EMPRESA CONTRATADA PARA HOSPITAL DE CAMPANHA NO DF TEVE FACILIDADES PARA SER ESCOLHIDA
Contrato de R$ 79 milhões foi alvo de operação na semana passada, por indícios de irregularidades
É impressionante o ritmo de denúncias relativas a corrupção envolvendo contratos emergenciais firmados entre governos de estado e prefeituras e empresas terceirizadas.
É extremamente necessário investimentos para enfrentar a pandemia de Covid-19 e salvar o máximo de vidas possível. O que não pode ser aceitável é que políticos e empresários corruptos se valham de mais essa situação catastrófica no País para ampliarem seus esquemas de desvios de recursos e ataque ao SUS.
Além dos escândalos no Rio de Janeiro, Manaus (AM), Recife (PB), Goiás (GO) e outras capitais e cidades menores (como Mauá-SP e Cabo Frio-RJ), vieram à tona nos últimos dias os indícios de maus feitos no Distrito Federal.
Tanto que no último dia 15, uma operação foi deflagrada na capital federal e cidades do entorno para apurar irregularidades em contratação emergencial, sem licitação, firmada pela Secretaria de Saúde (SES-DF) no combate à pandemia do coronavírus.
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal (CECOR/PCDF), há suspeita de direcionamento ao ser contratada empresa para gerenciamento de aproximadamente 200 leitos no hospital de campanha construído no Estádio Nacional Mané Garrincha.
O hospital deve ser inaugurado nos próximos dias.
A ação, denominada “Operação Grabato” envolveu também a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (PRODEP) e a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (PROSUS), do MPDFT.
O valor do contrato firmado é de aproximadamente R$ 79 milhões, e a investigação também abarca os procedimentos de contratação de empresa para gerir as UTIs do Hospital da PMDF e de aluguel de ambulâncias.
Por meio de nota, a CGU diz que “a suspeita é que a empresa contratada tenha se aproveitado da situação de calamidade para, com a participação de servidores públicos, burlar as regras legais e firmar contrato com a Secretaria de Saúde causando prejuízo aos cofres públicos”.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nas regiões de Taguatinga, Asa Norte, SIA e Lago Sul. Empresas, residências de empresários e a Subsecretaria de Infraestrutura em Saúde da SES-DF foram os alvos.
Cerca de 40 agentes foram a esses locais para apurar denúncias de crimes de inobservância deliberada das formalidades pertinentes à dispensa de licitação e estelionato contra a administração pública.
Hospital de Campanha
Estádio mais caro construído para a Copa do Mundo, a um custo estimado em R$ 1,5 bilhão, o Mané Garrincha vai abrigar o hospital de campanha do DF para atender casos relacionados ao novo coronavírus.
Um termo de cooperação entre o Governo do Distrito Federal e a sociedade Arena BSB, que administra a arena, foi assinado no dia 22 de março.