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07/07/2020     nenhum comentário

EX-MULHER DE ADVOGADO DE BOLSONARO OBTEVE ADITIVOS SUSPEITOS EM CONTRATO COM GOVERNO

A empresa Globalweb Outsourcing, fundada por Maria Cristina Boner, é investigada por tráfico de influência

 

cristinaboner

A gestão terceirizada de hospitais universitários federais entrou para o rol dos infindáveis casos envolvendo suspeitas de desvios de dinheiro público.

As transações nebulosas que ligam terceirização com indícios de crimes se dá pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), gestora destes hospitais escola.

Um ingrediente ainda mais nefasto nessa história é a possibilidade da ex-mulher do advogado da família do presidente Jair Bolsonaro estar faturando indiretamente com a situação.

Vamos entender?

“Globalweb Outsourcing”. Guarde esse nome. Esta empresa atua no ramo de Tecnologia da Informação e faz parte de um consórcio, o Protec, em contratos com a já citada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) do Governo Federal.

Como explicamos, a Ebserh faz a gestão de hospitais universitários federais.

AGlobalweb Outsourcing, contratada pela Ebserh, foi fundada por Maria Cristina Boner, ex-mulher do advogado Frederick Wassef. Atualmente, a empresa é gerida pela filha deles, Bruna Boner.

Wassef, além de ter advogado por anos para o presidente e filho dele, o senador Flávio Bolsonaro, é amigo da família toda. Deixou o posto de advogado do clã após esconder em seu escritório Fabrício Queirós, que segundo o Ministério Público Federal comandava o esquema de rachadinha no gabinete de Flávio, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

A Globalweb Outsourcing teve o contrato com o Governo Bolsonaro questionado pela Controladoria Geral União (CGU) devido a aditivos que começaram em 2017, ainda na gestão de Michel Temer.

Na época, o consórcio Protec obteve aditivo de R$ 9,9 milhões para desenvolvimento de softwares ao Ministério das Cidades. Uma auditoria da CGU mostrou que a ata de preços gerou prejuízos aos cofres públicos de R$ 4 milhões.

De acordo com a CGU, os contratos da Protec com a gestão Bolsonaro foram firmados com base na mesma ata de preços que já tinha sido alvo de investigação durante a gestão de Michel Temer.

Foram dois aditivos desde o início do atual governo. O primeiro, de março do ano passado, chamou a atenção pela circunstância em que foi editado: quatro dias depois do governo suspender a cobrança de R$ 27 milhões devida por outro consorcio do qual a Globalweb fazia parte. O contrato era com a Dataprev, ligada ao Ministério de Economia, no valor de R$ 9,5 milhões.

Já o outro aditivo foi em março desde ano, no valor de R$ 8,9 milhões. Como se não bastasse, o Portal Uol revelou que a empresa de Cristina Boner obteve individualmente, sem somar os consórcios, R$ 239 milhões em contratos novos e aditivos no atual governo. Um salto extremamente grande.

Paralelamente à investigação dos aditivos junto à Ebserh, o sub procurador geral Lucas Roja Furtado pediu investigação com base no aumento expressivo dos rendimentos da empresa da filha de Wassef. A suspeita de tráfico de influência, segundo ele, se deve ao fato de a Globalweb Outsourcing estar vinculada, ainda que de forma indireta, à ex-mulher do advogado.

Ebserh

A criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para comandar os Hospitais Universitários foi considerada por especialistas na área uma afronta ao caráter do Sistema Público de Saúde (SUS) por vários motivos.

A Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, composta por Fóruns Populares de Saúde de vários estados e cidades, disse que a implantação da empresa “teoricamente pública” significava o início da privatização do maior sistema hospitalar público brasileiro, composto por 45 unidades hospitalares.

ebserh

O caráter público dos hospitais-escola federais e característica nata de instituição de ensino vinculada às Universidades foi afetado negativamente, com desrespeito à autonomia universitária garantida no artigo 207 da Constituição de 1988.

Muitos especialistas e membros de comunidades universitárias avaliam que houve diminuição da independência das pesquisas realizadas no âmbito dos Hospitais Universitários, além da flexibilização e precarização os vínculos de trabalho com objetivo de acabar de vez com concurso público nestas instituições. Tudo isso com significativos prejuízos à qualidade no atendimento para a população usuária dos serviços.

Parece que o projeto privatista em curso está sendo efetivado. Para piorar, o atual governo tem anunciado a disposição de privatizar oficialmente a Ebserh, aprofundando ainda mais a dilapidação do sistema para favorecimento econômico de uma entidade privada.

Em maio, Bolsonaro anunciou uma lista de estatais com ativos que devem ser “desestatizados” após a pandemia do novo Coronavírus e, segundo o documento, entre os órgãos “em processo de desestatização” está a Ebserh.

Um grande ataque que reforça a marca deste governo, de colocar o lucro acima das vidas e abrir caminho para mais saques aos fundos públicos.

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