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09/07/2020     nenhum comentário

OS PRÓ-VIDA DEMITE MÉDICA POR ELA PEDIR INSTRUMENTO DE TRABALHO

Caso aconteceu no antigo PAM Rodoviária, atual UPA, em Guarujá (SP)

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Com terceirização da saúde é assim. Quem “briga” por condições de trabalho para atender decentemente os usuários é punido com demissão.

Conforme noticiou o site G1 Santos nesta quinta (9), uma médica que atuava desde abril na UPA Rodoviária, em Guarujá, foi despedida pela organização social Pró-Vida, que administra a unidade por, segundo ela, ter reclamado da falta de um equipamento para exame de eletrocardiograma.

Se fosse uma unidade com servidores concursados, a situação seria diferente.

Caroline Costa, de 27 anos, chegou a registrar o caso na Polícia Civil. Tudo ocorreu no fim de junho, quando a médica estava cumprindo seu plantão na UPA. Ela conta que atendeu uma paciente com queixas de dores no peito.

A profissional fez o que exige o protocolo para os sintomas relatado: solicitou exame de eletrocardiograma, mas foi informada pela equipe do pronto-socorro que o aparelho estava com falta de peças.

A médica admite que ficou indignada, pois o aparelho é essencial para o atendimento médico em unidades de pronto-atendimento. Então ela reclamou da situação com a enfermeira, com a atendente da farmácia e com a secretária da enfermagem. Segundo ela, sempre no intuito de solucionar o problema.

Conforme relata, em seguida, o gestor da unidade foi até a sala de atendimento da profissional, juntamente com a secretária, e ambos afirmaram que ela havia sido grossa na maneira de falar e deveria pegar suas coisas e ir embora, pois não iria mais trabalhar ali. A profissional diz que, nesse momento, ficou nervosa e gritou que iria trabalhar, sim.

“Eu exigi um equipamento que é essencial para o atendimento no plantão. É a partir dele que vemos infarto, arritmia. Não teve nenhuma confusão com paciente, ao contrário, eu estava indo atrás de algo que é direito das pessoas que são atendidas ali. Me senti constrangida e humilhada, porque eu só estava fazendo meu trabalho da maneira correta. Como profissional, sempre tratei os pacientes bem e da maneira correta. Não me procuraram ou pediram desculpas sobre o ocorrido e não pude mais trabalhar lá”, conta Caroline.

A médica procurou a Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência de natureza não criminal na Delegacia Sede de Guarujá, no mesmo dia.

Por meio de nota a Secretaria de Saúde de Guarujá esclareceu que entrou em contato com a Pró-Vida para apurar o caso, e foi informada que a médica foi demitida após se desentender com pacientes e colegas de trabalho durante plantão.

A Prefeitura garante que não  há falta do equipamento mencionado, e que, inclusive, a unidade possui quatro deles.

Recentemente, publicamos aqui no Ataque aos Cofres Públicos outras matérias sobre problemas na unidade administrada pela Pró-Saúde. Confira nos links:

GUARUJÁ: ADVOGADO QUESTIONA REPASSES À OS PRÓ-VIDA

GUARUJÁ: TERCEIRIZADOS DO PAM RODOVIÁRIA TOMAM CALOTE NO VALE-REFEIÇÃO E FGTS

Sempre o Lucro

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as OSs não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos. No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.

É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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