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02/06/2020     nenhum comentário

EM VÁRIOS LOCAIS TERCEIRIZADOS DE OSs AMEAÇAM PARAR

Motivos vão desde salários rebaixados até falta de pagamento e de condições mínimas de trabalho

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Nesta última semana pipocaram exemplos de desrespeito aos profissionais que atuam salvando vidas nos hospitais do Brasil afora.

Em Cuiabá (MT), médicos do Hospital Dr. Leony Palma de Carvalho, conhecido como HMC, ameaçam paralisar as atividades após 3 meses sem receber. Eles são vinculados à firmas contratadas pela Empresa Cuiabana de Saúde. Estas firmas então subcontratam os profissionais que prestam o atendimento a população. Veja aqui.

Em Serra (ES), técnicos e auxiliares de enfermagem do Hospital Jayme Santos protestaram na manhã desta segunda (1º) contra a demissão de profissionais que estão no grupo de risco para a covid-19, os baixos salários sem reajustes há 4  anos e contra a alta incidência de contaminação pelo coronavírus no local. Eles estão em estado de greve e podem parar as atividades a qualquer momento.

No Rio de Janeiro, médicos contratados para trabalhar no hospital de campanha do Maracaná denunciam que o serviço é de fachada e muitos acabaram pedindo demissão.

São só alguns casos envolvendo insatisfação de quem atua na linha de frente no combate ao Covid-19. Em comum nas situações acima é o fato destes trabalhadores com vínculos de trabalho precário e péssimas condições de trabalho serem todos terceirizados e contratados por organizações sociais (OSs).

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as OSs não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos. No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.

É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimentos, o desmonte do SUS e, pior ainda: o risco às vidas.

Ao mesmo tempo em que as parcerias entre o poder público e a iniciativa privada crescem e aprofundam a precarização das relações de trabalho, os hospitais privados têm seus caminhos facilitados para oferecer melhores salários e concentrar grande parte dos profissionais mais destacados de cada especialidade. Mas a esses serviços só tem acesso quem pode pagar.

Este trabalho em conjunto aprofunda o abismo social brasileiro, onde os ricos têm acesso privilegiado às condições sanitárias adequadas e a maioria da população permanece jogada à própria sorte.

Por isso, é tarefa de todos lutar pelo SUS, apoiar o movimentos dos trabalhadores da Saúde e denunciar os absurdos que ocorrem nos hospitais terceirizados, em época de pandemia ou não.


Reafirmamos…

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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