Terceirização na Saúde: Câmara aprova Comissão Processante contra o prefeito de Campinas
Por unanimidade, vereadores vão apurar responsabilidade de Jonas Donizette sobre os desvios de verbas no Hospital Ouro Verde, onde a Vitale Saúde era a OS; último procurado em operação foi preso
A segunda-feira (26) foi um dia de intensos desdobramentos dentro do caso que envolve o escândalo da terceirização fraudulenta do Hospital Ouro Verde, em Campinas.
Logo depois do último procurado pelo Ministério Público dentro da Operação Ouro Verde ser preso, a Câmara de Campinas (SP) aprovou a abertura de Comissão Processante contra o prefeito Jonas Donizette (PSB) para apurar responsabilidade do chefe do Executivo nas denúncias que apontam o desvio de R$ 7 milhões envolvendo o convênio com a Organização Social Vitale para gestão do Hospital Ouro Verde.
A instauração da CP foi aprovada por unanimidade entre os vereadores presentes. Foram 32 votos favoráveis. Apenas o vereador Carmo Luiz (PSC) estava ausente. Procurado para comentar a decisão da Casa, Jonas informou que está à disposição para prestar todos os esclarecimentos à Câmara Municipal.
Na última quinta-feira (22), a 3ª fase da Operação Ouro Verde cumpriu oito mandados de prisão, entre eles a do ex-secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Silvio Bernardin, que, segundo promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), agiu diretamente para a contratação de três fornecedores na Vitale.
Último preso
O oitavo e último alvo desta etapa da Operação Ouro Verde, se entregou à Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (26). Gustavo Khattar de Godoy, de 40 anos, chefiava exames no Hospital Ouro Verde e tinha salário superfaturado, segundo as investigações. Ele está preso.
A Promotoria do Gaeco confirmou que enviou à Justiça, nesta segunda, o pedido para prorrogação das oito prisões temporárias, que venceriam no fim da tarde de segunda. A solicitação é por mais cinco dias.
Gustavo se apresentou no 2º Distrito Policial da cidade às 9h e foi encaminhado para a cadeia anexa ao 2º DP, onde estão outros seis presos desde a última quinta-feira (22). A investigação apura desvio de, ao menos, R$ 2 milhões nesta fase.
Além dos oito mandados de prisão temporária, também foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão. Os alvos são investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.