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05/05/2015     nenhum comentário

Caos na Saúde pública de Osasco: pacientes sem atendimento após terceirização de hospital

Médicos denunciam que a recusa de pacientes graves desde que gestão da unidade passou para a organização social FUABC.

“A Prefeitura terceiriza a administração, a OS não cumpre seu papel e o munícipe fica sem assistência. Esse problema é muito sério porque pacientes graves ficam em risco, sem assistência especializada. O problema continua e mortes poderão acontecer”.

Escolhemos começar esta matéria com o desabafo do presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Eder Gatti. Ele traduz com realismo preciso o que tem acontecido quando OSSs surgem pelas mãos de gestores incompetentes ou mal intencionados como “solução mágica” para os problemas do SUS.

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Em Osasco o Simesp denuncia que o Hospital Municipal está recusando pacientes graves. O problema começou no último dia 27 de abril, devido transição de gestão da administração direta para organização social.

Veja a matéria publicada no site do Simesp, na íntegra:

Nos últimos dias, o Hospital Municipal Central de Osasco Antonio Giglio tem deixado de receber pacientes em estado grave, o que está causado uma série de transtornos na rede de saúde. O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) recebeu informações de que o problema teria começado a partir da transição de gestão da administração direta para a organização social Fundação do ABC (FUABC), desde 27 de abril.

Segundo a presidente da regional de Osasco do Simesp, Lígia Célia Leme Forte Gonçalves, o hospital não está acolhendo pacientes graves transferidos das unidades de pronto atendimento. “Fomos informados de que isso estava acontecendo porque não havia médicos para atendê-los. Com isso, a equipe médica é obrigada a mantê-los no pronto atendimento que não tem estrutura pra conduzir o caso”, explica.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Osasco respondeu ao Simesp que “desde o início da gestão da Fundação do ABC (FUABC), todo atendimento de urgência e emergência está sendo realizado respeitando o perfil de atendimento do hospital, ou seja, os casos cujo atendimento não fazem parte do que é oferecido são encaminhados aos serviços de referência, como casos de neurocirurgia, por exemplo, cuja referência é o Hospital Regional Estadual de Osasco”. Segundo a administração, a mudança de gestão do hospital visa otimizar o atendimento à população da cidade.

Contudo, os médicos da rede de Osasco ressaltaram que a informação da prefeitura está equivocada, já que casos graves que necessitam de outras especialidades não estão sendo atendidos pelo hospital central.

No último dia 30, representantes do Simesp se reuniram com o secretário de saúde, José Amando Mota, para cobrar soluções. Na ocasião o secretário disse que a responsabilidade da administração do hospital é da organização social. “Colocamos para o secretário que independente de quem esteja à frente da gestão, o município é responsável por garantir adequada assistência à população”, enfatiza Eder Gatti, presidente do Simesp.

No último final de semana (dias 2 e 3 de maio) a situação se agravou. Os médicos relatam que continuaram ouvindo as negativas sobre as transferências, quando não era ausência completa de respostas aos contatos com a Central de Regulação. “Estamos com pacientes há dias nos prontos atendimentos aguardando uma solução”, denuncia Lígia.

Devido ao agravamento da situação, o Simesp entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde nesta segunda-feira, 4, e foi informado de que providências seriam tomadas e que se reuniram com a superintendência do hospital.

O Sindicato notificou o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), por meio de ofício, sobre a situação de falta de condições para o exercício adequado da medicina e orienta os médicos a documentar em livros de ocorrência e prontuários a situação de desassistência imposta pela gestão municipal.

Trabalhadores

O hospital central contava com 90 médicos estatutários que serão realocados para outras unidades da prefeitura. Segundo a administração municipal, eles preencheram formulário, indicando três opções de unidades de preferência onde gostariam de trabalhar.

O Simesp também recebeu a informação de que os médicos celetistas da administração direta (por contratos emergenciais) foram demitidos. Sobre esta denúncia a prefeitura informou que a Fundação do ABC está contratando médicos que se interessam em trabalhar na organização social, dispostos a aderir ao novo modelo de gestão.

O Simesp continuará cobrando da gestão pública soluções para o problema e permanecerá acompanhando todas as ações e demandas dos médicos.

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