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14/05/2020     nenhum comentário

MAIS TERCEIRIZAÇÃO EM SANTOS: CUSTO POR LEITO NO HOSPITAL VITÓRIA CHEGA A R$ 150 MIL

O alto valor de custeio por leito no hospital de campanha chama a atenção, se comparado com outras cidades

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Reformado com recursos da Prefeitura (R$ 4,9 milhões) para atender especificamente os pacientes de covid-19, o Hospital Vitória, que dispõe de 130 leitos, tem previsão de iniciar atendimento na semana que vem, dia 22, com R$ 19 milhões disponíveis para custeio – verba oriunda do Estado.

Como já se sabe, o prefeito de Santos decidiu colocar uma organização social (OS) para gerenciar o chamado Hospital de Campanha. O estranho é que o custo por leito chega a R$ 150 mil. Só a empresa Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz vai ficar com R$ 15 milhões.

A OS é a mesma que já fatura alto na gestão do Hospital dos Estivadores. Por mês ela faturará R$ 48,7 mil por leito.

O valor do custeio dos leitos chama a atenção por estar acima de outros hospitais de campanha. Um exemplo é o Hospital de Campanha de Volta Redonda (RJ). A unidade, erguida no Estádio Raulino de Oliviera, tem 114 leitos e o custeio total, incluindo os três meses que deverá ficar em funcionamento, ficará em R$ 2,5 milhões. O custo mensal por leito é de R$ 7.300,00, sem gestão terceirizada.

Já o Hospital de Campanha instalado pelo Governo do Estado no Complexo Esportivo do Ibirapuera terá um custeio de R$ 10 milhões por mês. São 268 leitos, ao custo de R$ 37,3 mil cada, com gestão por OS.

Mesmo assim, é bem menos do que o custo mensal por leito no Hospital de Campanha de Santos.

Gestão do Hospital Vitória

A gestão compartilhada entre a Prefeitura e o Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz ocorrerá por meio de um aditamento do contrato para gerenciamento do Complexo Hospitalar dos Estivadores. O custeio mensal da unidade é de R$ 4,8 milhões. O Município também busca recursos do Ministério da Saúde para a operação.

Dos 130 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), apenas 17 serão Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), Os outros 113 serão de enfermaria simples.

A OS vai pegar o equipamento totalmente reformado e equipado pela Prefeitura. Os quase R$ 5 milhões de recursos municipais foram gastos pela administração municipal para adequações na estrutura física e na rede de gases e para a compra de equipamentos e leitos hospitalares, além de ventiladores mecânicos e monitores multiparâmetros. Os leitos estão em fase final de montagem.

Enquanto isso, equipamentos tocados de forma direta, por servidores concursados da Saúde seguem caindo aos pedaços. Unidades como o antigo PS Central (hoje Hospital de Pequeno Porte) e o Hospital da Zona Noroeste estão sucateados e com equipes sobrecarregadas e sem as devidas condições de trabalho.

A quem interessa a entrega de tantos milhões às empresas de saúde? Por que só com a pandemia as verbas aparecem e vão direto para OSs e empresas de histórico duvidoso?

Com a crise sanitária, por todo o país estamos vendo pipocar escândalos e denúncias envolvendo superfaturamentos em contratos e compras emergenciais com OSs e empresas criminosas.

E por que essa sanha por entregar os serviços às empresas, em especial às OSs? Campanhas de políticos são financiadas pelas empresas privadas e este é o motivo pelo qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os governadores e os prefeitos criaram leis para terceirizar saúde pública, por meio de organizações sociais e outras entidades “pilantrópicas” como oscips e Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

Todas essas empresas são cabides eleitorais, fonte certa de propina e financiamento para vereadores, prefeitos, deputados, governadores etc. Boa parte dos hospitais estaduais de SP estão nas mãos dessas máfias. E agora, com a pandemia e a liberação para contratos e compras emergenciais sem licitação, a festa com o dinheiro público fica ainda maior.

 

 

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