Em UPA terceirizada, imprensa flagra montanha de lixo infectante acumulado

Quando implantaram o modelo de gestão que terceiriza a saúde para as chamadas Organizações Sociais de Saúde (OSS) no Rio de Janeiro, a retórica era a mesma repetida aqui em Santos agora: OSS darão mais eficiência e inovação aos serviços.

No mundo colorido do Diário Oficial de Santos a matéria do último dia 15/06, que faz a propaganda do modelo tupiniquim de Publicização, descreve que o objetivo é o “aperfeiçoamento e a inovação dos serviços públicos”.

Na prática, porém, o que é vendido como solução mágica começa a mostrar suas faces mais reais. E a situação, uma hora ou outra, acaba saindo dos veículos oficiais do governo e ganhando os veículos de imprensa isentos.

Foi o que aconteceu nesta terça-feira (17/6), em matéria da Globo News que reproduzimos aqui:

Vídeo mostra montanha de lixo infectante acumulado em UPA do Rio

Muito lixo num lugar onde a higiene deveria ser a principal preocupação. A GloboNews teve acesso a um vídeo que mostra as más condições de limpeza em uma Unidade de Pronto Atendimento no Rio de Janeiro.

As imagens feitas na UPA de Marechal Hermes, na Zona Norte da cidade, mostram caixas abandonadas ao lado de pilhas de sacos de lixo. Neste depósito, as lixeiras estão lotadas e parecem transbordar. Funcionários da unidade dizem que a empresa responsável pela administração não está recebendo os repasses do governo do estado.

O depósito mostrado no vídeo é de lixo infectante, como seringas, luvas e curativos, entre outros materiais hospitalares. VEJA O VÍDEO

A Secretaria de Estado de Saúde informa que está providenciando, por meios próprios, a limpeza na unidade, em caráter emergencial. Sobre repasses em atraso, a secretaria informa ainda que na última sexta-feira (12) foi repassado para organização social Instituto dos Lagos Rio o total R$ 4,6 milhões para custeio das dez unidades geridas pela organização social. O pagamento vai ser feito ainda esta semana.

Como maneira de maquiar a ineficiência o jogo de empurra é sempre uma das alternativas adotadas pelas entidades contratadas e pelos governos, que são os contratantes. Nesse caso – como em muitos – o atraso nos repasses milionários de verba são a desculpa para colocar a saúde da população e dos trabalhadores em risco.

Cadê o aperfeiçoamento, a eficiência e a inovação nos serviços? Neste exemplo clássico o que vemos é o aperfeiçoamento e a ampliação dos velhos problemas.

Por isso lutamos contra a terceirização e contra as OSs na administração pública. Além de não melhorarem gestão alguma, são portas abertas para desvios e custam mais caro para o povo e para os cofres públicos.