Vereadores de Rondonópolis (MT) denunciam caos na saúde terceirizada por OS
Parlamentares dizem que situação do Hospital Regional já é caso de polícia, já que a organização social Gerir recebe e não executa corretamente os serviços
Vereadores da cidade de Rondonópolis, no Mato Grosso, denunciam situação caótica na saúde no Hospital Regional. No último da 1º, em sessão legislativa, Hélio Pichioni (PSD) e Jailton Dantas (PSDB) afirmaram que o problema deve ser tratado como caso de polícia.
Reportagens publicadas pela imprensa local dão conta de que a organização social Instituto Gerir, que administra a unidade, está recebendo do governo estadual, mas não vem garantindo a prestação de serviços, tendo como prioridade a reforma do prédio do HR, mas deixando de atender os pacientes com a eficiência necessária.
“Nesta semana, fiquei sabendo que o local ficou três dias sem limpeza e higienização. A situação foi tão séria que enfermeiros estavam cuidando da limpeza. Como se não bastasse, o pior é a falta de medicamentos e insumos necessários para o atendimento, pois está faltando antibióticos, agulhas para anestesia e fio para sutura. As cirurgias eletivas ficaram paradas. Sabemos de relatos que pessoas morreram por falta de antibiótico. A crise é grave e não podemos ficar calados”, disse Hélio Pichioni ao site A Tribuna do Mato Grosso.
Segundo o vereador, o Ministério Público Estadual, o Município e Estado estão cientes do que vem ocorrendo. “É preciso uma força tarefa entre o poder público, Ministério Público, Consórcio Regional de Saúde e outros. Eles devem reunir e, se preciso for, fazer uma intervenção no HR, pois da forma que está não pode continuar. A situação é de calamidade pública da saúde e não podemos ficar inertes. É preciso encontrar uma saída. O governo está pagando, mas a OS não está atendendo como deveria”, frisou.
O colega de legislativo, Jailton Dantas, classificou a situação do HR como grave. “Estou acompanhando a situação do HR desde que a OS Gerir assumiu. A situação do HR é preocupante ao ponto de ficar três dias sem a higienização, colocando os pacientes em risco de infeções. Além disso, pessoas estão morrendo por falta de materiais para atendimento. Casos graves de traumas e outros estão sendo levados para receberem apenas um paliativo no pronto atendimento que não possui estrutura para alta complexidade. O Ministério Público tem acompanhado a situação, mas é preciso o poder público se movimentar mais para resolver isso e cobrar da Gerir o atendimento de qualidade, mas eles parecem estar mais preocupados com a reforma do que com os pacientes”, ressaltou o vereador.
Conforme Dantas, as cirurgias eletivas e de ortopedia estavam paralisadas, mas com previsão de serem retomadas esta semana após uma cobrança do Ministério Público. “Na cidade, é registrada diariamente uma média de oito acidentes de motos, onde pelo menos três são pessoas com traumas e que precisam passar por cirurgia ortopédica. Hoje, estes pacientes estão recebendo os primeiros atendimentos no Pronto Atendimento e tendo que aguardar com dor a cirurgia. Muitos destes acidentados correm o risco de calcificação da fratura o que pode resultar em sequelas. Nós temos que cobrar da OS que ofereça um atendimento de qualidade, pois os repasses do governo estão acontecendo, mas sabemos que a OS está com problemas em hospitais da cidade de Goiânia (GO), onde está vivendo a mesma problemática”, revelou o vereador.