Governo economiza 40% ao retirar OS e reassumir hospital em MT
De acordo com o secretário de Saúde, o serviço gerido de forma terceirizada estava entregando pouco serviço e com alto custo
Há tempos repetimos, com fatos e números, o quanto as OSs oneram os cofres públicos. Fazem pouco e custam muito ao erário. E isso quando também não estão envolvidas em escândalos de desvios milionários.
Vem do estado do Mato Grosso mais um exemplo concreto do preço elevado que os governos e principalmente a população pagam após terceirizar a saúde.
Conforme destacou o site Mídia News, o Secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, revelou que após o Governo do Estado reassumir a gestão do Hospital Regional de Rondonópolis (216 KM de Cuiabá), foi constada economia de mais de 40% nos custos operacionais da unidade de saúde.
A unidade hospitalar foi “reestatizada” no início da gestão do governador Mauro Mendes (DEM), em janeiro deste ano. Até então, era administrado pelo Instituto Gerir, que é uma Organização Social de Saúde (OS).
As informações sobre a economia aos cofres públicos estaduais foram passadas durante entrevista a um telejornal local, na última sexta-feira (26).
Veja a declaração de Figueiredo:
“Uma redução de mais de 40%. Era um hospital que estava sendo administrado por uma Organização Social de Saúde que tinha um contrato com o Governo do Estado, infelizmente, entregando muito pouco serviço, e com alto custo. Por isso que o Governo do Estado tomou a decisão pela rescisão contratual e assumiu a gestão do hospital. Hoje é um hospital administrado 100% pelo Governo, assim como em Sinop. Os custos são no mínimo 40% menores”.
Ainda conforme a reportagem, as OSs possuem um histórico polêmico em Mato Grosso. A política pública, iniciada na gestão do ex-governador Silval Barbosa, consistia na “entrega” da administração de hospitais públicos à iniciativa privada, que recebia recursos do Governo do Estado para a empreitada.
Entretanto, não foram raros os bloqueios de contas, além de outras decisões judiciais e administrativas desfavoráveis às organizações, que não vinham prestando um bom serviço.
Um dos casos mais emblemáticos é o da construção da farmácia de alto custo (Farmácia Cidadã), em Cuiabá, cuja construção ficou a cargo do Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas), que apesar de receber integralmente pelas obras, entregou apenas 34% das edificações.
A organização foi condenada e devolver R$ 1,3 milhão aos cofres públicos, e também é apontada como responsável por um desperdício de medicamentos vencidos da ordem de R$ 2,8 milhões.