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26/12/2018     nenhum comentário

UPA Central encerra o ano mostrando o engodo que foi o modelo de gestão por OS

A avalanche de críticas dos usuários sobre o atendimento mostra que o modelo de gestão é um fracasso administrativo e financeiro.

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Os santistas sabem que a cidade pintada pelo Governo nas propagandas e no Diário Oficial não existe. Aqueles que por ventura se interessarem em saber como anda o nível de insatisfação da saúde, em especial na urgência e emergência, podem fazer uma enquete na porta da UPA Central e terão essa constatação ainda mais clara.

Gerida pela empresa Fundação do ABC, a unidade é unanimidade em avaliação negativa. Os relatos que ouvimos em 2018 e nos últimos dois anos anteriores, reforçam o fracasso que é o modelo de gestão por organizações sociais. Uma opção que significa um desperdício enorme de dinheiro público e um risco à saúde dos usuários.

Um exemplo é o caso da desempregada Mayara Rossi Rodrigues. Na última segunda-feira (17), ela fez um relato indignado do que vivenciou com a mãe idosa na UPA.

“Minha mãe já tem um problema neurológico, que estava estabilizado. Na quinta-feira (13), ela foi numa consulta de rotina e o médico mandou internar porque constatou que ela estava desidratada. Ela veio pra cá, ficou no soro e colheu alguns exames de sangue. Nada de mais profundo foi feito. Deram alta no sábado (15) de manhã. Ela ficou uma hora em casa, passou mal novamente e a gente voltou pra cá com o resgate”.

Colocaram a paciente na emergência, mas não houve o cuidado devido. Segundo Mayara, a família pediu para a equipe ministrar o remédio neurológico que a idosa necessita tomar todos os dias. O remédio foi inclusive levado por Mayara para a unidade. “Não deram a medicação. No dia seguinte, questionei a doutora sobre o motivo e ela não soube me explicar. Entreguei em mãos o remédio e reforcei o pedido e, de novo, não deram. As feridas que minha mãe tem por ser acamada pioraram muito, porque eles não cuidaram dos ferimentos”.

No domingo (16), mais motivos de insatisfação. Funcionários ligaram dizendo que iam transferir a paciente para a enfermagem da Beneficência. “Meu pai veio pra cá para acompanhar. Depois de quase duas horas de espera, a transferência dela foi cancelada porque a Beneficência só aceita internação até às 19h. E eles me ligaram às 18h”.

Na manhã seguinte (17), nova tentativa. “Meu pai voltou para fazer todo o trâmite de transferência. Aí a médica veio falar que o estado dela piorou e que ela necessitava de uma vaga de UTI. É muita falta de informação. Cada um diz uma coisa, o trato com as pessoas é ruim. Na minha opinião, isso aqui só foi levantado para ganharem dinheiro”.

Mayara lamenta o fato da unidade ser terceirizada e ressalta que já passou pelo Pronto-Socorro Central quando funcionava ao lado da Santa Casa. “Também tinha muita demanda, mas lá eu fui muito bem atendida. A minha mãe, há uns 20 dias, teve também um processo de desidratação e broncopneumonia. Ela foi encaminhada para o Hospital da Zona Noroeste e lá foi o lugar onde ela foi melhor atendida e melhor assistida”.

O PS da Zona Noroeste é o próximo alvo desta mesma terceirização que agrada apenas as empresas travestidas de OSs. Em alguns dias, a UPA que substituirá o serviço será inaugurada, com gestão igual à da UPA Central. O governo finge que ignora os fatos e histórias como as de Mayara e do menino Lucca, que morreu após suposta negligência. A família do adolescente acionou a Justiça.

“Aqui os profissionais não são engajados. A falta de atenção é nítida. A UPA não funciona”, diz a dona de casa Andrea Batista.

“Cheguei com meu marido às 10h50 e conseguimos sair só às 15h30. Não é normal”, diz Mislene Fonseca da Silva. Crítica parecida tem o autônomo Thomás Galvão, que após três horas aguardando médico por causa de fraqueza e pressão baixa não tinha perspectiva de quando teria atendimento.

A professora Susane Saad Barbosa questionou o estado de conservação do local. “Cadeiras da medicação rasgadas, infiltrações na paredes, falta de manutenção. Falta muita coisa”, diz.

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Veja abaixo alguns depoimentos das centenas que temos registrado com classificações negativas sobre o atendimento prestado pela FUABC. Os relatos foram colhidos no último dia 17:

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