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22/06/2020     nenhum comentário

PRESO FILHO DE EMPRESÁRIO CONTROLADOR DE OSs FRAUDULENTAS NO RIO

Vinícius Peixoto teria alterado dados de sua empresa offshore, o que para os investigadores mostra que ele continuou a lavar dinheiro, mesmo com a investigação em curso

peixotofilho

Esta segunda-feira (22) confirmou o dito popular “Filho de peixe, peixinho é”.

Na verdade, podemos adaptar a expressão para “Filho de Peixoto, Peixotinho é”… Isso porque em mais um desdobramento da Operação Favorito, vertente da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão contra o empresário Vinícius Peixoto, filho de Mário Peixoto, de quem é sócio.

Mário Peixoto já está preso, apontado por ser o homem que tinha o controle das organizações sociais suspeitas de contratos fraudulentos com o Governo do Estado.

A prisão preventiva foi autorizada pelo juiz Marcelo Bretas e cumprida pelo Núcleo de Capturas da Polícia Federal do Rio de Janeiro, enquanto o rapaz estava em casa, na Barra da Tijuca.

Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, do Jornal O Globo, há elementos que fazem a PF concluir que o empresário estaria ligado ao esquema criminoso e seria envolvido em possíveis favorecimentos em contratações públicas relacionadas ao período de enfrentamento emergencial da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Na última sexta-feira, ele havia sido denunciado com outras 16 pessoas – incluindo o pai – pelos crimes de lavagem de dinheiro, pertinência a organização criminosa e obstrução à investigação, no âmbito da Operação Favorito.

Vinícius Peixoto já havia sido preso na Operação Favorito, mas foi concedido prisão domiciliar por suspeita de Covid-19. No entanto, segundo os investigadores, em casa ele alterou dados de sua empresa offshore. A defesa do suspeito disse que prisão é arbitrária e sem motivo legal que a justifique.

R$ 500 milhões desviados

A Operação Favorito foi deflagrada no mês passado, com o objetivo de desarticular um esquema complexo de corrupção em atividade desde 2012, na saúde fluminense. A investigação aponta que os danos provocados pelo grupo aos cofres públicos do Estado e de Prefeituras superam R$ 500 milhões.

Na denúncia, o MPF traz ainda mais detalhes sobre os crimes de lavagem de dinheiro envolvendo a organização social IDR e dez empresas subcontratadas, que totalizam o montante de R$ 176.893.625,10; os crimes de lavagem de dinheiro envolvendo transferências de recursos da empresa Atrio-Rio para as empresas patrimoniais GML Gestão de Ativos, MV Gestão de Ativos e MVC Gestão de Ativos, no montante de R$ 50.257.482,78, bem como o custeio de despesas pessoais de Mário Peixoto pela Atrio; os crimes de lavagem de dinheiro envolvendo transferência de recursos da empresa Atrio-Rio para as empresas de consultoria AD Consultoria e CLS Marketing e Serviços, no montante total de R$ 17.206.459,93; os crimes de lavagem de dinheiro, por meio de saques de valores em espécie no total de R$ 12.63.563,37, realizados por funcionários da Atrio-Rio das contas da empresa; o crime de lavagem de dinheiro relacionado à ocultação de R$ 1.500.859 em espécie por Luiz Roberto Martins, ex-Presidente do IDR; o crime de pertinência à organização criminosa e o crime de obstrução à investigação de organização criminosa.

O ex-deputado estadual Paulo Melo, o empresário Mário Peixoto e outras três pessoas foram presas no dia 14 de maio em mais uma etapa da Lava Jato no RJ, a Operação Favorito. Peixoto e Melo, que já foram sócios, acabaram presos nesta operação porque surgiram indícios de que o grupo do empresário estava interessado em negócios em hospitais de campanha.

O alvo seria as unidades montadas pelo estado – com dinheiro público – no Maracanã, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Campos e Casimiro de Abreu.


Os males da Terceirização

Os contratos de terceirização na Saúde e demais áreas, seja por meio de organizações sociais (OSs), seja via organizações da sociedade civil (OSCs) são grandes oportunidades para falcatruas pelo encontro de intenções entre administradores dispostos a se corromper e prestadores que montam organizações de fachada para estruturar esquemas de ganhos ilegais para ambas as partes.

As fraudes proliferam pela existência de corruptos e corruptores, em comunhão de objetivos, mas também pela facilidade que esta modalidade administrativa propicia para a roubalheira. Gestões compartilhadas com OSs e termos de parceria com OSCs não exigem licitações para compras de insumos. As contratações de pessoal também tem critérios frouxos, favorecendo o apadrinhamento político.

A corrupção, seja de que tipo for, é duplamente criminosa, tanto pelo desvio de recursos públicos já escassos quanto pela desestruturação de serviços essenciais como o da saúde, fragilizando o atendimento da população em pleno período de emergência sanitária.

Reafirmamos…

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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