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22/11/2018     nenhum comentário

Calote de OS: hospital capixaba tem comida racionada para pacientes e trabalhadores

Contratada da organização social Instituto Gestão e Humanização (IGH) teria servido lanches sem pão no Himaba, em Vilha Velha (ES).

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Faz tempo que mostramos o estrago no atendimento do Hospital Infantil de Vila Velha (Himaba), desde que o Governo do Espírito Santo contratou um organização social – o Instituto de Gestão e Humanização (IGH) – para gerenciar o serviço de forma terceirizada.

Com histórico de desequilíbrio financeiro e calotes por onde passou, a OS está sendo alvo de reclamações por parte de pacientes e familiares do hospital e também por parte dos funcionários do IGH e das empresas quarteirizadas.

Reportagem do jornal Século diário deste mês mostrou que representantes dos trabalhadores que têm assento no Conselho Estadual de Saúde estão formalizando uma denúncia formal contra a entidade. Serão detalhadas as situações dos trabalhadores das firmas que são contratadas pelo Instituto e também os problemas originados pela inadimplência da OS com seus fornecedores.

Entre os fatos a serem descritos estão a falta dos depósitos valores correspondentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos funcionários do IGH. Além disso, a empresa quarteirizada, responsável pela alimentação do hospital  – Verdall – estaria sem receber e, por isso, racionando a comida para pacientes e funcionários. Pacientes teriam comido, num dos finais de semana deste mês, biscoito com café e trabalhadores apenas maçã com café com leite, uma vez que os padeiros estavam sem trabalhar. A empresa citada teria contrato com o IGH para atender todos os hospitais em que a OS faz gestão no Espírito Santo e também em outros estados.

Trabalhadores de empresas que prestam serviços nas área de limpeza e segurança também estariam cumprido aviso prévio e há três meses sem pagamento.

Ao Século Diário, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Espírito Santo (Sindsaúde), Cynara Azevedo, que representa o segmento dos trabalhadores no Conselho Estadual de Saúde, disse que a OS IGH não é transparente na maneira como administra os recursos repassados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para realizar a gestão do Hospital Infantil de Vila Velha.

“Conseguimos acompanhar os repasses que são feitos pelo Estado para o IGH, mas depois não é possível saber se ela realiza o pagamento de seus fornecedores; isso também parece que não é fiscalizado adequadamente”, alertou.

Nome sujo

Ainda conforme o jornal Século Diário, em março deste ano, uma simples consulta à Serasa Experian, serviço de proteção ao crédito, revelou que o Instituto de Gestão e Humanização tem diversas dívidas em aberto com empresas subcontratadas para compra de material e serviços. Veja abaixo trechos da reportagem que explicam melhor o quadro preocupante da terceirização do hospital:

A Organização Social, que assinou contrato com a Secretaria de Estado da Saúde para gerir o Hospital Infantil de Vila Velha em setembro do ano passado, devia fornecedores que vendem produtos e serviços à unidade estadual.

Segundo documento ao qual Século Diário teve acesso, do período de julho de 2015 a fevereiro de 2018, constavam 124 ocorrências referentes a pendências financeiras do IGH, que somavam pouco mais R$ 292 mil. Já no período de novembro de 2015 a janeiro de 2018 eram 24 ocorrências de dívidas vencidas, que chegaram a R$ 57,9 mil (último registro em janeiro deste ano). A pesquisa apontava, ainda, que a OS devia desde empresas que vendem equipamentos hospitalares a produtos como gás de cozinha.

Um fornecedor da IGH, que preferiu o anonimato, revelou que tinha valores para receber por produtos vendidos ao Heimaba há mais de quatro meses. Afirmou, ainda, que tem sido testemunha de constantes queixas de profissionais de saúde que permaneceram na unidade, sobretudo médicos. Segundo ele, os doutores se queixam que a nova gestão não tem formação adequada para atuar em saúde pública. Além disso, vários concursados pediram demissão ou transferência após a terceirização, alegando o sucateamento do atendimento que é prestado pelo hospital estadual. “Como uma empresa com tantas dívidas protestadas consegue ter crédito em bancos estaduais e ser habilitada pelo Estado?”, disse na ocasião, indignado, o empresário.

Logo que o IGH assumiu o Himaba, denúncias foram formalizadas no Ministério Público Estadual, apontando que disparou o número de mortes na UTI Neonatal da unidade.

‘OS caloteira’

Para os representantes do Sindsaúde, as reclamações de fornecedores que não são pagos pelo IGH foram registradas em outros estados, onde a Organização Social responde, inclusive, a vários processos. O Sindicato havia alertado a Sesa a respeito da instabilidade econômica da OS, e, apesar disso, os gestores estaduais continuaram com o processo de contratação.

“Essa OS é caloteira e tem vários processos por assédio moral contra trabalhadores. Também não costuma fazer pagamento de rescisão de seus funcionários, prática comum em outras OSs. Muitas dessas organizações pegam a grana pública, não cumprem o contrato, e depois somem. Aí o Estado que tem que arcar com todas as despesas com fornecedores não pagos e funcionários não indenizados, ou seja, tem despesas duplicadas”, disse o diretor de Comunicação do Sindsaúde-ES, Valdecir Gomes.

Veja abaixo algumas matérias sobre a OS IGH publicadas aqui no Ataque aos  Cofres Públicos:

Até tucanos estão denunciando a bandalheira das OSs na Saúde

Terceirizado por R$ 76 milhões/ano, Hospital Infantil é denunciado por mães

Mortes de bebês em hospital público gerido por OS estão sendo apuradas

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