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05/01/2018     nenhum comentário

Dinheiro desviado por OS financiou compra e reforma de mansão de ex-governador e sua mulher

Juíza federal mandou para penitenciária o ex-governador do Amazonas, José Melo (PROS), e a mulher dele, Edilene Oliveira. Eles foram presos preventivamente na Operação Maus Caminhos, por suspeita de desvio de R$ 50 milhões via terceirização da saúde

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O esquema montado para fraudar a saúde do Estado do Amazonas, mediante o desvio das verbas federais repassadas para a organização social (OS) Instituto Novos caminhos (INC), distribuiu pelo menos R$ 20 milhões em propinas. Há estimativas de que o prejuízo chegue a R$ 150 milhões.

Parte deste dinheiro permitiu ao ex-governador José Melo e sua esposa, Edilene Oliveira, comprar uma mansão de R$ 7 milhões e pagar uma reforma com R$ 500 mil em dinheiro vivo.

Para a juíza da 1.ª Vara Federal de Manaus, Maria Fraxe, que decretou a prisão preventiva do casal, os dois são “idealizadores e líderes absolutos” do esquema criminoso de terceirização da saúde, tendo o médico e dono da OS INC, Mouhamad Moustafa, como o elo principal da organização criminosa.

O medico já esteve preso em outras fases da operação Maus Caminhos e Custo Político, mas por decisão judicial responde agora o processo em liberdade. Já o ex-governador e a ex-primeira dama, que estariam tentando destruir provas do esquema, foram levados a uma unidade penitenciária do Estado.

Veja abaixo trechos da matéria do Jornal Estado de São Paulo desta sexta-feira (5):

Em sua decisão, a juíza observa que o ex-governador e a ex-primeira-dama ‘escolheram a pessoa de Mouhamad Moustafá para concretizar seu intento criminoso, a partir da constatação de que o médico é dotado de personalidade descaradamente desviada dos padrões normais de conduta compatível com a lei e a Constituição’.

“Também constatei, conforme depoimento colhido na fase de inquérito, que era prática comum do casal José Melo de Oliveira e Edilene Gomes de Oliveira a guarda e utilização diária de grandes quantias em dinheiro vivo”, assinalou Jaiza Fraxe.

Pesou no decreto de prisão de Edilene relatório da Polícia Federal com imagens que revelam sua ida à sede da empresa ‘Para Guardar’, na Avenida Torquato Tapajós, em Manaus, às 12h07 do dia 23 de dezembro – dois dias antes, a Operação Estado de Emergência, desdobramento da Maus Caminhos, prendeu José Melo.

Os investigadores suspeitam que Edilene retirou de dois boxes provas do esquema de desvios na saúde.

O relatório, subscrito pelo delegado Caio César Cordeiro de Oliveira Silva, destaca que no dia 24, domingo, os agentes se deslocaram à ‘Para Guardar’ para buscas nos boxes 1106 e 1108 ‘como sendo relacionado ao investigado José Melo de Oliveira’.

“Ao iniciar as buscas, pela manhã, fomos informados pelo representante da empresa, o senhor José Benzecry Benchimol, bem como, por funcionários da empresa, que a senhora Edilene Gomes de Oliveira, esposa do investigado José Melo de Oliveira, esteve no local, no dia anterior, 23/12/17, por volta das 12:00h, acompanhada de dois parentes, permanecendo por cerca de duas horas, ocasião em que solicitou abertura dos boxes 1106 e 1108, ora objetos de busca”, descreve o documento.

“Naquela ocasião, em 23/12/17, os boxes tiveram de ser arrombados pelo funcionário da própria empresa, pois a senhora Edilene informou que as chaves haviam sido levadas pela Polícia Federal no dia da Operação Estado de Emergência”, segue o relatório. “Segundo informações do representante da empresa, a senhora Edilene apresentou-se bastante abalada e chorosa.”

A PF diz que os funcionários da ‘Para Guardar’ informaram que a ex-primeira-dama ‘retirou algumas caixas, as quais se assemelham às caixas de cera que foram encontradas pela equipe nesta data (24/12/17), no boxe 1106’.

A PF anexou imagens das câmeras de segurança da empresa que confirmam a presença de Edilene no local, no início da tarde de 23 de dezembro.

“As buscas foram realizadas normalmente. Abaixo segue imagens das câmeras de segurança da empresa, onde se percebe a presença da senhora Edilene e de seus parentes, bem como, em destaque, a imagem do parente (sexo masculino) da senhora Edilene carregando uma caixa ao ombro e imagens de caixas dentro do boxe 1106, tratando-se de cera para uso estético.”

No decreto de prisão preventiva, a magistrada destaca que a investigação aponta que Melo ‘detinha a posse de boxes na cidade de Manaus onde eram guardados objetos e documentos suspeitos que foram retirados imediatamente após ‘visita’ da Polícia Federal à residência do casal’.

A juíza assinala que Melo e Edilene ‘através de parentes arrombaram boxes e estão escondendo documentos e os produtos de crimes, conforme comprovam as fotografias e relatórios anexados pelo Ministério Público Federal’.

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Relação com Moustafa

A Polícia Federal revela estreito relacionamento do casal Melo com o médico Mouhamad Moustafa, responsável pela OS INC e alvo da Operação Maus Caminhos. Os investigadores analisaram documentos apreendidos na sede da empresa OPTE Consultoria Econômica Ltda, que tem como sócia a ex-primeira-dama do Amazonas.

Na sede da OPTE foi encontrada planilha intitulada ‘Grupo Salvare’, ‘com diversos detalhes de contratos, valores pagos pelo poder público por cada serviço, entre outros’.

Faz parte do ‘Grupo Salvare’ a organização social Instituto Novos Caminhos, por meio da qual teriam ocorrido os desvios de verbas da saúde.

A PF interceptou ligações telefônicas de Mouhamad Moustafá e constatou nos diálogos a ligação do ex-governador com esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

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