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23/04/2020     nenhum comentário

Governo Covas acelera entrega de serviços para OSs e assédio moral sobre servidores, diz Sindicato

Segundo Sindsep, trabalhadores denunciam que, em meio à crise sanitária, processo de entrega de serviços públicos para OSs segue acelerado e as chefias, para obedecer ao ritual de passagem, perseguem servidores públicos

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O Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo (Sindsep) se posicionou contra o aprofundamento da terceirização da saúde no Governo Bruno Covas (PSDB) e o aumento do assédio moral na categoria.

Segundo comunicado da entidade sindical, “o governo municipal Covas e seu secretário de Saúde, Edson Aparecido dos Santos, aproveitam a crise sanitária para ‘acelerar’ a entrega de hospitais municipais às mãos de empresas terceirizadas”.

Paralelamente, as chefias, para obedecer ao ritual de passagem, estariam perseguindo servidores públicos.

O órgão detalha a pressão com exemplos. Um dos episódios ocorreu no último dia 13, quando profissionais de saúde do bloco cirúrgico do Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha “Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva”, na zona Norte de São Paulo, foram avisados que deveriam desocupar o local, esvaziar seus armários e entregar as chaves, porque a Organização Social (OS) de Saúde Centro de Estudos e Pesquisas ‘Dr. João Amorim’ (CEJAM) iria assumir as atividades.

A denúncia diz ainda que a gestão da maternidade, referência em partos de risco, foi terceirizada e toda a equipe de servidores públicos que atua há mais de 10 anos no prédio foi “despejada de seu local de trabalho”.

Assim, sem qualquer conversa ou mesmo treinamento e orientação prévios, os servidores municipais foram remanejados para o atendimento de casos suspeitos de Covid-19.

“Quem pede EPI, é orientado a ‘colaborar’ em tom de ameaça”, diz o comunicado do Sindsep.

Outro local de trabalho marcado por pressão e assédio moral em meio à pandemia é o Hospital Municipal Tide Setúbal, na zona Leste. Lá os trabalhadores estão enfrentando aumento do adoecimento psicológico. A unidade foi destacada como referência para atendimento de pessoas com o novo coronavírus.

Os servidores do hospital dizem que o assédio moral começou no início deste mês. “Pontos riscados, sumiço de escala de plantonistas dos administrativos, remoções arbitrárias de setores, retirada de senhas de acesso e ameaças estão agravando quadros de ansiedade. Num desabafo com outro colega, a servidora confessa: ‘não aguento mais’.

Sobrecarga de trabalho, aliada ao medo da infecção intensificam a tensão psicológica entre todos. Além disso, funcionários que pertencem ao grupo de risco sofrem duplamente. Asmáticos, com hipertensão e com mais de 60 anos de idade, eles se recusam a atuar na área para atendimento de casos de covid-19 e denunciam que estão sendo perseguidos pelo RH da unidade.

“Somos do grupo de risco, não temos treinamento para entrar na clínica, não temos EPI. Falta para os profissionais de enfermagem, imagine para quem está em serviço administrativo? Também não recebemos o adicional de insalubridade [40% sobre o salário]. Não nos negamos a trabalhar, mas existem critérios e legislações”, afirmam.

Punições e mais pressão

Aqueles servidores do grupo de risco que comunicam a diretoria a recusa de realizar as funções administrativas dentro de área de alto nível de infecção relatam sofrerem sanções. “Nos recusamos, mas foi tirado nosso acesso, senhas para poder fazer o trabalho em nosso setor. Estamos na linha de frente, a prefeitura não deixou a gente ficar em casa mesmo com problemas de saúde, mas não queremos ser expostos”, diz inconformado o servidor, pela intransigência do RH em entender a situação de ameaça à saúde.

Ainda segundo o Sindsep, parte dos funcionários passaram por consulta na Medicina do Trabalho do hospital, onde foi fornecido um relatório, a partir de exames e laudos, que atesta problemas de saúde crônicos. Esses laudos recomendam que os funcionários não fiquem instalados em áreas com risco de contaminação por covid-19.

Após tomarem esta providência, alguns servidores foram direcionados a setor distinto, mas tiveram suas senhas de acesso retiradas para o sistema no qual trabalham, o que configuraria punição. “Outros foram mantidos nos mesmos locais de risco à saúde e há relatos de servidores levados ao extremo da ansiedade, tentando atentar contra a própria vida”, informa o sindicato.

Diretores da entidade foram até o hospital, mas ninguém da direção atendeu. O sindicato então solicitou por escrito uma reunião com representantes do serviço.

“Para o Sindsep é inaceitável que as chefias se aproveitem da crise sanitária para assediar moralmente os servidores. A direção incluirá a questão juntamente com a falta de EPI na próxima mesa técnica com a Prefeitura de São Paulo”.

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