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24/07/2020     nenhum comentário

OSs E OS CRIMES: PRESOS MAIS CINCO ACUSADOS DE FRAUDES NA SAÚDE DO RIO

Apontado como sócio oculto da empresa, sua esposa e mais três investigados foram os alvos de mandado de prisão, ocorrida em Campinas (SP)

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O Ministério Público do Rio de Janeiro e a Polícia Civil fluminense fizeram, na manhã desta quinta-feira (23), uma operação para prender suspeitos de desviar R$ 6,5 milhões em contratos com a prefeitura da capital do estado. Foram cumpridos cinco mandados de prisão e 16 de busca e apreensão.

A ação tem como alvos principais a antiga gestão da Organização Social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), que recebeu R$ 4,3 bilhões em recursos públicos entre 2009 e 2019. Investigadores apontam um “complexo esquema criminoso” que possibilito o desvio de parte dos recursos.

O dinheiro seria obtido ilegalmente por empresas intermediárias prestadoras de serviços. Entre os presos estão Eduardo Cruz, ex-controlador do Iabas e acusado de ser o sócio oculto, e sua mulher, Simone. O casal foi preso em Campinas (SP).

Também foi detido o meio-irmão Eduardo, Marcos Duarte da Cruz, além de Adriane Pereira Reis e o empresário Francesco Favorito Sciammarella Neto.

Na cidade de São Paulo, a sede da organização social é alvo de busca e apreensão.

Em outro processo, a Organização Social Iabas é investigada por suspeita de irregularidades na instalação e gestão de hospitais de campanha do governo do Rio de Janeiro para o combate à covid-19 – doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados e de outros fornecedores da OS.

De acordo com o MPRJ, o Iabas foi estabelecido com o “falso argumento de prestar serviços públicos de saúde”, mas, na verdade, era utilizado “para o cometimento de centenas de delitos de peculato e lavagem de dinheiro”.

Ainda segundo o MPRJ, à frente do Iabas, o grupo superfaturava contratos de serviços e aquisição de bens e repassava esse dinheiro para os acusados por meio de empréstimos simulados, transações financeiras estruturadas e pagamentos de cheques fracionados.

“Apenas do município do Rio de Janeiro, ente que mais repassou valores à OS, foram desviados mais de R$ 6 milhões a pretexto da execução de serviços de exames laboratoriais, jardinagem nas unidades de saúde, locação de veículos e manutenção predial por quatro fornecedores”, diz a nota do MPRJ.

O Iabas também tinha contratos com os estados do Rio de Janeiro e de Mato Grosso do Sul, além da prefeitura de São Paulo. “Em abril de 2020, a organização já havia recebido aproximadamente a espantosa cifra de R$ 5,2 bilhões de dinheiro público, junto aos quatro entes federativos citados acima”, diz a nota.

O Iabas informou que Luis Eduardo não tem mais relação com o instituto. Em nota, a prefeitura disse que, desde abril de 2019, não tem mais contratos com o Iabas, devido à desqualificação da OS por “má gestão dos recursos públicos” e “desassistência aos usuários”. A prefeitura informou ainda que multou o Iabas em R$ 27,9 milhões.


Os males da Terceirização

Os contratos de terceirização na Saúde e demais áreas, seja por meio de organizações sociais (OSs), seja via organizações da sociedade civil (OSCs) são grandes oportunidades para falcatruas. Seja por meio de fraudes trabalhistas e precarização das condições de trabalho, seja pelo encontro de intenções entre administradores dispostos a se corromper e prestadores que montam organizações de fachada para estruturar esquemas de ganhos ilegais para ambas as partes.

As fraudes proliferam pela existência de corruptos e corruptores, em comunhão de objetivos, mas também pela facilidade que esta modalidade administrativa propicia para a roubalheira. Gestões compartilhadas com OSs e termos de parceria com OSCs não exigem licitações para compras de insumos. As contratações de pessoal também tem critérios frouxos, favorecendo o apadrinhamento político.

A corrupção, seja de que tipo for, é duplamente criminosa, tanto pelo desvio de recursos públicos já escassos quanto pela desestruturação de serviços essenciais como o da saúde, fragilizando o atendimento da população em pleno período de emergência sanitária.

Reafirmamos…

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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