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24/03/2020     nenhum comentário

Quarentena: cai em 65% atendimento nas UPAs e repasse de verba continua igual

Cerca de R$ 2 milhões por mês que vão para o bolso dos empresários das OSs poderiam ser revertidos em compra de EPIs e ações de combate ao Coronavírus

upaverba

A Prefeitura de Santos informou à imprensa que em função da quarentena e após apelo para que as pessoas não lotem as unidades de urgência e emergência, as unidades de pronto atendimento (UPAs) geridas pelas organizações sociais tiveram uma queda de 65% no número de pacientes.

A pergunta que fica é: com queda exponencial no número de pessoas que buscam atendimento pela razões que todos já sabemos, por que não reverter 65% da verba repassada mensalmente para compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como luvas, máscaras cirúrgicas, capotes e proteção ocular?  E também álcool em gel e outras ações de combate ao Covid-19?

Sabemos que muitos locais da Prefeitura que seguem atendendo a população por serem serviços essenciais estão sem esses EPIs. São unidades da Saúde, mas também Guarda Municipal, ouvidoria entre outras repartições que precisam continuar atendendo, ainda que com equipes reduzidas.

Hoje as duas OSs que atuam nas duas UPAs faturam R$ 3,3 milhões por mês. Caindo em 65% a demanda de usuários, a prefeitura teria condições então de economizar R$ 1,95 milhão por mês. Uma verba que direcionada para tentar diminuir a velocidade de contágio da doença certamente seria muito mais útil para a população!

Prefeitura não se preparou 

Quem frequenta as reuniões do Conselho Municipal de Saúde de Santos sabe que desde janeiro a Secretaria de Saúde foi questionada sobre que medidas estava tomando para enfrentar o Covid-19, que já naquela altura se configurava como uma ameaça global em potencial. A preocupação colocada era de que somos uma cidade portuária, que é porta de entrada para doenças vindas de todas as partes do mundo.

Além disso, outro fator que justificaria medidas antecipadas por parte do Governo é o fato de que Santos é a cidade com maior percentual de idosos do país, com pouco mais de 20% da população composta por pessoas com mais de 60 anos. São quase 100 mil pessoas mais vulneráveis à letalidade da doença.

As respostas aos questionamentos sobre o enfrentamento Covid-19, tanto do secretário Fábio Ferraz, quanto dos responsáveis pelo setor de Vigilância Epidemiológica, eram sempre a de que estava tudo sob controle.

Só recentemente o governo declarou Calamidade Pública para poder comprar materiais sem licitação, em um momento onde a demora para estes materiais chegarem nos servidores públicos tende a aumentar em razão da alta demanda.

O resultado, conforme denuncia o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos  (Sindserv) é que os trabalhadores que estão na linha de frente no atendimento à população estão sem EPIs e sem produtos básicos de higienização para realizar o trabalho necessário com segurança. Abaixo um trecho da matéria publicada pelo Sindserv.

“É grave a situação das unidades de Saúde, Assistência Social e outros. Faltam insumos como: máscaras, aventais, óculos, luvas, álcool gel e papel toalha.

Nos locais onde há estes insumos, a pequena quantidade e o racionamento no uso aumentam o risco de contaminação.

Segue abaixo a lista até agora das unidades que o sindicato recebeu denúncia por falta de material:

1) Hospital e Maternidade Municipal Dr. Silvério Fontes;
2) Policlínica Ponta da Praia;
3) Policlínica do Castelo;
4) CRAS Centro (Centro de Referência da Assistência Social – Centro);
5) SEACOLHE-AIF (Seção de Acolhimento e Abrigo Provisório de Adultos, Idosos e Famílias em Situação de Rua);
6) CAPS AD IJ (Tô Ligado);
7) Urgência Urbana;
8) DESERP (Departamento de Serviços Públicos);
9) Garagens da Prefeitura e Saúde;
10) SIAMAT (Sistema de Administração de Materiais);
11) Cemitério da Areia Branca;”

O sindicato informou que está denunciando esse descaso amplamente para a imprensa e encaminhando a denúncia para o Ministério Público. O órgão sindical ainda está pedindo para que os servidores que estiverem atuando desprotegidos entrem em contado e denuncie.

O telefone é (13) 99179-0838 e o e-mail é  [email protected]

 

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