denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
22/05/2020     nenhum comentário

EMPRESÁRIA DONA DE OS QUE CONTROLARÁ UTI EM HOSPITAL NO DISTRITO FEDERAL FOI PUNIDA EM SP

Responsável pela futura unidade de campanha contra a Covid-19, Cinthya Telles, da OS Imas, respondeu sindicância no Conselho de Medicina paulista. A terceirização do Hospital no DF, gerido pela entidade, foi alvo de operação

PMDF

O Brasil é muito grande. Isso, aliado à falta de vontade das autoridades em fiscalizar as empresas que contratam organizações sociais (OSs) para terceirizar serviços públicos têm causado estragos devastadores nas políticas públicas, notadamente na Saúde.

Assim, a OS ficha suja que atua no estado A facilmente consegue polpudos contratos no estado B. Quando, por quase um milagre, o estado B se dá conta da falta de idoneidade da empresa, a referida entidade privada já está enraizada em outras regiões do país. E assim, pulando de cidade em cidade, empresários inescrupulosos vão conseguindo enriquecer com dinheiro público, às custas na inação ou do conluio com políticos.

De vez em quando, saem denúncias sobre as conexões interestaduais, como no caso da OS Instituto Med Aid Saúde (Imas). O jornal Metrópoles, do Distrito Federal, mostrou em uma reportagem que uma das proprietárias do Imas, que assinou contrato com a Secretaria de Saúde para comandar o Hospital da Polícia Militar (PMDF) durante a pandemia do novo coronavírus, sofreu sanção do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).

Abaixo os demais trechos da reportagem:

A Imas foi escolhida para gerir, durante 180 dias, a unidade hospitalar que disponibilizará mais 86 leitos de UTI e outros 20 de enfermaria para pacientes com Covid-19. O valor do contrato é de R$ 85,1 milhões.

Vencedora da disputa e sócia-administradora da Imas, a médica Cinthya Cristina Telles foi penalizada com uma censura pública pela entidade profissional por infringir os artigos 29 e 57 do Código de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM).

De acordo com a defesa da médica, do escritório Otavio – Greve Pejon Advogados, as infrações foram cometidas com base na versão anterior do manual de conduta, alterado em 2009.

O outro lado
Procurada pela reportagem, a médica Cinthya Telles explicou que a sanção ocorreu após um problema com o atestado de falecimento de um paciente. “O nosso conselho é muito rigoroso e até no preenchimento de papéis e documentos acabam gerando advertências. A advertência que eu tenho foi devido ao preenchimento de um atestado de óbito no qual faltaram informações, o que acabou gerando essa advertência para mim”, disse.

A médica ressalta que “a instituição não tem fins lucrativos e desenvolve uma série de ações sociais, principalmente no interior de São Paulo”.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo afirmou que, na verdade, a censura pública em publicação oficial é mais rigorosa que uma advertência, e é uma pena disciplinar para conhecimento de todos.

“Depois que um processo é julgado no âmbito do Cremesp, ele passa pelas fases subsequentes: vista do acórdão; contrarrazões (em caso de processo com denunciante); julgamento pelo Conselho Federal de Medicina (caso seja apresentado recurso); e, finalmente, a aplicação de pena. Após essas fases, o processo é arquivado”.

A Secretaria de Saúde do DF esclareceu que “toda a documentação necessária para a contratação da empresa vencedora do certame foi apresentada, tendo como responsável a médica em tela, sem qualquer ressalva. A pasta informa que a obra está sendo executada dentro da programação de enfrentamento da Covid-19 traçada pela secretaria”.

Operação policial
Na manhã da última sexta-feira (15/05), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagraram a Operação Grabato, que investiga supostas irregularidades em contrato emergencial firmado, com dispensa de licitação, pela Secretaria de Saúde para a construção das unidades de campanha para tratamento da Covid-19. A suspeita é de direcionamento no processo de contratação.

A investigação é conduzida pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor) em conjunto com a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) e a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), do MPDFT. A ação também tem apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).

As investigações em curso alcançam os procedimentos de contratação de empresa para gerir as UTIs do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. As apurações também englobam o Hospital da PMDF e o aluguel de ambulâncias, ambas relacionadas aos esforços de enfrentamento à pandemia. Ao Metrópoles, contudo, a médica Cinthya Telles disse ter sido informada da operação apenas por meio de notícias da imprensa.

Reafirmamos:

O subfinanciamento do SUS, o desmantelamento dos demais direitos sociais, o aumento da exploração, o acirramento da crise social, econômica e sanitária é reflexo de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatida.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

A Vida acima do Lucro!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *