestre, vemos que o percentual de comprometimento de recursos com OSs começa em 21,5% nos primeiros quatro meses do ano, sobre para 27,7% no 2º quadrimestre e chega a 30,3% nos últimos quatro meses do exercício.

Os dados foram apresentados pela Secretaria em duas audiências públicas de prestação de contas na Câmara, em março desde ano. Obviamente, usuários que precisam dos serviços das UPAs comandadas por empresas com histórico manchado por investigações e denúncias, não puderam comparecer nas audiências para dizer a verdade sobre a qualidade do atendimento.

Apesar das UPAs serem fontes corriqueiras de reclamações de todos os tipos, em 2021 a tendência é de aumento do montante de dinheiro público destinado a empresas e à terceirização. Isso porque vai aparecer na conta dos gastos o contrato celebrado com a OS ligada à Universidade Santa Cecília, que desde novembro atua na clínica escola para autistas.

Além disso, o Governo de Rogério Santos (PSDB) também está preparando a terceirização da Saúde Mental. A informação de bastidores preocupado os servidores do setor e os defensores da política antimanicomial. Mais dinheiro de dos santistas deverá escorrer pelo ralo da terceirização e da ineficiência.

Terceirização ameaça as políticas públicas de várias formas

Mais uma vez fica claro a quem e a qual objetivo a terceirização e privatização da saúde pública servem.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as OSs não passam de empresas privadas em busca de lucro fácil, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Há até casos em que esse as organizações sociais são protegidas ou controladas integrantes de facções do crime organizado, como PCC.

No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.

É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *