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03/02/2015     nenhum comentário

Morte de bebê na porta de hospital controlado por OSs vira caso de polícia

Pró-Saúde é a OSS que comanda a unidade – o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. A Delegacia de Crimes contra a Fazenda Pública (Delfaz) do Rio investiga a suspeita de crimes de estelionato, falsidade ideológica, condescendência criminosa e prevaricação.

Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social. O nome desta Organização Social de Saúde (OSS) ainda vai aparecer muitas vezes aqui no Ataque aos Cofres Públicos.

A entidade que acaba de ter o contrato de gestão renovado no Hospital Municipal de Cubatão, agora está envolvida em uma investigação policial para apurar o crime de estelionato. O motivo os moradores da Baixada Fluminense sabem bem. Em especial, a família de Aline da Silva Gomes, de 23 anos, moradora da cidade de Duque de Caxias. Há quatro meses ela perdeu seu bebê numa história absurda, detalhada pelo jornal carioca O Globo.

salgadofilho

Segundo a edição do dia 24 de outubro de 2014 do periódico, a Delegacia de Crimes contra a Fazenda Pública (Delfaz) investiga a suspeita de crimes de estelionato, falsidade ideológica, condescendência criminosa e prevaricação no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias. O Hospital tem a Pró-Saúde como autoridade gestora desde agosto de 2013.

O objetivo da investigação é saber se médicos do hospital faltaram ao plantão no dia 13 de outubro. Na ocasião, um recém-nascido morreu na porta da unidade, sem receber atendimento. Segundo a delegada responsável pelo caso, Tatiana Queiroz, os médicos podem estar recebendo vantagens faltando os plantões, mas assinando as folhas de ponto.

Na época a delegada tomou o depoimento do diretor do Hospital Adão Pereira Nunes e dos chefes da equipe de plantão e da enfermagem. Ela ainda requisitou a cópia do livro de ocorrências do Adão Pereira Nunes no dia da morte do bebê, a lista dos funcionários escalados, além de esclarecimentos sobre o funcionamento do sistema de ponto dos médicos e enfermeiros plantonistas.

“Queremos saber se há profissionais obtendo vantagens ao estarem escalados para o plantão e não comparecerem para não perder o cargo público, o título e até mesmo a futura aposentadoria pública, induzindo o Estado do Rio a erro mediante ardil para satisfação de interesses pessoais” afirmou a delegada Tatiana Queiroz.

O caso

Ainda conforme apurou a reportagem de O Globo, o bebê de Aline morreu ao nascer, depois da gestante ter esperado cerca de 40 minutos por atendimento na porta do hospital A família da paciente denunciou que um médico se recusou a atender a mãe e o bebê, que estavam num carro na porta do hospital, alegando que a obrigação dele era trabalhar somente dentro da unidade. Segundo os parentes, a assistente administrativa estava grávida de seis meses e passou mal no início da manhã. O bebê teria nascido a caminho do hospital. De acordo com a família, o maqueiro apareceu para buscar o bebê e a mãe somente depois de uma espera de cerca de 40 minutos. A menina, que se chamaria Isabela, no entanto, já estava morta.

Em nota, a Secretaria estadual de Saúde ao jornal que “a direção do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, durante as apurações preliminares do caso, viu pelas imagens do circuito interno que no momento da chegada da paciente não havia enfermeiro no acolhimento, o que foge aos protocolos de atendimento adotados pela Secretaria de Estado de Saúde em todas os hospitais estaduais. A existência de enfermeiro no acolhimento é justamente para encaminhar adequadamente todo e qualquer paciente que chega à emergência da unidade”.

A secretaria informou ainda que iria notificar a Organização Social de Saúde (OSS) que administra a unidade por conta da ausência desse profissional e que dará sequência às apurações para abertura de inquérito administrativo para apontar as responsabilidades por este erro no protocolo de atendimento.

A delegada Tatiana Queiroz disse que o mesmo procedimento de investigação vem sendo adotado em casos semelhantes a partir da morte da menina Adriele dos Santos Vieira, de 10 anos, atingida na cabeça por uma bala perdida no Morro do Urubuzinho, em Pilares, em dezembro de 2012. Ela foi levada para o Hospital Salgado Filho, no Méier, onde esperou por atendimento por oito horas por causa da falta do neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves. A criança morreu 11 dias depois.

O médico foi demitido do serviço público. Apesar de se ausentar dos plantões ele fraudava as folhas de ponto para receber sem trabalhar e por isso também foi acusado de estelionato. Na época, a prefeitura puniu outros oito médicos no mesmo processo.

Ainda sobre o Salgado Filho, o programa RJTV produziu uma matéria que demonstra o estado de total precariedade no atendimento. São muitos pacientes nos corredores, esperando por procedimentos há meses. No vídeo (assista aqui) aparece uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na região do hospital, fechada por falta de médicos no plantão, que contribuiria por sobrecarregar ainda mais o Salgado Filho. O que a reportagem não explica é que tanto a UPA quanto o Hospital são gerenciados por OSS. São casos como esses ocorrendo aos montes pelo Brasil, que contradizem o slogan de que a gestão compartilhada na saúde é sinônimo de gestão eficiente e menos burocrática.

Mais uma vez o Ataque aos Cofres Públicos ressalta.

  1. Saúde não é mercadoria
  2. Precisamos fortalecer o SUS e tornar a saúde 100% pública e de qualidade
  3. OSS e Oscips têm interesses privados e visam lucro, por isso devemos lutar contra a privatização da saúde e demais serviços públicos
  4. Você pode impedir que coloquem as mãos na nossa saúde pública e no nosso dinheiro!

Informe-se!

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Saiba mais sobre o Projeto Ataque aos Cofres Públicos e contribua com essa causa!

 

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