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07/01/2020     nenhum comentário

Criança morre após dar entrada em PS de Miracatu e família acusa equipe de negligência

“Ninguém fez nada”, dizem os familiares, sobre o atendimento na unidade, que é gerenciada pela organização social Instituto Santa Clara

Ainda repercute o óbito de um menino de apenas 3 anos em Miracatu, no Vale do Ribeira (SP). A criança morreu após dar entrada no Pronto-Socorro da Cidade e família aponta negligência da equipe que atendeu o menor. Ele teria sido dispensado e depois, como piorou em casa, foi novamente levado à unidade. Foi atendido de novo e deixado no soro. Mas piorou e quando estava desfalecendo a equipe de plantão se apressou a fazer a transferência para um hospital mais preparado. Não deu tempo.

De acordo com o que consta no site da Prefeitura, o PS é gerido pela entidade privada Instituto Santa Clara. A organização social (OS) também informa em seu site que mantém um contrato para o serviço de pronto atendimento em Miracatu.

Lembramos ainda que, conforme comunicado da própria administração municipal, essa OS assumiu os serviços de saúde locais em 2019 porque a outra OS não cumpriu corretamente suas atribuições.

Na página da Prefeitura um esclarecimento público detalha a mudança de OSs.

ESCLARECIMENTO PÚBLICO
24/08/2018 |

Com relação aos fatos ocorridos no setor municipal de saúde, a Prefeitura de Miracatu esclarece o que segue:

1. O Instituto Social Resgate à Vida mantinha contrato com a prefeitura desde 2014, tendo como responsabilidade gerenciar o sistema, inclusive a folha de pagamento de seus colaboradores.

2 -Com as inúmeras reclamações referentes ao atendimento prestado, a Prefeitura Municipal decidiu realizar um novo chamamento para a contratação de uma nova Organização Social, e desde o dia 22/08 o Instituto Santa Clara assumiu a gestão do Pronto Socorro. Não HOUVE interrupção dos serviços prestados a população.

3 -Os salários dos funcionários contratados pelo Instituto Social Resgate à Saúde estavam atrasados há um mês e meio, e a administração em permanente diálogo com a comissão de funcionários, informou sobre a negociação com o Instituto Resgate a Vida, para efetuar HOJE (24/08), o pagamento de 30 dias, restando 15 dias a serem pagos em setembro. Esse pagamento firmado já foi realizado.

4 -A partir de agora, a gestão da saúde será do Instituto Santa Clara. No entanto, a prefeitura continuará fiscalizando o trabalho para que o atendimento à saúde em Miracatu tenha a qualidade que a população precisa e merece.

Os governos prometem que OSs trazem mais eficiência e agilidade no atendimento em saúde, mas todos os dias, em várias cidades, os fatos desmentem os discursos. Mais uma família sente na pele a irresponsabilidade de tratar a Saúde Pública como um negócio.

Abaixo reproduzimos a matéria do G1.

g1miracatu

Criança de 3 anos morre após dar entrada em PS e família aponta negligência: ‘Ninguém fez nada’

Em menos de 24 horas após ter dado entrada a primeira vez no PS, com vômito e diarreia, o menino veio a óbito.

A família do pequeno Miguel Veríssimo da Silva Santos de apenas 3 anos está revoltada com morte precoce do garoto em Miracatu, no interior de São Paulo. Ele deu entrada, na última quinta-feira (2), no Pronto Socorro Municipal, com a garganta inflamada, vômito, diarreia e febre. No dia seguinte, o menino morreu. Os familiares ouvidos pelo G1 alegam que houve negligência por parte da equipe médica.

Em entrevista ao G1, Camila Veríssimo dos Santos, a tia do menino, disse que o Miguel acordou na quinta-feira com a garganta inflamada e vômito. “Por volta das 9h, minha irmã decidiu levá-lo ao Pronto Socorro de Miracatu. Lá, ele foi medicado e liberado para voltar para casa. Só que, quando chegou em casa, minha irmã relatou que ele piorou”.

Conforme informado por Camila, a mãe esperou até a noite para levá-lo até a unidade de saúde novamente. Ele foi atendido e tomou soro com um medicamento para enjoo e diarreia. “Ele começou a ficar sonolento e as horas foram passando. Eles (equipe médica) ainda queriam mandar meu sobrinho embora de novo”.

Por volta das 3h de sexta-feira (3), a tia que o pai do menino a blusa dele e percebeu que o menino estava com manchas vermelhas na pele. Segundo Camila, Miguel já não respondia, no entanto, ainda respirava. Ao notar isso, o pai ficou desesperado e acionou o médico, que optou por transferir o menino para o Hospital Regional de Registro.

“A equipe queria que só a minha irmã fosse na ambulância e não queria que meu cunhado também acompanhasse. A minha irmã contou que quando eles chegaram em Registro, o Miguel já estava bem desfalecido. Eles desceram a maca e o médico ainda bateu na perna dela e disse boa sorte”, afirma Camila.

A tia conta que a equipe médica tentou reanimar o garoto, mas não obteve sucesso. A família acusa a equipe médica do Pronto Socorro de Miracatu de negligência. “Era uma vida, uma criança que estava morrendo e ninguém fez nada. Não entendo porque o liberaram da primeira vez. Estamos muito tristes. Nada vai trazer meu sobrinho de volta, mas isso não vai ficar assim”.

A família fez um boletim de ocorrência no 2º DP de Registro. Segundo o documento, o garoto já chegou sem vida ao Hospital Regional de Registro, fato confirmado junto a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

O G1 entrou em contato com a coordenadora do Pronto Socorro de Miracatu, Renata Cristina Sobral Braga. Ela disse que lamenta o ocorrido e que está muito abalada por causa da criança. “A família chegou relatando que o menino apresentava vômito e diarreia e foi tratado, medicado, teve melhora e voltou pra casa. À noite, eles voltaram, a criança foi medicada novamente e apresentou uma piora. Foi transferida com urgência pela Central de Vagas (Cross)”, afirma Renata.

Ela conta que está prestando toda a atenção à família e que farão a busca para saber se houve algum erro, no entanto, é preciso do resultado do laudo necroscópico, que será emitido pelo Instituto Médico Legal (IML). Caso seja constatado o erro, ela afirmou que serão tomadas medidas cabíveis para que o responsável seja punido.

“Um vômito e diarreia é raro evoluir para um óbito. Se for um erro nosso, o responsável será punido. Mas hoje, estamos dando o máximo que podemos. Enquanto não sair o resultado do IML, eu não tenho como achar o erro. Também enviaremos o prontuário para a comissão de ética de medicina verificar o que houve. Eu estou abalada e não queria que tivesse acontecido. Não quero que isso se repita”, lamentou.

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