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29/09/2017     nenhum comentário

Pai vai à imprensa para denunciar falta de estrutura no Hospital dos Estivadores

Desesperado, Carlos também procurou a Defensoria Pública para conseguir uma transferência para um local com UTI pediátrica. “Esse hospital só tem Raio X e Ultrassom e UTI para crianças de até um mês”, diz.

O Jornal Diário do Litoral traz na edição desta sexta (29), uma história dramática que o Secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, não conta sobre o Hospital dos Estivadores. O Hospital tem gestão terceirizada para uma organização social (OS) em um contrato com valor global de R$ 66 milhões.

Na audiência pública da última quarta (27), Ferraz disse que as OSs são “instrumentos para o gestor moderno promover a Saúde”. E que “Saúde se faz com parcerias”.

Olha aí a bela parceria feita com muito dinheiro público, que sai do bolso da população que paga impostos.

O discurso vazio foi desvelado com a realidade apenas dois dias depois, com a publicação da história de um bebê e sua família em luta pela vida e contra a falta de estrutura no HES.

“O Estivadores não possui aparelhos para exames simples, especialistas e ambulância. Só tem Raio X e Ultrassom. Não tem sequer leito de recuperação”, acusa a família, que procurou a Defensoria Pública para conseguir transferir o bebê para um hospital com melhor estrutura.

O Ataque entrevistou o pai do bebê na semana passada, conforme pode ser visto no vídeo abaixo.

Confira abaixo a matéria na íntegra do Diário do Litoral:

 

Defensoria dá 24 horas para tirar bebê que necessita de UTI dos Estivadores
O pequeno L.S.G depende de equipamentos que o hospital não dispõe. Família está tentando transferência. A professora Cristiane Leila e seu irmão e pai da criança, Carlos Alberto da Silva Gonçalves, estão desesperados com a possibilidade da criança não resistir.

A Defensoria Pública de Santos deu prazo de 24 horas (hoje) para que o a Direção do Complexo Hospitalar dos Estivadores transfira o bebê L.S.G, de quatro meses de vida, para um hospital equipado com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, por conta da situação emergencial de saúde da criança e a necessidade de tratamento adequado. A família está há meses tentando e não consegue, conforme relato nessa reportagem.

A defensora Lais Rabello Zaros se baseou no relatório de uma médica neonatologista do próprio Estivadores, que atesta que a UTI Neonatal, a qual o menino está internado desde quando nasceu, só tem condições de atendimento de bebês com até 28 dias de vida.

“O paciente necessita de atendimento médico especializado em crianças maiores de um mês, além de exames específicos que não dispomos em nosso serviço”, afirma a profissional.

A médica revela que a criança aguarda a realização de vários exames e precisa de uma investigação diagnóstica para saber porque ainda depende de ventilação mecânica e intolerância alimentar, bem como, porque da má formação do sistema urinário. Ela elencou nove possíveis diagnósticos sobre a saúde de L.S.G.

A tia

A professora Cristiane Leila da Silva Gonçalves (tia do bebê) e seu irmão e pai da criança, Carlos Alberto da Silva Gonçalves, estão desesperados com a possibilidade da criança não resistir. Eles praticamente estão morando nos Estivadores e garantem que o complexo não tem condições de tratar pós-partos complexos. O menino sobrevive por conta de medicação cardiológica, soro e antibióticos.

“Logo após o nascimento, descobrimos que o hospital não possuía o aparato necessário para tratar a criança. Há dois meses, eu consegui uma vaga na Santa Casa de Santos e a direção do Estivadores não quis aceitar a transferência porque não havia cumprido os trâmites protocolares. Ninguém sabe o que meu sobrinho tem porque o Estivadores não possui aparelhos para exames simples, especialistas e ambulância. Só tem Raio X e Ultrassom. Não tem sequer leito de recuperação. A médica me disse que ele está correndo risco de morte” afirma Cristiane.

Cristiane e Carlos relatam que L.S.G já teve que sair do hospital várias vezes para fazer exames e teve casos que a espera levou uma semana. “Uma vez, no Hospital Guilherme Álvaro, o médico me disse que é errado uma criança permanecer tanto tempo com aparelhos e dependendo de exames externos à unidade. Na última vez, a ambulância requisitada quebrou e meu irmão e a médica tiveram que empurrá-la. Os equipamentos do veículo ficaram desligados e meu sobrinho correndo risco”, relata a tia, que acredita que a direção dos Estivadores não quer admitir que o complexo tem problemas para atender.

Pai

L.S.G é o único filho de Carlos Alberto que está desempregado e praticamente vive nos Estivadores. “Meu filho está sendo mantido vivo e não está sendo tratado. Eu tive que apelar à Defensoria porque estou muito apreensivo. Estou correndo contra o tempo e a Diretoria do hospital não define o que meu filho tem e nem permite que ele seja transferido. Estou sofrendo e resolvi procurar a Imprensa porque não quero que outros pais passem a mesma situação”, desabafa o pai, grato pelo empenho dos profissionais, mas revoltado com a falta de estrutura do Hospital dos Estivadores. “Meu filho já deveria estar se recuperando e, no entanto, pode pegar uma doença pulmonar e outras em função das condições inadequadas”, finaliza.

Prefeitura

Procurada, a Secretaria de Saúde de Santos informa que o bebê nasceu com uma síndrome genética complexa, a qual requer uma série de cuidados médicos, e a família recusou, no seu nono dia de vida, a transferência para a Santa Casa de Santos. “A criança recebe os melhores recursos disponíveis, mas requer leito de UTI pediátrica, o qual o Município está empenhado em buscar nos hospitais prestadores do Sistema Único de Saúde em conjunto com a central estadual (CROSS)”, finaliza nota.

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