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01/06/2020     nenhum comentário

GOLPE DO MÉDICO FAKE JÁ ACONTECEU ANTES NO HOSPITAL DE PRAIA GRANDE

Suspeito, preso neste domingo (31) em flagrante, portava documentos de um médico oftalmologista que atualmente mora na Colômbia

falsomedico

Neste domingo espalhou a notícia de que um falso médico chegou a dar plantões por um ano no hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, gerido pela SPDM. Muita gente ficou perplexa.

Mas será mesmo que é surreal que empresas quarteirizadas por organizações sociais (OSs), que por sua vez são contratadas pelo poder público, contratem médicos sem sequer checar documentos e antecedentes?

Pode não parecer, mas essa situação é mais comum do que parece. No mesmo hospital houve outro caso semelhante, noticiado pela imprensa local há dois anos, em junho de 2017, quando a organização social responsável pelo Hospital era a Fundação do ABC. Veja aqui.

Também noticiamos aqui no Ataque aos Cofres Públicos o caso de uma empresa quarteirizada que atuava na Rede de Urgência e Emergência de Cubatão e escalava pelo whatsapp novos médicos para cobrir plantões sem pedir qualquer diploma ou certificado. Na época o Ministério Público investigou e o promotor até se fingiu de médico. Chegou a entrar no consultório para iniciar o atendimento se qualquer tipo de problema. A unidade – o PS Central de Cunatão – era gerida pela OS Revolução, e a situação foi alvo de reportagem da TV Record.

Em Praia Grande

Nesse último golpe ocorrido no Hospital Irmã Dulce, as autoridades policiais informaram que o falso médico usava documentos falsos de um oftalmologista da Colômbia.

Ele chegou a atuar no atendimento a casos suspeitos de Covid-19. O farsante foi preso pela Polícia Federal, durante seu turno no hospital, neste domingo (31).

Ele trabalhava na unidade há pelo menos um ano sem despertar suspeitas por parte da empresa quarteirizada ou da OS SPDM. O homem que atuava em Praia Grande seria negro, e o médico que teve seus documentos usados, branco. Em pesquisa, a polícia constatou que o verdadeiro médico registrou boletim de ocorrência notificando o desaparecimento de seus documentos.

O suspeito foi preso e encaminhado à Delegacia Sede de Praia Grande, onde foi interrogado pela Polícia Civil. Ele se recusou a falar seu verdadeiro nome. Com ele, foram encontrados diversos documentos no nome do verdadeiro médico, além de uma carteira de motorista do Paraguai, onde ele alegou ter também cursado Medicina.

O suspeito foi indiciado e responderá pelos crimes de exercício ilegal da função de Medicina e falsidade ideológica.

É isso o que dá entregar a Saúde Pública na mão de empresas que visam apenas lucro e enriquecimento a qualquer custo. Em Praia Grande, um médico contratado por uma empresa, que por sua vez foi contratada pela organização social SPDM, contratada pela Prefeitura, atuou por cerca de um ano no Hospital Irmã Dulce. Imaginem os riscos para os pacientes!

A Prefeitura de Praia Grande enviou nota à imprensa com a postura de quem lava as mãos. Por meio da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), disse que está à disposição da equipe de investigação e que acompanha e apura todo o processo junto à gestora do Hospital Irmã Dulce, a SPDM, que é a responsável pela direção da unidade e contratação dos profissionais que lá atuam.

Já a direção do Hospital Municipal Irmã Dulce disse que o homem em questão
não era funcionário da unidade, e sim de uma empresa médica que presta serviços
para a SPDM no hospital. Tal empresa já foi acionada pelo Irmã Dulce, de acordo com a assessoria, em busca de esclarecimentos para a tomada das devidas providências.


Reafirmamos:

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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