denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
22/11/2016     nenhum comentário

Falta de atendimento em UPA terceirizada vira caso de polícia

Caso aconteceu em Sumaré, interior de São Paulo, em unidade gerenciada pela Pró-Saúde. Após aguardar 8 horas, mãe decidiu acionar a PM para conseguir consulta.

upa_sumare

A crise na saúde bateu à porta de estados e municípios há algum tempo. Mas onde os serviços são terceirizados o caos é ainda maior para a população, que fica desassistida. Isso porque ao menor sinal de redução ou atraso de repasses, as organizações sociais que gerenciam postos e programas simplesmente suspendem o pagamento de salários de benefícios dos funcionários terceirizados, que sem outra alternativa cruzam os braços, deixando os usuários sem atendimento.

Terceirização é uma gambiarra administrativa encontrada por prefeitos e governadores que se recusam a fazer concursos públicos e querem burlar a lei de licitações. Quando não descamba para a roubalheira, essa “solução mágica” deságua no caos e na ineficiência nas unidades. Muitas vezes acontece as duas coisas juntas.

Por causa desse cenário que se repete em muitas cidades do Brasil, a busca por atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Sumaré, no interior de São Paulo, virou caso de polícia, como registrou reportagem do G1 e EPTV.

Nesta sexta-feira (21), após aguardar mais de oito horas na UPA Macarenko com o filho com febre, uma mãe resolveu acionar a Polícia Militar para conseguir uma consulta.

A pedagoga Luana Cristina disse que resolveu chamar a PM após a médica orientá-la a voltar para a casa com a criança com febre.

Minutos depois do chamado, os policiais chegaram e foram conversar com os representantes da unidade e a criança, finalmente, recebeu atendimento.
“Agora, por ter chamado a polícia, o segurança viu, avisou ela [ a médica] e ela resolveu atender o meu filho”, conta.

Sem atendimento
A equipe da EPTV, afiliada da TV Globo, foi nesta sexta-feira (18) até a unidade Macarenko e constatou que a determinação judicial que obriga a OS Pró-Saúde a manter o atendimento não estava sendo cumprida.

O filho da dona de casa Sandra Souza chegou vomitando na unidade e mesmo assim teve que esperar. “Ele tá com febre, sem se alimentar e as moças falam que eu tenho que aguardar. Passa pela triagem, as meninas são mal educadas”, reclama.

A filha do fiscal de loja Wesley Dias bateu a cabeça num acidente de carro e ele reclama da qualidade do atendimento. “Tá aqui desde às 7h e eles não resolveram nada até agora, porque ela não pode passar por especialista e não pode mandar para o estadual”, afirma.

Multa
Enquanto os pacientes tiveram que recorrer à polícia para conseguir atendimento, a reportagem do G1 conta que há uma semana a Justiça determinou que a empresa Pró-Saúde, que contrata os médicos, retomasse as atividades.

A multa pelo descumprimento é de R$ 30 mil por dia. Só na UPA Macarenko deveria ter 14 médicos de plantão, mas nesta sexta eram apenas dois. A Pró-Saúde também é obrigada pelo contrato com a Prefeitura de Sumaré (SP) a disponibilizar 150 médicos para atender nos PAS e pronto-socorros.

Já na unidade do bairro Matão, um aviso de greve continua na entrada. Seis médicos deveriam trabalhar, mas ninguém soube informar de fato quantos estavam no local nesta sexta. No Parque das Nações, o aviso de greve também está mantido e quem chegou com criança ficou sem atendimento nesta sexta.

A dona de casa Natalina Simão foi embora pela segunda vez essa semana sem atendimento. “Procura outras cidades, porque não tem condições”, desabafa.

Situação
O pai da menina que sofreu acidente informou que ela foi transferida para o Hospital Estadual de Sumaré.

A Pró-Saúde informou que aguarda o repasse financeiro para regularizar o atendimento, mas a informação foi rebatida pela Procuradoria Geral, que garantiu que os pagamentos estão sendo realizados pela administração dentro do que estabelece a Lei de Licitações, motivo pelo qual foi dada a liminar para restabelecer os serviços pela Pró-Saúde.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *