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27/03/2019     nenhum comentário

UPA Central de Santos: médica é afastada após ofender paciente de 12 anos

Além de comentário de cunho racista relatado pela mãe, médica também chamou pacientes de ‘galinhada’. Unidade é terceirizada para a FUABC

upa-ofensa

Humanização e Excelência no atendimento.

Estas duas palavras deram sempre o tom dos discursos oficiais sempre que o Governo de Santos tentava justificar a decisão de contratar uma organização social para gerir a UPA Central de Santos, ao preço de R$ 20 milhões/ano.

Estes dois termos saíram várias vezes das bocas do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), do atual secretário de Saúde, Fábio Ferraz, e também do ex-titular da pasta, Marcos Calvo.

Eles repetiram as palavras Humanização e Excelência antes e depois da inauguração da unidade, terceirizada para a OS ficha suja Fundação do ABC.

Quase que diariamente os fatos comprovam que o trio ou mentiu para a população ou também foi enganado quanto ao que prometem estas empresas ao entrarem no serviço público.

Barbosa e Ferraz insistem em manter o modelo, que já se mostrou falho, caro e o pior: perigoso, pois as mortes suspeitas por erros e negligências têm aumentado.

Na UPA já teve de tudo, além, é claro, de ineficiência e despreparo ao tratar vidas. Até tentativa de estupro. Agora, ao que tudo indica, ofensa racial e desrespeito aos usuários durante o exercício da medicina entra para a lista de absurdos ocorridos no serviço.

Confira os detalhes na matéria publicada pelo G1, que reproduzimos abaixo.

Médica é afastada após ofender garota de 12 anos dentro de hospital em SP

Além de comentário de cunho racista relatado pela mãe, médica também chamou pacientes de ‘galinhada’. Situação aconteceu em Santos (SP). Profissional foi removida do plantão.

Por G1 Santos

27/03/2019, 05h13

“Cuida dos seus dentes, porque mulata tem isso de bom”. Essa foi a frase dita por uma médica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central de Santos, no litoral de São Paulo, a uma paciente de 12 anos, nesta terça-feira (26), segundo a mãe da vítima. De acordo com a gerente comercial Michele Lima, de 36 anos, antes disso, a profissional já tinha se referido aos pacientes que reclamavam da demora de atendimento como ‘galinhada’.

Ao entrar no consultório, conforme conta a mãe da criança, a médica perguntou o que a menina tinha e não a examinou. Ela relata que levou a filha ao hospital devido a feridas que ela sentia na boca. “Enquanto ela escrevia o nome da minha filha na ficha, ela chamou o pessoal que estava lá fora reclamando de ‘galinhada’. Eu falei, são pessoas e não galinhada, e ela disse que para ela parecia um monte de galinhas”, relata.

Durante o atendimento, Michele afirma que a médica diagnosticou a criança com afta e, ao olhar seus dentes, comentou ‘cuida dos seus dentes, porque mulata tem isso de bom, os dentes’. A mãe afirma que a filha foi vítima de racismo, além de alegar um péssimo atendimento.

“Ela diagnosticou minha filha com afta, mesmo ela estando com a boca cheia de feridas, e quando a questionei sobre a procedência do diagnóstico, ela disse: eu quero tratar como afta, você vai ter o dinheiro para comprar o remédio?”, relata.

UPA
Michele relata que chegou na UPA aproximadamente ÀS 6h30 e passou pelos primeiros procedimentos para atendimento. Quando faltava um número para a filha ser chamada ao consultório médico, o sistema travou e os funcionários informaram que realizariam o trabalho manualmente.

“Começaram a colocar as pessoas sem sequência de senha, sem utilizar o critério de separar os que já estavam aguardando há muito tempo dos que tinham acabado de chegar. Tive que intervir para ser atendida conforme a classificação inicial que minha filha estava. A situação não pode ser resolvida de qualquer forma só porque estamos em um sistema público de saúde”, diz.

A Fundação do ABC, responsável pela administração da UPA, informa que esse foi apenas o segundo plantão da médica citada pela reportagem. A profissional foi chamada pela coordenação da UPA para prestar esclarecimentos sobre a demanda encaminhada pelo G1 e informou que os fatos não ocorreram conforme narrado pela paciente.

Todavia, no intuito de evitar possível embaraço aos pacientes e à profissional, a Fundação do ABC solicitou à empresa responsável pelos plantões médicos da UPA a substituição da médica em questão, que já não integra mais os quadros da UPA Central.

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