denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
26/01/2015     4 comentários

Em hospital estadual gerenciado pela FUABC falta até cadeira de rodas

No Hospital Estadual Mário Covas, gerido pela FUABC, falta de tudo. Nem mesmo cadeiras de rodas os pacientes com dificuldade de locomoção têm. Falta de remédios e demora de até 4 horas para atendimento também estão entre as queixas.

hospmariocovas

A Organização Social Fundação ABC (FUABC), a mesma que esteve envolvida no atraso de pagamentos de profissionais no Hospital Municipal de Bertioga e a mesma que ficou conhecida por conta do escândalo dos mamógrafos em Praia Grande e das irregularidades aprontadas pelo Cremesp no Hospital Irmã Dulce, agora está envolta em problemas em Santo André.

No Hospital Estadual Mário Covas, gerido pela FUABC, falta de tudo. Nem mesmo cadeiras de rodas os pacientes com dificuldade de locomoção têm. Os problemas formam denunciados em reportagem do jornal Diário do Grande ABC.

Segundo a matéria, publicada no último dia 22 de janeiro, na principal unidade pública de atendimento de alta complexidade na região, os pacientes com mobilidade reduzida têm de ser carregados no braço ou transportados em macas.

A equipe do Diário esteve no setor de recepção para internações e em meia hora de observação, quatro pessoas foram vistas precisando de auxílio improvisado para o transporte. Funcionários relatam que a quantidade de cadeiras disponíveis foi diminuindo ao longo do tempo em razão de furtos. Segundo acompanhantes, o problema ocorre há cerca de um ano.

Veja o que os depoimentos obtidos pela reportagem, na íntegra:

A família do técnico em Logística Rodney Ribeiro, 28 anos, foi afetada diretamente pelo desaparecimento dos acessórios. Há um ano e meio, ele leva o sogro para passar por consultas e exames clínicos. O idoso tem 63 anos e tem sequelas provocadas após sofrer AVC (Acidente Vascular Cerebral). Além disso, tem as funções renais prejudicadas e, por conta disso, precisa utilizar sondas. “Quase todas as vezes que a gente vem aqui para trocar a sonda, não tem cadeira de rodas. É uma humilhação para ele ter de ser carregado”, lamenta.

 Empurrando a cadeira de rodas particular da mãe, a dona de casa Gabrielle Cristina Ferreira, 28, foi abordada por outros pacientes, interessados em saber onde ela havia conseguido o item. “Tive de explicar que não era do hospital, que trouxemos de casa.”

Espera chega a 4 horas

A reportagem também mostrou que a espera por atendimento na Farmácia de Alto Custo do Hospital Mário Covas chega a até quatro horas. No espaço, não há lugares suficientes para que os pacientes aguardem sentados. Um dos salões não possui ar-condicionado, e os ventiladores espalhados não dão conta de aliviar o calor no ambiente.

Além da demora, o aposentado João Batista da Silva, 62, reclama da falta de medicamentos. Disse que não encontrou a substância mesalazina, utilizada no tratamento de retocolite. “Disseram que estava em falta e que não havia previsão de chegada. Pediram para que eu deixasse o telefone e me avisariam quando tivesse.”

Outro lado

Questionada pelo Diário, a Secretaria de Estado da Saúde não admitiu o problema, mas também não desmentiu as denúncias. Disse apenas que está em andamento a aquisição de mais 45 equipamentos para a unidade, que devem ser entregues durante o mês que vem.

A pasta informou que “foi registrado um desabastecimento temporário e pontual” do remédio citado, fruto de “aumento inesperado de demanda no último mês”. Prometeu que a compra já está em andamento e a situação será normalizada em breve.

Sobre a superlotação, a secretaria diz que “o sistema apresentou problemas técnicos nos últimos dias, o que ocasionou maior tempo de espera” e que já está tomando providências para resolver a situação. A área de espera foi ampliada em 2013 e teve o número de assentos dobrado, chegando a 500

A FUABC foi procurada para comentar sobre as falhas verificadas, mas não se manifestou até o fechamento da matéria.

Um dia depois, porém, o superintendente do hospital, Desiré Carlos Callegari, disse ao jornal que se reuniu no governo do Estado com o coordenador de OSSs (Organizações Sociais de Saúde), Eduardo Adriano, para discutir sobre o desabastecimento de remédios. “Temos 201 itens na nossa farmácia e estamos em falta de 42. Levei a listagem e o coordenador me deu a palavra que está fazendo compra emergencial”, contou, ao, na sequência, culpar a gestão estadual pelos problemas no Mário Covas. “(Adriano) Não deu prazo. Houve desabastecimento (por culpa da) da própria secretaria, que não fez cálculo, talvez, correto da demanda. (Houve) Questão de erro de logística do Estado”, argumentou.

Jogo de empurra

Quando entregam a gestão das unidades à iniciativa privada, por meio de OSS, as autoridades e empresários da saúde prometem o paraíso na terra aos usuários. Algum tempo depois, a precariedade da “parceria” começa a aparecer. Neste momento, o jogo de empurra começa. A OSS culpa o poder público e este, por sua vez, devolve a responsabilidade para a entidade contratada.

Quase sempre, por omissão, ineficiência ou mesmo corrupção, a qualidade nos serviços continua péssima e a população paga o pato.

Além do Mário Covas, a fundação é responsável por hospitais como o Nardini, em Mauá, e por unidades municipais de São Bernardo e São Caetano e Baixada Santista. Todos sempre com histórico de irregularidades financeiras ou problemas no atendimento.

Em Santos o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) escolheu esse modelo de gestão para saúde e para outras áreas, como Cultura e Assistência Social. A legislação que autoriza esse desmonte dos serviços públicos foi aprovada com folga na Câmara. Resta à população lutar nas ruas, nas unidades e nas redes sociais para impedir que as OSS tomem conta do serviço público. Se depender das autoridades, a porteira dos cofre municipal está aberta!

OSS são empresas e visam lucro! Diga não à privatização e à terceirização em Santos.

Informe-se!

Mobilize-se!

Denuncie! 

Saiba mais sobre o Projeto Ataque aos Cofres Públicos e contribua com essa causa!

 

Comentários (4)

  1. Adailton disse:

    Ja venho tentando pegar mesalazina 800mg desde 14 de janeiro e já passei várias outras vezes lá e até agora nada!

    1. Ataque aos Cofres Públicos disse:

      Onde você tem buscado o medicamento Adailton? O que eles justificam?

      1. Adailton disse:

        Tenho tentado pegar esse remédio no Hospital Mário Covas. Falam que é coisa da secretaria da saúde. Ainda hoje (final de fevereiro) estou aguardando o e-mail deles. Disseram que não precisa ficar indo lá que eles avisam.

  2. Adailton disse:

    Tenho tentado pegar esse remédio no Hospital Mário Covas. Falam que é coisa da secretaria da saúde. Ainda hoje (final de fevereiro) estou aguardando o e-mail deles. Disseram que não precisa ficar indo lá que eles avisam.

Deixe uma resposta para Adailton Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *