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17/03/2020     nenhum comentário

Em delação, operador da quadrilha na terceirização da saúde diz que governador da Paraíba pediu “ajuda” em troca da expansão das OSs

O famoso Caixa 2 com dinheiro da saúde e às custas da terceirização e sucateamento dos hospitais

Daniel-entrega-Joao

Na semana passada, mais trechos de áudios do delator Daniel Gomes, na Operação Calvário, foram divulgados à imprensa, pelo Ministério Público.

Daniel é apontado como operador da quadrilha que por meio da OSs Cruz Vermelha e outras OSs, desviou milhões dos cofres públicos da Paraíba.

Em um dos áudios divulgados, o empresário da Cruz Vermelha Brasileira comenta como conheceu o então candidato ao governo do Estado (atual governador) João Azevêdo, em 2018.

Ele disse que foram apresentados pela ex-secretária de Administração e também delatora do esquema, Livânia Farias, durante uma reunião, e que Azevêdo, por saber quem ele era por ouvir Ricardo Coutinho falar, teria pedido uma ajuda para a campanha em troca de expandir o esquema das Organizações Sociais no Estado.

Na ocasião, Livânia teria pedido R$ 1 milhão com urgência para pagamento de despesas da campanha, porém, de acordo com Daniel, ele só teria R$ 900 mil e que este dinheiro teria que ser pego no Rio de Janeiro.

Este valor seria o que foi entregue em caixas de vinho ao assessor de Livânia Farias, Leandro Nunes, por uma funcionária da Cruz Vermelha e que foi filmado pelas câmeras de vigilância de um hotel na orla do Rio, em agosto daquele ano.

As informações são do site Paraíba Online e o trecho da delação, divulgado pela Rádio Campina FM, pode ser ouvido aqui.

O Escândalo das OSs na Paraíba

A Operação Calvário foi desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais. A operação teve oito fases, resultado na prisão de servidores e ex-servidores de alto escalão na estruturado governo da Paraíba.

A ex-secretária de administração do Estado da Paraíba foi presa suspeita de receber propina paga pela Cruz Vermelha, que administrava o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. A ex-secretária Livânia Farias teria recebido, por mês, propina na ordem de R$ 80 mil paga pela Cruz Vermelha.

O secretário executivo de Turismo, Ivan Burity, foi preso na quinta fase da operação, apontado como recebedor de propinas, em delação premiada feita pelo ex-assessor da secretaria de administração do estado, Leandro Nunes Azevêdo. A influência dele ocorreria tanto em contratos da saúde, quanto da educação, com destaque para esta última.

Aléssio Trindade, secretário de Educação do estado, foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Além dele, o ex-executivo da pasta, José Arthur Viana Teixeira de Araújo também foi alvo da operação. De acordo com o Ministério Público, a investigação sobre eles ocorre por causa das suspeitas sobre inexigibilidade de licitações nos contratos suspeitos. O procedimento teria sido a porta de entrada para as irregularidades

O que a operação investiga
A investigação identificou que a organização criminosa teve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos, para a gestão de unidades de saúde em várias unidades da federação, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018.

A estimativa, no entanto, é inferior ao valor real do dano causado ao patrimônio público, já que só foram computadas as despesas da CVB-RS com uma pequena parcela de fornecedores que prestam serviços em unidades de saúde do município e do Rio de Janeiro, não alcançando os desvios de recursos públicos decorrentes da atuação da organização criminosa na Paraíba, que vem conseguindo centenas de milhões de reais desde o ano de 2011.

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